terça-feira, 24 de abril de 2018

Aprendeu a ver o belo que sempre esteve ali no lado de fora, refletido no espelho do banheiro, através do olhar dela.
Precisou que alguém de fora, que a amava dissesse sem palavras o quão bela era.
Mas quando seus sentimentos entraram em conflito com suas atitudes, foi-se embora em silêncio.
E ela nunca saberá que eis muito grata por tudo.

sexta-feira, 13 de abril de 2018

A procura

Ao abrir (pouco a pouco) os olhos d'alma percebera que estava sendo o tipo de pessoa que as outras consideram "feijão em pote de sorvete".
Por fora algo muito maravilhoso, por dentro, mais do mesmo que há em qualquer panela, mas diga-se de passagem, que lamentavelmente nem toda panela vê feijão sempre.
E pôs-se a procurar algum lugar que tivesse a receita para cultivar uma semente tão rara, tão rara... a chamada maturidade emocional. Até então lhe era desconhecida.
Vagando por mundos tão desconhecidos quanto, pôde coletar informações, conhecimento mesmo.
Porém, ninguém, por mais sábio que fosse poderia explicar-lhe como cultivar semente tão rara.
Até que um dia, uma senhora, num lugar que lhe parecia triste, inóspito, praticamente inabitável (foi isto que nossa personagem pensou ao chegar) muito, muito velinha lhe disse "querida, a semente se encontra dentro de si e para cultivá-la basta encontrar e alimentar com sua força"...
e se não questionasse, não teimasse, de fato não seria ela, nossa personagem. Poupemos o seu precioso tempo, caríssima pessoa que nos lê.
A velinha completou, enquanto segurava uma das mãos de nossa personagem,"a coragem que você precisa, pequenina, é olhar para dentro de si. O mundo é grande demais, fantástico, com tantas formas e seres, no entanto, olhe para dentro de si com cuidado, afeto e calma."

Assim como havia percebido que era algo fora que não condizia com a missão de sua alma, nossa heroína agradeceu a sábia senhorinha, e seguiu pensativa de volta ao lar.

Sempre foi tudo tão corrido (depois de atingir a idade adulta, aos 17, no caso dela) que olhar para dentro de si além de estranheza, causava-lhe medo... medo do que escondera de si, remexê-lo poderia fazê-la sofrer de novo. Algo que ela aprendeu sozinha a fugir.

E sofre por não saber. (nossa heroína escondeu a coragem e muito mais, ela só não sabe ainda)






quarta-feira, 11 de abril de 2018

Teve a alma tocada pela primeira vez e percebera que era amor de verdade. Era o começo da história. Enganava-se, sempre houve amor, por si, não pelo outro.
E sem saber dava-se início a história de amor para consigo mesma.