sexta-feira, 22 de junho de 2012

O garoto

O garoto nada maroto,
sentado com as pernas cruzadas
entre uma parede e o vazio de  um desenvolvimento prometido
e ainda não cumprido.
Solitário,
descalço,
de ollhos assustados
implorava em silêncio
O SOCORRO!

O garoto no alto de seus 11 anos, não mais que isso,
usava uma jaqueta verde e um short marrom...
Seus olhos negros como a noite suplicavam por Cuidado,
Carinho,
Afago,
Amizade,
Zelo,
Amor
e EDUCAÇÃO digna.

O garoto hoje
sou eu
é você
...
O garoto ainda espera algum...
Espera  oportunidade,
mais que um teto ou uma cama quente
O garoto quer que você ACORDE
...
"Oh, pátria amada
idolatrada,
salve, salve"

Salve-nos
Dizia silenciosamente o garoto.
E a pátria tão amada era...
La-men-ta-vel-mente
cega e surda.

domingo, 17 de junho de 2012

Árvore

Árvore que de longe avisto
no crepusculo da noite
diante do meu vazio.
Na companhia de nuvens que insistiam em esconder a doce lua
lua dos meus sonhos
árvore dos meus encontros.

Escondida por entre os muros,
vívida dentre pessoas embriagadas,
ao som de uma noite de festa.

A brisa leve move tuas folhas,
tuas ramificações me acolhem
Teu jeito calado
que contempla todo o entorno
e não questiona.
Vida,
Transformações,
luz da noite
paz do campo de batalha
aconchego em noite solitária.

Canção sem melodia
Ruidez em silêncio
Movimento em inérsia
Guerra e paz
Infinitas possibilidades
verde vida
Florescer
amarelo amarronzado
fim de fase.

Um tom mais claro depois do outono
apenas galhos
onde não se percebe vida,
renascer verde claro
verde vida
verde tudo que me prende
imploro, solte-me
replicas:_ não vá, tenho algo a lhe dizer
Parte de mim está em você
Sinto, precinto
mas finjo não saber e sigo
Perdoe-me árvore, por não saber o que queres me dizer
Ar que me impulsa,
ar que me renova,
expulsa,
revigora
e melhora a cada dia.


Valorize o que está fora de você, ainda que lhe pareça inanimado.
Reflita e siga, mas faça por merecer.




domingo, 3 de junho de 2012

Flor artificial

Recebi uma flor branca
flor de papel branco
mas não era qualquer papel,
era um guardanapo de uma pensão,
feito a quilômetors de distância de mim.

A emoção foi tão grande quando a toquei que não resisti e a levei ao nariz para sentir o seu doce aroma
como guardanapo não tem cheiro senti-me uma tonta
Tonta de saudades,
abracei-te sem graça e mansamente lhe agradeci com um beijo no queixo
e o carinho nas mãos
era ela, a flor artificial que me dera.

sábado, 2 de junho de 2012

Numa noite dessas a chuva lavou minh'alma
noite pouco estrelada
e alagou o meu mundo interior
quando o meu coração chorou
por saudades dela
que partiu sem explicar-me o porque
Se foi deixando apenas essa saudade
Minh'alma alaga-se de lágrimas em noites tórridas como essa
sem lua, estrelas  e você.

MAYRINK, Claudia
SANTOS, Maria Claudia

Colaboração: Flor de Plástico