terça-feira, 31 de março de 2015

Acordei blues

Hoje acordei blues
sonoramente baixo
sentimental sem apelar por atenção
Intenso sem sufocar
sozinho, enamorado de um saxofone
Alma cantante num tom baixo para não despertar o mundo.
Ora oscilando entre a raiz do blues e a visceralidade do blues-rock
Que evoca atenção
Que dá vazão a elucubrações sobre as quais me perco na busca do caminho.
Sem apoio, sem aviso...
o blues embala minhas tardes vazias e me mantem vivo
acordei blues e não pretendo voltar a dormir.

segunda-feira, 30 de março de 2015

E bastava ela gargalhar para que ele se derretesse todo, mesmo sem nunca tê-la visto, era cego dos olhos e não do coração.

quinta-feira, 26 de março de 2015

Para estar perto

Converter-se-ia no que quer que fosse para estar perto
Reinventar-se-ia caso fosse necessário para estar ao lado

Para estar perto, entenda como dentro sentimentalmente, faria o que preciso fosse
ausente, apenas distante dos olhos, os teus, infelizmente.

Sem tato
Sem chance
Sem intenções de sua parte
perco-me na busca de um novo modo de conquistar-te

Dou-lhe atenção
e peça-me o que quiser,
passar a noite em claro ao telefone, o farei

Seus pedaços
rins
dorso
costas
tonturas
adoecimento
seja o que for, estaria lá, caso quisesse apenas conversar.

Faço-me presente mesmo na sua inconstância
Taciturna
ouvidos sempre atentos
e numa fala doce, mesmo que ao telefone, você adormeceria em paz.

Para estar perto, tornei-me vossa amiga.

terça-feira, 24 de março de 2015

Discos e livros espalhados pelo chão
memórias
a proximidade do outono
as vontades...
vitrola ligada – Ella Fitzgerald – me embala
um copo cheio
garrafas vazias por toda parte
representam a saudade do que nunca de fato se teve
em dias como este, nublado (quente/frio/chuva),
me entrego a melancolia desmedida

segunda-feira, 23 de março de 2015

Não venha me convencer de sua inteligencia fazendo uso de respostas rebuscadas, demasiadamente longas e sem sentido algum, é na simplicidade do básico que poderá "ganhar" minha atenção. Não se iluda com qualquer fala minha, estou num âmbito basicamente simples e sem rodeios.
Quando uma fala se repente é possível que quem a tenha escrito não tivesse mais o que dizer, portanto, não se surpreenda, é mais simples do que pensa.

domingo, 15 de março de 2015

Um casal de mãos dadas e a visão do afeto me remetem a você... saudade por todos os lados e paixão recolhida. A distância é só mais um pesar que me atormenta. Enquanto seus olhos brilham por outros, os meus a tempos estão sem focos e vez em quando se enganam.
Foram 365 dias de ronco e o tempo passava devagar, porque numa falsa paixão eu ignorava... eis que agora qualquer segundo neste ruído me incomoda de modo visceral.
Ah,  o tempo passa de maneira muito diferente quando o que se pensava ser paixão some como coelho em cartola de mágico.
Incrível é a percepção do Ser que um dia imaginei ter me apaixonado, agora um completo estranho que tenta contato.

Grande falha acertar no alvo errado (quando não havia alvo algum)... e a novela continua mesmo depois do fim da ‘relação’, porque ela insiste em dizer que não terminou e afirma que ainda a amo, ledo engano.

sexta-feira, 13 de março de 2015

Ela queria tudo ou nada, eu era 8 ou 80, então, a relação teve um fim antes mesmo de começar.

Ela era, ela é

Ela era tudo que eu sempre esperei e achava que jamais encontraria
Ela era como a bela nos meus sonhos mais remotos
Ela era e nada poderia negar isto, a não ser eu mesmo.

Ela era assim...
a ternura em forma humana
o amor distribuído por uma epiderme branca, quase pálida e ainda assim linda.

Era gentil,
delicada, honesta e amável, brava quando necessário,
ela era sexy quando tinha vontade de...

E era dona de lábios tão sedosos, que me recuso a comparar a qualquer outra coisa que exista, se é que existe.

Acordei de um sonho ao lado dela e era tarde demais para dizer-lhe o que e como me sentia por tê-la tão perto da realidade
Era tarde porque já era hora de voltar ao lugar dos sonhos, das lembranças.

Lembranças essas que em noites de insônia desenho com palavras num papel que continua em branco mesmo depois de horas
Lembranças de sentimentos, lugares, atividades, momentos, histórias que penso ter vivido com ela.

Ela é um sonho que deixei de viver por completo por ter acordado tarde demais.

segunda-feira, 2 de março de 2015

Um estranho quase amor

Leia-me devagar,
soletrando cada palavra,
virando as páginas delicadamente
e no palato me desgaste como fosse o seu prato predileto.

Leia-me vagarosamente
faça marcações se e quando necessário for,
mas não  me deixe sozinho sob olhos estranhos.

Dedilhe as folhas delicadamente
como fosse mais que um objeto,
faça como se realmente se importasse.

De vez em quando, sem exageros, me procure
E retirando a poeira da solidão faça-me sua companhia
Olhe fixamente em "meus olhos" para ver o reflexo do que se pode achar que é o amor - você.

Leia-me como se fosse a sua última visão de mundo
Leve-me para viajar em sua imaginação ao ler as descrições em mim,
Coloque-me na bolsa ou mochila e pelos bares, esquinas, baladas, ônibus serei o companheiro mais silencioso que poderia vir a existir.

Releia-me para os que ama, assim me sentirei amado por eles.
Rasgue-me com toda intensidade do seu gélido olhar buscando novidades quando não há.
Pouco me importa se me deixas no escuro, acenda a luz da imaginação

Somente lhe peço que apenas não me deixe sozinho entre idiomas estranhos, com os quais não poderia dialogar.