Ela era
um personagem tremendamente
mal formulado
Cujas
referências não passavam de discursos rasos
Era
volúvel, porém apaixonante.
Tinha
potencial para ser mais do que se apresentava,
porém
recusava-se a ouvir o outro
Nenhuma
leitura era aprofundada, inclusive as questões levantadas não eram respondidas,
mas estava sempre as fazendo.
Fazia
ceninha e mantinha-se sempre na defensiva
mal se
sabia, mas abria espaço para saber do outro de modo superficial
Assim
como queria que fosse consigo, sem envolvimento emocional.
Trazia
apontamentos quase novos e ao ser questionado não se aprofunda,
e fugia, mudava de
assunto
Era como
um personagem, mas não se sabia
volátil, volúvel, incansável, não se deixava ler...
Era como
se o personagem inventado por vós não tivesse corpo, nem face
E face ao
entendimento geral era apenas uma distração divertida
quase
palpável, altamente exótico e o mais (havia um mais) se escondia.
Seria por
medo de mostrar-se
Medo de ser invadido
De permitir-se apaixonar-se por apenas
um
Medo de ficar
De permanecer num só lugar, ao qual julgava sem novidade
embora tivesse muitas histórias.
Medo do medo de ser apenas uma personificação
ambulante de algo que ela engana-se o tempo todo, mas acredita
e que ainda
não tem nome.
Era
apenas uma garota que esqueceu de amadurecer e cresceu apenas fisicamente
sem nem
notar que o tempo em anos havia passado
e distanciado-se dos seres humanos
incríveis que tentaram ama-la em sua totalidade, ora confusa, ora intrigante,
ora sem sentido, ora apaixonante.
Era uma
garota que não se amava (ou não sabia fazê-lo)
Uma
garota que reinventou-se personagem para afastar o outro sem ferir mas o fazia
sem perceber.
Uma garota sem nome nem significado.