terça-feira, 31 de maio de 2011

Falta-lhe cores
Falta-lhe o abraço acalentador
Faltam-lhe sorrisos,
Amigos benditos e fieis.

Sobra-lhe ingenuidade
Plenitude
Juventude.

Exagera nos afagos quando pode,
Exagera nos abraços quando os tem,
Exagera nas conversas sempre que alguém se propõe a ouvi-la.

Devora o alimento como quem faz sua última refeição
Devora o amado como se nunca mais fosse vê-lo
Devora-se a si mesma quando no quarto sozinha está.

Entrega-se a lascívia de paixões desvairadas
Entrega-se aos rumores
Entrega-se como se nada mais importasse.

Derrama-se em lágrimas  em frente a tela do cinema
Derrama-se em lágrimas a cada minuto de solidão
Derrama-se em lágrimas toda vez que negam-lhe a mão.

Sobram-lhe códigos inutilizáveis
Sobram-lhe vicicitudes desiguais
Sobram-lhe colchas e retalhos.

O rosto carrega as marcas de suas vivências
O rosto denota ilusões dispostas
O rosto sobrecai num'alma vivaz.

Paixões opostas
Paixões sobrepostas
Paixões aluviadas.

Corpo quase sempre cansado
Corpo um tanto fraco
Corpo de homem, cabeça de mulher.

Restam-lhe alegrias escondidas
Restam-lhe retratos retalhados
Resta-lhe a esperança.
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMwJMvd3ScPdSN3Tv7ykWa6s3e2kFcxF7hbvHT-ERS3RATHkrLBZv2NiO_vB-dRndGuJ1JYOl2-IDlVFrQtEFQqwi3yuCP1m5yFd9VmaWVKwEieO2Y3elJjPJ06xHXwEfIgcEeSOgk-L8/s400/esperando+a+noite+chegar.jpg

Livraria de discos
Discoteca de vídeos
Cinema opimido
Teatro de imagens
Fotografias de sons
Somos todos Marias, Josés, Marinas e Leões.

Passarinho e fera
Docilidade no verão
Recolhidos no inverno
Somos os issos,
Os aquilos
e todos os achismos.

Branco  e feio
Lilás e belo
Suor e embriagues
Saudável e doente
Adulto por fora e criança por dentro
Criança por fora e adulto distante demais.

Social e suspeito
Coletivo e indivíduo
Ignorância e suspiro
Sabedoria e ingenuidade
Lugar de tudo
Que tem espaço pra somar.

É preciso partir
Não temos asas
O tempo voa fácil.

Alusão à...

 http://spc.fotolog.com/photo/12/42/98/cheinny/1208831736_f.jpg

Pastos verdejantes
almas Cálidas
Sonhos instáveis
Ilusões fruídas
Paixões ressequidas
Sorvetes sabor morango.


Contas bancárias no vermelho
Sem critérios estabelecidos
Moscas por sobre os alimentos
Não reclamam dos impostos, fecham-se as Firmas.

Se o pão está caro, deixe de comprar, quem sabe assim a coisa muda
Faça firulas com quem não merece atenção
Negue se for preciso
Encare os medos,
Anceie e busque mudanças.

Atravesse mares
Envolva-se em projetos
Queira e a arrisque o impossível
Seja lilás, azul
Façam da vida um arco íris
Belo e singelo nos significados.

Batendo em retirada 
As preces já não servem
Ouvindo músicas que tentam acalmar os sentidos
Exauridos os artistas pedem oportunidade para se mostrarem.

Pensem o que quiserem
Sejam o que quiserem
Permita-se ao que vier
Cante e encante quando der.

O discurso não precisa ser apocalíptico
Clássicos
Assumindo tarefas diversas
Sem valores fixos.


Inviabilidade da Arte, na arte... que parte
Parte do íntimo para o todo,
e volta do Todo produzindo mais intimidade
Que se desdobra a mil olhos e bocas participantes.

Operam corações em canções que lembram um passado alegre
Oferecem avidez
Opõe-se  n'alvorada
Constroem solidez.

Mãos armadas
Não requerem palmas, nem aplausos, nem complacência
Perdem-se pés, braços e cabeça
Na tentativa de reconstruir uma nação.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

O mesmo do outro que não sabia de si



















Continuava o mesmo
Com os mesmos trejeitos,
o mesmo  gosto,
o mesmo cheiro.

Em seu rosto nada mudara
as expressões, as ações
P' um espirro deseja Saúde.

Máquina polaroide que registra os momentos felizes
Tudo silenciava
Uma risada sonoramente contagiante interrompera o silêncio.

Dormir e sonhar (nem sempre)
Acordar e viver (seu pavor)
bala entregue à boca
lábios que se calam
Toda comédia tem seu lugar ou não.

Palavras que se repetem
Risos incansáveis
Casamentos que findam (em tempo de não se matarem silenciosamente)
Noiva que foge n'um cavalo alado

Flores artificiais
São teus aqueles sinais
Revoga-se ao que um dia fôra.

Palmas virados umas às outras, aplausos
Rosa, preto e verde
Dentes sempre a se mostrar, mas não sorria
Um piso que chama a bailar e ela dança mentalmente.

O canto de um rouchinol
Uma tosse insistente o interrompera
Um ninho sem filhotes
O mesmo do outro - nada raro
O mesmo em si - discurso raso.

Era o mesmo de tempos passados
Mesmo depois que as luzes se apagavam
Até quando ganhava um afago
Era assim, naturalmente racional, nada sensível, mas afável.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Artificial

http://www.dailygalaxy.com/photos/uncategorized/shutterstock_2587445.jpg

Interação e sonoridade
Intimidade a partir de um toque
Imagens e sons por eletrôdos.


Artificial
era o teu amor, Inez
Imaturo e desigual.

Artificial
o som de tua voz
a fixação por um abraço.


Artificial
as paredes do teu quarto,
aquele cordão que nos ligava
o espelho turvo de uma imagem criada.

Artificial
como um rochedo de ilusões.

Artificial
era o sentido que parecia nos unir
era a unidade desperça
era a mão que me estendias
era o mundo em que vivias.

Artificial
era tu, querida Inez
o ninho que habitavas
a tua sala, o teu cheiro, o meu sonho...

Artificial
era o amor
é essa dor, como árvore cotada
morta sem razão.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Saudade

 http://caninablog.files.wordpress.com/2010/05/cachorro-e-cha.jpg

Saudade palavrinha só nossa, de fácil identificação e simples tradução.
Saudade do tempo,  do vento.
Saudade átoa
saudade da garoa.

Saudade que aperta, que desperta.
Saudade dos encontros
Saudade que destrói.

Saudade boa,
Saudade que voa pra ti buscar
Saudade que volta sem você nos braços.

Saudade dos abraços, dos afagos
Saudade das tardes átoa olhando o mar
Saudade, saudade, saudade que dá.

Saudade que me acompanha por todos os lados
Saudade do laço, no laço ... que laço e faço laçar
Saudade do que não posso mencionar...

Saudade dos risos soltos, dos braços entrelaçados, do caminhar ao léu.
Saudade de acordar ao seu lado, do lado... que desnudo sempre estavas
Saudade safada que faz desejar o indesejável.

Saudade na cabeça, nos olhos
Saudade na boca, do beijo
Saudade que faz saltar o coração dentro do peito
Saudade no desejo de te encontrar.

terça-feira, 24 de maio de 2011

http://blog.gruponogues.com.br/up/g/gr/blog.gruponogues.com.br/img/gelo.JPG

O corpo cala quando sente frio,
Calafrios, assobios
No calor dos braços teus aqueço m'alma cálida.

Palidez
Alvorada voraz
Frio atenuante de corpos gélidos.

Relançamento de ferrovias
Balanço infantil,
Doce gentileza n'uma criatura tão viril.

Assustadora é a paisagem
Invandindo pensamentos
Acelerando os sentimentos.

Sólidão que se derrete junto ao gelo
Longitudes e Latitudes
Pontas e contas.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

http://singrandohorizontes.files.wordpress.com/2011/04/suicidio.gif
Dia frio
Clima tenso
Uma descoberta infeliz
O despertar de pensamentos infames.

O peito oscila
Entre o bem e o mal
Sente-se esgotado.

Tem sono
E sonha acordado
o despertar é finito.

Andar cadente
Calmaria e silêncio
A embarcação atraca.

Olhos curiosos fitam o mar
Crianças sorridentes
e outros a cantarolar.
 
Braços robustos
Rouquidão na voz
Pés descalços.

Corpo quente
Alma nua
Olhos desprovidos de compaixão.

Agonia e desejo
Instinto e razão
Tudo é caos.

Acordes
Sonatas
Pianos, vozes e violinos.

Teatro sem solução
Ouvidos mudos
Palavras surdas.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

 https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjt8acbTHr7XA1flKBFYjIX0uM6_dvY1ZQqbBy_Y_r4qZfbyG87K9_LsrIH_sCb2JnpF8T4QCkS7C3DcPfTf2WNOmIWYcYACsiMJ0W0j76Yn9loC6qpDafm5DOXVubb9Z9IIalM8LieqyI/s1600/tedio.jpg

    Hoje quero disfarçar o tédio, elevar-me. As cartas de amores passados não servem mais, necessito alma nova e nada ao redor me apetece. Não sinto frio, calor, fome ou dor. Meus olhos já não se inebriam como antes, estou envelhecendo junto a este sofá. Não sinto sede, temor, saudades nem tesão. Algo de normal (aquilo que é abaixo do "padrão") me acometera e não consigo identificar. O relógio insiste em marcar o tempo mesmo estando sem pilhas, não o alimento mais, assim como não tenho alimentado o cão e o meu organismo. Este organismo que tenta fugir da estrutura corpórea que ainda me sustenta. O lado sentimental do meu SER já não me reconhece.

terça-feira, 17 de maio de 2011



Foco perdido
Corações despedaçados
Caminhos sem volta.

O beijo que não se repetirá,
Os erros que não serão corrigidos,
Anseia-se um grito.

Ponte partida
Pontes de partida
Entre idas e vindas ele se foi.

Nenhuma lágrima foi derramada
Os nervos se aquietaram
Os pensamentos voaram longe.

Não  houve despedida
Não houve uma partida
Ele está entre nós, n'outro plano.

Jardins recequidos pelo calor
Terra umidecida de tanto amor
Paixões incompreendidas que se foram.

Não existe rima,
Não ha clima nem palavras suficientemente boas para descrevê-lo
A solidão bateu a porta dela.

Daqui não se percebe
As canções soam como versos
Versos que o vento leva até ele.

Lágrimas tencionam molhar aqueles olhos
Olhos agora tão tristonhos
Num coração que sente falta

Falta dos desentendimentos,
Das risadas,
Dos conselhos (nunca seguidos), sempre ouvidos.

A ilusão de tê-lo devolta dá-lhe esperança
O pesar é grande demais para ser explicado
O amor permace.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

http://bloglog.globo.com/FCKeditor/UserFiles/Image/tempo-ampulheta.jpg

A gente se perde
No tempo
No espaço
No presente.

Tempo que com sua boca enorme e voraz devora...
Ele devora tudo à sua frente
E as coisas se perdem no tempo do espaço presente.

Lembranças ficam guardadas
Casas devastadas
Sonhos de devoção.

Vínculos inexistentes
O espaço é assombroso
Resta-lhe esperar, esperar.

Desenhos soltos que se misturam  à realidade
É tudo tão estranhamente familiar.

Papéis em branco
Cores submersas
Pássaros à nadar
Peixes à voar.

Imagens distintas
Imagens fingidas
Café salgado
Água Amarga.
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXL9DwSklvmbwfcFOS3DPs0EkOyTrmhMTpynpOPtrVJHTJlqqLMfN4QbBtP2gC4ws0b7ksRUlJAALB4HYv8GJtvkHQmzIzidbRPT9oDJAKekrc9n1DEh2Snyx_wvHl9hixd3FGJxr6etx1/s400/Aug21009.jpg

Iluminuras
Ranhuras
Gravuras
Lembranças comuns.

Espasmos
Aspargos
Espaços
Vivências comuns.

Cerejas
Churrascos
Encontros às avesas.

Céu azul
Noites de luar
Constelações inteiras a ti iluminar.

Sonhos
Sentidos
Iluminuras quaisquer.

Nervos exautados
Esquinas diversas
Pés descalços.

Bares
Casais
Beijos que selam encontros.

Avenidas
Desejos
Despedidas

Calçadas quebradas
Um caminho esburacado
Desníveis e mais desníveis.

Calcula-se o tempo da chegada
Conta-se os passos.

Sapatos à mão
Vestidos sempre curtos
Mulheres que mentem
Homens que se omitem.

Noite escura
Música alta
Cães que ladrão.

Árvores floridas
Caminhos revestidos...
Pétalas.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Donzela

 http://storage.koinup.com/090723x175072/175072-6.jpg

Vejo-te de longe
Observo seus passos
Esses passos tão largos, donzela
Teu sorriso encanta
Ah, esse teu olhar!

És fagueira
És donzela
És pura
És muito faceira.

Braços sempre soltos
Vestido que à tua silueta alonga
Pernas firmes
Pernas grossas
Pernas que não se cansam.

És vigorosa
És fogosa.

Cabelos soltos ao vento
Olhar brejeiro que só tu téns
Ô! nobre donzela sou tão simples,
Por ti tenho desejos
As tuas lágrimas quero secar
Um beijo doce quero lhe dar
Afagar-te
Acolher-te em meus braços rústicos.

Téns a pele tão alva quanto a neve
És tão amorosamente singela
És indefesa
Téns a voz mais aguda que já ouvi
Que entoa belíssimas canções.

És tão frágil e inigualavemente gentil
És formosa
És a ladra que roubou meu pobre coração.


Tu nem sonhas que meu peito por ti pulsa
Os batimantos cardiácos vão a mil quando a vejo passar
Conheço seu cheiro de longe
Porque é de lá que estou sempre a ti admirar.

Ela dança feito princesa
Caminhas como uma fada
Flutuas no ar
O meu corpo acorda quente quando sonho contigo
Senhorita me torne seu amigo!
Serei o mais fiel, dedicado e confidente que já tivestes.

Noites solitárias
As tardes são triste quando não a vejo passar
As manhãs tem mais brilho quando os passarinhos trazem notícias suas.

O tempo é tão curto quando à feira tu estais
ouço cantigas de roça
A fogueira aquece os violeiros
Meu peito queima feito brasa.

Estou sempre a vislumbrar-te
Os dias se fazem mais completos
O caminho mais repleto de flores
Não sou atrevido
Apenas sonho com um encontro que seja mágico.

Parabéns!

http://www.seletas.com/paginas/presentes/presentes_ursos/sapinhos%20agarradinhos15x9x22cm%20$31,50.gif
Ouso recitar
Amigos são bons
e vem de nós
quanto melhores somos
mais amizades significativas temos.

Sou pequenino perto de ti
isso denota admiração
Não se assuste,
o vejo como um irmão.

Passando por uma lojinha avistei estes sapinhos
E lembrando de ti comprei-os.
Seu aniversário
Um presente
Que dedico com carinho e a amizade de sempre.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Cidade

 http://www.wscom.com.br/arqs/noticias/imagens/800/201010201113020000009905.jpg


As coisas são diferentes por aqui
O ar é popluído
O céu acinzentado
As árvores não dão frutos
As flores não desabrocham.

Os poetas não declamam mais
Os escritores estão sem perspectivas
A língua já não se espande.

As ruas são espaçadas
Ha pedestres por todos os lados
Jovens se confundem com os velhos
Velhos que caminham como se não tivessem para onde ir.

Perdeu-se a noção do outro
Indíduo e individualidade
Via Láctea
Via ferrea
Via crucius.

As coisas são diferentes por aqui
Olhos que não funcionam
Seres que se ignoram
Barulhos, perturbações
Vozes que entram pelos ouvidos e saem rasgando os tímpanos.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Linhas

http://www.sabetudo.net/wp-content/uploads/2010/05/linha3-300x267.jpg

Linha sinuosa
Linha reta
Linha turva
Linhas que denotam curvas.

Linhas que transportam vida
Linhas na palma das mãos
Linha semi-reta.

Linhas que surpreendem
Linhas pura geometria
Linhas cosméticas.

Linhas de beleza
Linhas que engordam
Linhas para emagrecer.

Linha de vida
Linha de pensamento
A linha que deve ser seguida.

Linha no nascimento
Linha leve
Linha contínua.

Linhas esporte
Linhas correntes
Linhas de sorte.

Linhas de pipa
Linhas arranha céus
Linhas meninos e meninas.

Linhas pesadas
Linhas de estudo
Linhas que nada dizem.

Linhas animais
Linhas aterrorizantes
Linhas que levam ao abismo.

Linhas que ploriferam ódio
Linhas que levam a destruição
Linhas inimigas da razão.


Linhas da língua saboreando emoções
Linha de sensações
Linha de quietude, silêncio extremo.

Linha suntosa que nos faz viajar
Linha que denota sensualidade
Linhas encrementadas, perde-se nelas

Linha nas notas musicais
Linhas milimetricamente esquematizadas
Linha nas estradas.

Linhas por toda parte
Linhas que se encontram
Linhas paralelas.

Linhas que nunca se veem
Linhas transversais
Linhas pitorescas.

Linhas em preto por sobre o branco
Linhas coloridas
Linhas artísticas.

Linhas de Da Vince
Linhas de Machado
Linhas de Chopin.

Linhas graves
Linhas clave de Sol
Linhas avienenses.

Linhas constituintes
Linhas que dão forma
Linhas transparentes

Linhas ascententes
Linhas signo
Linhas de perigo.

Linhas quentes
Linhas frias
Linha sem sabor.

Linhas fulgazes
Linhas aparentes
Linhas de expressão.

Linhas de raciocínio lógico
Linhas de organização
Linhas de todas as vertentes.

Linhas de costura
Linhas que são tendências
Linhas que não se entendem.

Linhas assexuadas
Linhas de prazer
Linha sadomazo...

Linhas desejo
Linhas cinematográficas
Linhas fotográficas.

Linhas lobo e fera
Linhas dozenlas
Linhas heróis.

Planetas que se alinham
Sujeitos que saem da linha
Linha e bafômetro, perigo a vista.

Linhas que se escondem
Linhas que se subtem ao ridículo
Linhas pesar.

Linhas de construção
Linhas aflição
Linhas que não se sabem linhas.

Linhas andantes
Linhas sem valor
Linhas errantes.

Linhas festivas
Linhas na dança
Linhas que dançam.

Linhas simples
Linhas compostas
Linhas compósitas.

Linhas nas fachadas
Linhas fabricadas
Linha abastadas.

Linhas que carregam um emarando de significados
Linhas que nada signicam
Linhas sempre presentes.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Cortes

http://www.poesias.omelhordaweb.com.br/img_poesias/8330_gr.jpg

Objetos cortantes
lâminas que dilareceram
papéis em branco
tintas derramadas.

Longa estrada
alta velocidade
buracos e crateras
pontes submersas.

Uma passista sambando com um violino à mão
Homens que desbravam terras longínquas
Existem coisas que as pessoas não precisam saber.

Sons perturbadores
Atmosfera hiper tensa
Feridas que não sicatrizam.

Cortes profundos
Corações rasgados que não podem ser resgatados
Agonia do destino traçado, como modificá-lo não se sabe.

Sangue que se infiltra em lugares inabitáveis
Morte secreta e lenta
O dono da festa se esconde.

Criaturas estranhas
Não ha saída
deve-se encarar toda dor.

Remexer no íntimo
Reações surpreendentes
jovens que se vão... astros pesados.

Cortes vicerais
Lembranças aterrorizadoras
Um breve alucinar.

Passado deixado para trás
Caminhos sem volta
cortes retrógrados.

Nervos à flor da pele
Pele à flor dos nervos
Ilusões distorcidas.

Ausência de  sentimentos
Realidade imagética
Mentes que brilham na escuridão.

Salários não dignos
madrugadas mal dormidas
Corpos devorados por formigas.

Mente insana,
Pés descalços,
Corpo doente.

A todo momento tem um pedaço arrancado
Valores inesistentes
o amargo e o Salgado são igaus.

Imagens sinuosas
Imagens que embaralham os olhos
que deturpam a visão do que está por vir.

Cantigas sem razão
Castigos de antemão
Solusos em vão.

Cortes por falta de sorte
Saliva com gosto de vingança
Derramento de sangue.

Sensações familiarmente satisfatórias
histórias contadas de um presente distante e que não se enxerga
flores despetaladas no caminho.

A língua atrai dor
Não ha como fugir
Os cortes são muito profundos.

Teu corpo em pedaços
Não sente mais nada
Apenas saboreia o desltilar da água corrente.

Distrações que o desconserta
Canções que o faz sorrir
Sem chance de sair, perturba-se


Emails, telefonemas
definições que não levam a nada
conversas que destilam veneno.

A maciez de tuas mãos à face alucina
O desdobrar das rotas
Nada mais pode acalentá-lo.

Sonhos inimagináveis
Alvorada algoz
um corte na alma.

Surreal poética de fruição
Dúvidas constantes
Pianos que não param de tocar.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Música

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMMmmEXpkR16c2GdnuBqPaQqwsKDTf0bHzjxsIcb5TFl6EiRKwPqd396GdVpuyD6Ym1wSBcnnTWLC12TGAiE_B6UqYIxrUV1fE6makRpZlglQksG8HbWXJO4zKOaCo0J1zhVo_y2nC4HBK/s1600/m%C3%BAsica+cachrro.jpg

Instrumentos de sopro,
uma percussão,
cinco rapazes
e uma praça.

Uma bicicleta,
Dois saxofones
e um trompete.

Árvores que se movimentam numa leve brisa
Como se estivessem a bailar 
um coreto inusitado
MÚSICA..
O som encanta a quem por ali passa.

Alguns baquinhos talhados em madeira
Senhoras que caminham com seus cães param para apreciar,
Um pequeno menino aplaude
E os seus olhinhos se fixam nos instrumentos
Todo encantamento da música não o permite olhar para o outro lugar.

Tênis, sandálhas trançadas
bermudas, pernas cabeludas
Trompete, Partituras
Uma melodia que torna a atmosfera mais sensível.

O barulho dos carros na rua não atrapalha
Nada mais existe senão aquela doce musicalidade instrumental
O artista é um coadjuvante
e sua música protagonista de uma mágica história.

A visão fica turva
A paisagem de mistura
Som e imagens não se diferenciam, são homogêneos... únicos.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Ela



Ela sabe que é...
Sabe que desperta desejos
Desejo nos meninos que são meninos,
Desejo nas meninas que são meninos.


Ela desperta inveja
Inveja nas meninas que são meninas,
Inveja nos meninos que são meninas.

Ela sabe que é...
Sabe que exerce um poder sobre todos
Desperta o monstro adormecido dentro de cada um
E fascina-me a cada troca de olhar.


Ela não sabe...
Fico louco por aquele corpo
O teu sexo me atraí.

Ela se esconde...
Cabelos semi louros
Numa sensual calça legging  
Encima de um salto que teima em nos chamar.

Ela é vivaz
De doce voz
E de olhar sincero.

Ela sabe que é...
Com um cérebro inigualavel
A todos encanta.

Ela não sabe...
Viajo no teu decote
O meu peito arde em chamas.

O seu belo par de pernas me ALUCINA
Ela é assim como um sonho surreal
Uma realidade imagética que me vira a cabeça.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Medos

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmsH7gHOLyTpHsojaoWq7LDOE5xgEISFZmiKNDGFDNmNljGic4u8PYXn22mkWX2cgwmbjWFhRJ2XrAHo9boCpKizrgTYui94fYQ1T_6ZzWKxpPH_xRbdVR8d0kuUpWivcNIYfoXj2ogMQf/s1600/medo1.jpg


       Tive sonhos estranhos. Sonhos que me fizeram acordar feito pesadelos, daqueles que a gente busca significados. Eles estavam entranhados no meu incosciente e gritavam: _ "Encare os seus medos!" Tão logo despetei dentro de mim, não queria encará-los de novo. Voltei para o sono e não tardei a sonhar. Esses outros foram tão vicerais quanto os anteriores.

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgd-dsLaw25y-4K8G7lyRIHvSDR8muRFv2pyRARz_KYCyunWwmXfbA455167iU7fF__GLc_xEeTvbDvxKxnyUJCMyqFIWtRO6KZo1PSfparY9w-taz42TVCCftcTTfabVXtKndEUVi2JjM/s400/Medo.jpg
Medo da escuridão
Medo da claridade
Medo do que vem fácil
Medo que chegue tarde.

Medo dos que vão
Medo dos que ficam
Medo dos olhares
Medo de todas as palavras alheias.

Medo tortuoso
Medo tontuoso
Medo do Não
Medo do que está por vir.

Medo do amanhecer
Medo ao entardecer
O medo é tão gigantesco que me sufoca
Medo do Medo.

Medo que atormenta o ego
Medo subentendido no verso
Medo do NADA
Medo de TUDO.

Medo do que posso vir a SER
Medo desses teus olhos famintos
Medo do sangue que corre em tuas veias
Medo de ti sereia.

Medo do que? passo a me perguntar
Medo do amor
Medo de amar
Medo dela, daquela, da outra, da aurora, da flor que murcha...

Medo da não aceitação
Medo da repugnação
Medo da partida
Medo da despedida.

Medo de ter muito
Medo do pouco que me resta
Medo daquela sombra
Medo do ser humano.


Medo daquela imagem
Medo do teu reflexo
Medo da minha imagem refletida
Medo de encarar os próprios medos.

Dias Melhores


Vivemos esperando
Dias melhores
Dias de paz, dias a mais
Dias que não deixaremos
Para trás
Oh! Oh! Oh! Oh!...

Vivemos esperando
O dia em que
Seremos melhores
(Melhores! Melhores!)
Melhores no amor
Melhores na dor
Melhores em tudo
Oh! Oh! Oh!...

Vivemos esperando
O dia em que seremos
Para sempre
Vivemos esperando
Oh! Oh! Oh!
Dias melhores prá sempre
Dias melhores prá sempre
(Prá sempre!)...

Vivemos esperando
Dias melhores
(Melhores! Melhores!)
Dias de paz
Dias a mais
Dias que não deixaremos
Para trás
Oh! Oh! Oh!...

Vivemos esperando
O dia em que
Seremos melhores
(Melhores! Melhores!)
Melhores no amor
Melhores na dor
Melhores em tudo
Oh! Oh! Oh!...

Vivemos esperando
O dia em que seremos
Para sempre
Vivemos esperando
Oh! Oh! Oh!...

Dias melhores
Prá sempre...(4x)

Uh! Uh! Uh! Oh! Oh!
Prá sempre!
Sempre! Sempre! Sempre!...

Jota Quest 

Composição : Rogério Flausino

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Menina

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Menina sonhadora 

Encantadora 
Sedutora
Avassaladora
Que com a voz tímida seduz

Com os dedos cativas e reluz 
Traz luz
Acende um brilho no olhar 

De quem ousa passar... 

Atrevida 
Requerida 
Incontida
Vida.. Vida agitável 

Incansável 
Agradável
És bela

És fera
És encantadora
És simplesmente Alice.


Autora: Outro alguém. D. Lua desconhecida

A Bola

 https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWIfQnDnGUnMSriodl6u4TsdPpx03l7XBFLaQt-HesXp4xIO5RX4kCprky83tAz6bkXskaNeD9L_lD4QcM2Qzr4eGCV9wH5aQedXLfq1C3WoFtb1LpY2uAQVoed5sLxg4QR8TjsBPFjsJi/s1600/1+a+pela+menina+jogando+futebol.jpg

Um campinho des gramado
com lama por todo lado
Duas meninas e uma bola

Não ha grama para amortecer as quedas
carros que passam
buzinas ensurdecedoras

A bola lá no alto
Corpos que sobem para cabecear
Olhos que brilham quando o gol acontece

As árvores ao redor aplaudem
A bola atinge suas folhas, derrubando-as
Não se importam, as meninas sorriem e a bola cai

Quanto mais animadas as meninas ficam
mais alto e longe a bola vai
Num chute apressado, violentamente ela bate em um carro

Meninas arteiras
Meninas que aprontam
Meninas que amam jogar bola

Meninas que de maneira inusitada crescem
junto com elas o gosto pelo jogo
Meninas grandes que não abadonaram a bola.


  




http://sorisomail.com/img/1298153775106.jpg      Hoje tive outro daqueles devaneios, dessa vez foi um tanto diferenciado. Não pensem que é incomum, pelo contrário, é demasiado natural qualquer coisa que saia dessa minha mente repleta de conhecimentos, algo estranho acontecer. Acordei sentindo-me grávido, como posso ser homem e estar carregando outro ser dentro de um ventre que não possuo? Indaguei-me confuso. Tomei o café da manhã como de costume, dois pães do tipo forma e integral com iogurte repleto de aveia, alguns sereais e mel, muito mel. Tinha desejado abacate, odeio abacate logo pela manhã, mas ainda assim preparei uma mistura de leite desnatado, açúcar mascavo e a metade de um abacate em um liquidificador, bati tudo até se tornarem homogêneos. Algo dentro de mim desejava tomar o recipiente inteiro daquela mistura estranhamente familiar, lembrei-me da noite anterior, nada acontecera para sentir-me assim demasiadamente diferente, já era tarde quando adormeci, tinha passado horas no laboratório buscando resultados, respostas às mesmas questões de sempre. Não há nada de estranho em sentir fome logo cedo, embora não seja um habito, contudo, essa sensação de estar alimentando outro ser me assusta e nada, ou quase nada me assusta, desde o colegial quando sofria por usar pouco mais que os 10%  normalmente utilizado pelas pessoas da capacidade cerebral, bom isso é outra história e prefiro não remexer agora. Ás vezes me sinto como se fosse 'Um hoje' e 'Outro amanhã,' posso dizer que como somos mutáveis, sofri “mutações”, é, parece engraçado, mas hoje pela manhã  foi exatamente assim que me senti, um verdadeiro mutante. Não, eu não assisti a nenhum filme que possa ter influenciado de alguma maneira o pensamento de hoje. A sensação de não ser mais fisicamente você mesmo é interessante, sempre ouvi o que as mulheres tinham a dizer, e, elas sempre tem muito a declarar. Hoje sou eu quem tem vontade de fazer declarações e falar pelos cotovelos, assim como àquelas mulheres que tentei interagir em noites de descontração, mas nunca deu certo, porque não conseguia ir à diante, o primeiro encontro era também o último. Eu as ouvia e também tentava falar, pouco e quase nada, é normal, sou mesmo um cara de poucas palavras e muita atitude, embora isso não as convencesse. Muitas vezes tive a ligeira impressão de que essa ou aquela não me levariam tão a sério, a ponto de se permitirem ir pra cama comigo, não pensem que sou virgem, não, eu não sou já faz tempo, e ainda não consigo entender porque raios estou tão feminino hoje. Por que cargas d’água estou sentindo-me como se tivesse um ventre e estivesse carregando um pequeno ser lá dentro? Recordo-me da última mulher que se permitiu me amar e presumo que tenha sido a única até hoje, sem mencionar minha adorável mãezinha. Ela era tão calhiente e fugaz, incompreendida, não se permitia chegar perto, sempre tomava as iniciativas e ao mesmo tempo era tão frágil e delicada. Não tínhamos muito em comum, ou melhor, nada, mas a cama funcionava maravilhosamente bem, isso quando eu tinha disposição física, adorava seus gritos e gemidos de prazer, a satisfação final, ela me devorava... 
        Envolvi-me numa pesquisa complicadíssima e por dias dormi no laboratório da universidade em meio a livros, luvas, lupa, cafeína, computador e curiosidade científica, precisava alimentar meu cérebro que ficava cada vez mais sedento e esqueci-me completamente do compromisso mais importante da minha existência, Hortênia, minha voraz e de gênio forte amada “namorada”, se assim tenho direito de nomeá-la, nem sei mais. Quando me dei conta e voltei para casa não a encontrei, fui até o “nosso” quarto e não havia nenhum vestígio, nenhum sinal de que ela tivera passado por ali, pior que isso, nem o seu cheiro estava mais ali, era como se ela não tivesse passado pela minha vida, como se tivesse sido um sonho bom, como mais um daqueles devaneios que costumo ter. Pus-me a chorar, como há muito tempo não fazia, desde menino não derramava uma lágrima, essa reação orgânico-sensível não me acometia a tanto tempo que fiquei surpreso e por um segundo esqueci o motivo, é, eu sou meio estranho, surpreendo-me com minhas reações como um cientista louco pelo processo das coisas. Findado mais este devaneio me dei conta da gravidade da situação em que me encontrava e fui até a rua para fazer uns telefonemas, já que não possuía linha telefônica em casa, não gosto dessas tecnologias que aproximam uns e distanciam outros, pois bem, com um cartão à mão e a caderneta na outra comecei pelo mais provável, liguei para a casa dos pais dela, mas não sabiam onde ela poderia estar ou simplesmente mentiram-me, em seguida liguei para a melhor e única amiga de Hortênia, ela não era de muitos amigos assim como eu também não, essa amiga revelou-me seu paradeiro, ela havia decidido recomeçar noutro Estado, pedi encarecidamente que me desse o endereço ou algum número de telefone para que pudesse entrar em contato com ela e saber o que se passava dentro daquele lindo crânio. Corri para o aeroporto e dentro de algumas horas estava chegando à rua da casa de uma tia de Hortênia, onde possivelmente estaria hospedada. Essa tia me recebeu quase que a pedradas, ela estava decepcionada com minhas atitudes, indaguei-a sobre que atitudes teriam sido, já que não a conhecia. Disse-me que fui covarde demais para perceber o quanto Hotênia me amava e que sentia o mesmo por ela, pediu-me que fosse embora da cidade e voltasse para a vida de estudioso que havia escolhido e deixasse sua sobrinha em paz, pela primeira vez fiquei sem reação e me acovardei, hoje sei do erro consciente que cometi só não quis enxergá-lo na época. Nunca mais vi nem tive notícias de Hortênia. Acovardamo-nos por temer o desconhecido, embora sempre estivesse buscando coisas novas, descobertas que fizeram de mim um homem unicamente reconhecido como poucos artistas, filósofos e cientistas. Compreendi que a gente aprende mais com os outros e a perda foi fundamental para este aprendizado, sinto falta do que um dia foi "completamente meu" e deixei passar.
        Essa sensação estranha de alimentar outro ser como se estivesse crescendo dentro do ventre que não tenho não é mais um daqueles devaneios que tinha ate conhecer Hortência, é a criatura que vem tomando conta daquele que fui um dia quando ainda estava com ela, essa criatura está cada vez mais presente, me fazendo lembrar o tamanho de meu egocentrismo, simplesmente para manter presente a visão que não fui capaz de ter quando deixei de viver o que todo ser humano necessita, mais que as descobertas e invenções,  tal como as necessidades físicas, o verdadeiro amor.