sexta-feira, 29 de abril de 2011

Lua


Lua  faceira
Lua de fases
Lua nova que me renova as energias.

Essa lua que me mantem acordado
Lua cheia
Ah, doce Lua eleva-me aos céus.

Lua minguante
Lua tão gentil
Lua atenuante.

Lua que me acende
Lua crescente
Ela é mais que amante.

Lua de quatro fases
Mulher Lua de inúmeras facetas
Essa Lua mulher que me alegra ao anoitecer.

Lua firme, ela está sempre a me fitar
E quando se esconde deixa-me desesperado
A saudade toma conta de minha alma quando no céu não estais.

Lua, Lua... só desejo a ti, oh Lua
Lua que banha e abrilhante minhas noites de amor
Lua visceral, ela me alucina

Lua que alimenta o meu desejo
Lua que me fascina
Lua de intensa paixão.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Água

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi56lcB4EMIvPlxa6rx1ZccGVCbm3Daqsv190-EJwLjqJjMWmpsTchZ4S6cK1QOGXdpCEgikIx9uZw8UalrlYJ_tF-eXmHuyETnHiLIN9Rlg26aZfyb2AWD63cf1egcNtK8sUqA3VRmyDM/s1600/chuva-43.jpg

Na agonia do desejo
trasformo-me em água
para adentrar o teu ser

Saciar-lhe as fantasias
Libertar-te da Angústia
Como água que cai do céu molhar teu corpo

Aprisionado numa cruel realidade
Desolado e enfurecido, Solitário e angustiado
Extremamente irritado, não tenho para onde fugir.

Um caminho tortuoso
Num trânsito assombroso
anseio encontrar-te

Despertá-la do pesadelo
calar as vozes que te atormentam
Refugiar-me dentro de ti

A chuva não para
Os carros não andam, parado estou
O caminho não tem fim.

Transtormar-me em água é o meu maior desejo
Encontrá-la adomecida
Envolvê-la na calmaria do meu rio
Ser inteiramente seu.



Claudia Mayrink e Flor de Plástico

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Homem

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFVcG9-NaEORnRk3ZHKeYJa67Dmik-P8YV2g0e5_fssnpQGbMhxL7s8GQyDxWeSEGdavTfEKH3fHPLufPD3bm_CPaqJA6GgSfq2UFOewPoTitvglZdxVubOewKjmasuydEXSg9mqNL2rg/s400/homem_flores.jpg
Ontem era da realeza
Tinha a força de 10 soldados
Fui poderoso

Nascido de um berço dourado
Que ao logo do tempo prateado se tornou
E da realeza hoje não mais sou

À lua crescente me marcou
Na lua cheia me fiz homem
Na minguante te enalteci

Na lua nova fiz uma ecolha...
Esconder-me debaixo de vossa saia, gentil plebeia, teria sido o meu fim?
Ontem era da realeza,
rodeado por futil nobresa

Hoje destronado me elevo aos céus
Na beleza do teu sorriso fiz-me um homem melhor
Sem batalhas, nem lutas ou guerras
Sem Adeus e sem remorsos
Apenas o sossego de seus abraços

Ah, plebeia que me fez mais humano
A ti devoto o sentimento mais nobre que o Nome,
que a côroa real ou a tradição familiar...
Devoto-te todo o meu Amor.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Aqueles olhos

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQ1Vz0HDxb4J2oJclh7v3yk04MGHaXPkpuohCxE0UZWDzBj3YLPCyl0ypQ4YkQ2QsHA7VjP0ozBt15xBtN_Wn1tKmzyeTAKKk_u3NSOjbBI7eBR9UmBcZKud36f6s3jxhVnsUHOMM1jjoM/s320/Desejo.JPG
Olhos pequeninos por detrás desses óculos
As marcas do tempo não importam
O brilho da lua realça a tua beleza

Cabelos lisos e negros como a noite
Mãos finas feito veludo
Pele alva que emana sensualidade e transpira desejo

Esses olhos tímidos não enganam
Trasmitem o que a boca não tem coragem de falar
Entre carinhos e tesão eles se encontram no escarnio de outros olhos a lhe fitarem.

Seios fartos que a blusa deixa escapar
A calça esconde um encantador mistério...
Sob o desejo de se enroscar em outras pernas

Ela exala e anseia o exatace de lábios molhados
e língua saliente a invadir seu território.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Observações

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUrqdHhWSyVv8EOV5bKW9PxtJNTrci3k5pQVH6y4wjA8kNm5_VUiBo7VYkmrDUSZyHI-BfcjHLfrv1DAYqFEw1cDLqxNjGtbk7c7hHywrpNF_XKPIRqIYj0B9NFYV87YAHoXMYI84CkSY/s640/pinturas_realistas_pessoas_parede6.jpg
Teto branco
Chão num piso acinzentado
Paredes revestidas de tijolinhos
Mesas molhadas com cerveja.

Sorrisos, bocas
Música, conversas, bebidas
Copos sempre cheios.

Cigarros, fumaça
Paqueras, dança
ciumes, tênue luz
roupas, gestos, sabores
fome, vermelho e amarelo.

Perto e longe do que se pode chamar de paraíso
Pés que batem no chão ao som do rock
Ela se encanta facilmente
quase se sufoca com palavras que não pode soltar.

Paredes manchadas
bermudas, saias, calças
vestidos... tudo chama sua atenção
Todos os cheiros, os gostos
a musicalidade, os rostos, beijos e abraços.

Debaixo da escada
Cheiro de tinha
corpos que bailam
Corpos malhados.

À porta do  banheiro
Sob luz artificial
paredes verdes e portas vermelhas
Tudo sucinta sexo.

Espelhos, rostos que se admiram
Meninos que parecem encantadores de outros
Meninas que não percebem nada além de si.

Apalpes, afagos
Teias de aranha
Portas que abrem e fecham
Mãos que se lavam.

Pista cheia, gente santa, gente insana
Nada mais vale se não dançar, divertir-se
Este é o lugar.

Ela cansa
Precisa de papel e caneta
e tudo explode
de dentro para fora e fora para dentro
Até esvaziar-se quase completamente
sobrando mais espaço para outras informações.

O corpo não se mexe mais como antes
O cérebro pede mais atenção
e implora por um lugar mais tranquilo
Na solidão de um quarto
E não se sente mais tão vazia como antes.
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgg-TX466WN2gvp1V4nNOm38Clnvgxg8dkDHYuxK_htvIDu4Dv1dP_jzYevXocNtsdx7-3Q3hWa1Gb-06UBFX24MQtZyJCw-VoafuCn8NjYdUNt7XLyFmk6JYAxM7LW9McqE9ZMYpgAlWk/s320/arvore+borboleta.jpg
O chão estava coberto do que pareciam ser pétalas, a garotinha que bincava perto dali assustou-se ao ver que eram asas. Ela era tão pequenina que não conseguia entender tamanha afronta à natureza, mas também era muito curiosa e foi correndo chamar sua mãe, avó, tia e todas as outras, contudo, nenhuma delas lhe deu ouvidos e a menininha voltou para o quintal, chegando lá se deparou com as folhas das árvores caídas no chão e ficou surpresa, já que as asas haviam desaparecido. A pobre menininha olhou para cima e percebeu que as asas estavam no lugar das folhas e novamente correu à chamar as mulheres mais velhas, como de costume nenhuma delas lhe deu ouvidos. Voltou ao quintal cabisbaixa e sem entender porque ninguém acreditava e ainda sem querer, quase que tentando descobrir sozinha aquele mistério, ela olhou para o chão e não havia nada, virou-se para as árvores e também não estavam lá, sem saber o que fazer, fechou os olhos e pensou que tudo aquilo era um sonho e logo acordaria, passados alguns segundos ela sentiu cheiro de terra molhada, era a chuva começando a cair no solo, neste instante seus olhos se abriram e vislumbraram o desabrochar das flores nas árvores que estavam  no seu devido lugar. Desta vez ela não sentiu vontade de compartilhar com ninguém, pois percebera que era para guardar segredo. Um segredo entre ela, as árvores e todas as borboletas.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Estrela cadente

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwaRSS_iXAS3GbVrhsh8Mf5Bhtsh6arn57irUSLk_Z1DHBK1Pfg-DhL9ho388giDAVnUqxRT1gEFXb3ILH4u_mYK4jz7LcCxHiY22_F1oOa-BdPq8XRtZBP2UJT9xvJ5gZU3_B2B_qr4M/s400/new-3.bmp



   Certa vez ouvi dizer que apenas flores que desabrocham num dia de verão vivem até uma semana sem murchar.  Quão doce me pareceu aquela mentira. Na época era um menino ingênuo e acreditava no que os adultos diziam, sempre que percebia algo novo questionava-me, mas não obtinha muitas respostas. Numa noite nublada contei ao meu avô que havia sonhado com pequeninas estrelas, aquelas que são cadentes. O vô disse-me que não era um bom sinal aquele sonho e fez-se um imenso silêncio entre nós, olhamo-nos profundamente nos olhos, percebi que os dele se perdiam dentro dos meus. Pensei com meus botões que teria sido melhor se não tivesse comentado nada, mas logo meu devaneio findou-se quando de repente ele me falou sorrindo que nem tudo que sonhamos quando estamos dormindo deve ser levado em consideração, neste exato momento o abracei e senti uma lágrima cair no meu ombro. O céu estava nublado, não havia estrelas a vista. Novamente o silêncio se fez entre nós, até que o nosso cão latiu e o vô levantou-se indo em sua direção. Hoje ao ouvir minha esposa dizer "EU TE AMO" entendo a razão de todo aquele silêncio, naquela época meu pai já não estava entre nós e o vô quase nunca falava dele. Quando vejo meu menino brincando   faceiro e esperto, fazendo tanta "arte" compreendo a dor que ele sentia por ter perdido seu filho tão jovem, eu era menino demais para alcançar aquela dor e vivia sonhando com estrelas cadentes. Minha mãe contou-me que numa noite de luar ela e o vô me viram ajoelhado perto do balanço no quintal e quando se aproximaram ouviram o meu pedido, que era para uma estrela cadente. Não lembrava do fato, mas ela me falou sorrindo e com lágrimas nos olhos, que eu pedi a estrela para trazer o pai de volta. Está era a razão do silêncio e do olhar perdido do vô quando contei do sonho com uma estrela cadente, porque na realidade não havia sido um sonho.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Febre

http://2.bp.blogspot.com/-uUAsedm1iCs/TVw6sVxmqWI/AAAAAAAABFw/Yh0OuypPsBs/s1600/1029195.jpg

Febre de cólera
Febre de cólica
Frebe, ela sente febre

O tempo fecha
ela se fecha
Desespera-se 

A lua vai 
O sol vem
E no vai e vem da rede ela pede

Suspiros
Sussurros
Agonia

Febre, ela tem febre
Sente calor, frio
Não quer ajuda, é auto suficiente

Febre de amor
Febre paixão
Febre e dor

Febre, febre
Febre, muita febre
Ela quase se derrete 

Entre o derreter
E o reagir ela oscila
é tanta febre que não se reconhece mais.

Febre malária
Febre dengue
Febre do nada

Febre afeto
Febre efêmera
Febre no olhar

Que febre que nada
Ela quer é atenção
Febre que dura o tempo do teu piscar de olhos.

Não, ela tem febre de verdade
Febre tensão
Febre tesão

Essa efêmera febre
Febre que queima os miolhos
Dilacera o sujeito e atormenta a donzela

É tanta febre que ela quase se transforma 
A febre faz parte dela e ela da febre
É febre e mulher, mulher e febre.





segunda-feira, 18 de abril de 2011

Imagem

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEilmHsQEnVejMF_HBKCxeVx9a3Pl2JSB_O0b_7i7cOh7zj580qoYHoudBFDko8asINMjHbmsHfkXetwsb2xqFq3QvPoLTJaccNT-fVOPiKorVaNxav0Q3QKlItlBcFJQarWVPrhdTEKMIQ/s320/homem+no+espelho.jpg

    Na imagem  construida de si, algumas vezes, busca-se atingir a perfeição, o equílibrio inexistente. Com plena consciência do outro perde-se no inconsciente da própria essência.  Sem saber para onde ir, quase atônito pelo reflexo turvo da imagem criada, ele cai na mesmice senão cairá em si e acordará, despedaçando os desejos e afligindo seu peito como uma flexa envenenada que  atinge em cheio o coração. Sua frivolidade é assustadora. Sua tenacidade provocadora. Onde andará aquele que certo dia pensou em mudar as coisas de dentro para fora? O que fizera todo este tempo?
      As máscaras foram derrubadas e ele não é mais o mesmo, embora continue escondido na imagem criada. O fluxo da vida segue um caminho tortuoso, no qual ele persegue  uma linha que lhe parece reta. Seus olhos vislumbram as coisas mais belas criadas pela natureza e pelo ser humano.  Um homem desnudo cruza-lhe o olhar, ele disfarça, finje não notar quão egocêntrico aquele homem demonstrou-se. Não percebe que aquele era o seu verdadeiro reflexo, fundido à ferro e fogo, pintado e escarnecido à bronze em uma praça pública. O homem não cruzara seu caminho ele sempre esteve a sua frente e mesmo depois de sua morte ainda sobrevive em suas entranhas por mais que ele negue sua existencia.
     Uma apreciação fidedigna de mãos que destilam afagos e agressões. Corpos suntuosos que se despedaçam e olhos que ignoram a verdade. Mas que verdade seria essa? As bocas não calam, elas falam o que o cérebro está cheio, neurônios se conectam para revelar segredos. Descama-se por sobre a pele a cópia fiel de uma imagem construida para destruir seu criador.

Dentre todas as Almas já criadas.

Dentre todas as Almas já criadas -
Uma - foi minha escolha -
Quando Alma e Essência - se esvaírem -
E a Mentira - se for -

Quando o que é - e o que já foi - ao lado -
Intrínsecos - ficarem -
E o Drama efêmero do corpo -
Como Areia - escoar -

Quando as Fidalgas Faces se mostrarem -
E a Neblina - fundir-se -
Eis - entre as lápides de Barro -
O Átomo que eu quis!


 Emily Dickinson 
(Tradução: José Lira)

sexta-feira, 15 de abril de 2011

As mesmas coisas




Hoje ela está igual a ontem
E mesmo que esse ontem não volte mais
ainda assim quer manter-se distante.

Labirinto interminável
Passos largos em direção a saída
Ela está perdidos, não encontra a luz.

No trânsito de todas as manhãs,
percebe as coisas que contornam seu trajeto
Um caminho sempre igual, por vezes,
mostra-se intangivel.

Encontros e desencontros
Não procuras mais nada
Tem tudo à disposição de sua mente.

Num jardim recequido
Ilusões despedaçam seu peito
Aqueles sonhos surreais não existem mais.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Amor Platônico


Eu sou apenas alguém
Ou até mesmo ninguém
Talvez alguém invisível
Que a admira a distância
Sem a menor esperança
De um dia tornar-me visível

E você?
Você é o motivo
Do meu amanhecer
E a minha angústia
Ao anoitecer

Você é o brinquedo caro
E eu a criança pobre
O menino solitário que quer ter o que não pode
Dono de um amor sublime
Mas culpado por querê-la
Como quem a olha na vitrine
Mas jamais poderá tê-la

Eu sei de todas as suas tristezas
E alegrias
Mas você nada sabes
Nem da minha fraqueza
Nem da minha covardia
Nem sequer que eu existo
E como um filme banal
Entre o figurante e a atriz principal
Meu papel era irrelevante
Para contracenar
No final
No final
No final
 
Legião Urbana
Composição : Legião urbana

O que te emociona?

http://www.bloguespirita.blogger.com.br/maorosa.gif

O canto dos pássaros
Chuva sem o poder da destruição
O desabrochar de uma rosa.

O nascimento
A perda
O que é justo ou injusto.

A consciência do nada
O inconsciente de tudo
O desejo de ser ou de ter.

O pecado do ato
Os prazers da carne
A certeza do errado ou a dúvida do que é correto.

O que te emociona?
Arriscar-se
A pacificação ou o cãos.

O emaranhado de sons e cores
Um doce beijo
A despedida.

Um olhar enfurecido
Aquelas mentiras desfeitas
Uma verdade dolorida.

O caminhar de uma formiga
A união de uma colméia
O Amor.

Aquela garota ser tua
Ser ou perdoar verdadeiramente uma desavença
A miséria do outro ou perceber a própria miséria.

Compartilhar um biscoito
Uma caneta à mão
Um papel em branco.

O que na verdade te emociona?
O tudo e o nada
A falta ou a intensa percepção de que está fora.

Loucura ou devaneios
Imaginação ou simples surto
Doce, Salgado, azedo e amargo

Todas as coisas emocionam.


Claudia Mayrink e Flor de Plástico

DISFARCE

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhd7rdIWRwxIrmw7SAGkpSReZbrnqF1NFfHM-kZUb_SfCtJPAqcLktwl3BN8IuGPGxFVjo8GX4Vx1FLm7iAbG4jENo9HPHsRYfV-lyiD8kwq9W3ehCl4afdjS1nwOAr9MQDd7bYT33AnJcT/s400/Sem+disfarce.jpg

Ser ou não ser
Não vou questionar a questão
Querer e se permitir
Existe controvercias na realização.

Imaginar ser
tentar relevar a razão
o impulso e a insensatez
me fazem voltar.

Apresentar-se como queria
ou talvéz como outra
faz-me retomar a razão
e por vezes me leva a maiores devaneios.

Sonhei, lutei por tantas coisas
Acreditei em vão
Fui levada(...)
a uma sordida ilusão.

Tive de me desfarçar
por uma nova situação
e acreditar piamente
que seria minha salvação

Lutar contra isso não posso
Não  posso conviver com a desilusão
Decepcionar quem me cerca
seria o confins da minha solidão

Desfarçar quem sou é uma decisão
Lutar contra tudo e todos
é me arriscar a solidão
e apesar de tudo abro mão desse disfarce para não viver na solidão.

Claudia Mayrink
Colaboração: Flor de Plástico

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A garota

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRuluAW3mh4XHkM8mOhJnpT-WVNwMfpT2UK4dT-k_MH7AprBE6tVQWxqs_6vXsAi2_hgeAh-mNzYTLBzrz0fJa4_u30G-QNa50-5HroXt0cpbzMSwytpwBow9ghHuRiPXQuotvd6eY01g/s400/Menina-mulher.jpg 
Ela é assim
Diferente,
Inusitada,
Certinha (?)

Tem carinha de Boa moça
e não ha quem duvide,
porque realmente ela é BOA.

Super FILHA,
Super AMIGA,
Super NAMORADA...

Incomparável
Ama todo tipo de bicho,
até gente.

Ela é assim,
a garota dos sonhos de qualquer carinha
a garota dos meus sonhos!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Outras Intenções


Não é preciso,
não diz mais nada
Fecha os olhos pra ver
O Mundo aquece quando se cala
Sente o que há por dizer

Mesmo que a gente negue
Na razão
Descuide dessas defesas
São outras intenções
Queira ou não queira
Assim vamos nos entender

Nenhum de nós
Será o Rei
Sem cobranças ou castigos
Afinal vou usar o que há em você
Mas eu dispenso as frases de amor

Use o silêncio que ele te fala
Deixa o tempo correr
Assuma os riscos tudo é tão claro

Ta estampado em você
É flutuar ao vento
Transições
Espero as suas surpresas
Esqueça o sim ou o não
Boas maneiras
Assim vamos nos entender

Nenhum de nós
Será o Rei
Sem cobranças ou castigos
Afinal vou usar o que há em você
Mas eu dispenso as frases de amor

 Marjorie Estiano
Composição : (Alexandre Castilho/André Aquino)


Recomeço

Sente frio, calafrios
Vibrações, tentações
não ama, nem pode.

Quer voltar,
olhar teu sexo
É classicamente piegas.

Num emaranhado de sensações,
batendo em retirada,
ela não quer mais nada.

Ao vivo
em preto e branco
Não quer cores para não ofuscar teus olhos.

Ela fugiu,
era caro viver ali
Comunica-se com outros sujeitos.

Um bom começo
surge dentro de seu coração
um novo prazer, outros jogos.

Respiração ofegante
em nome da Paz
Silencia!

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Reflexões...

Na escuridão dos seus olhos
percebi o teu mundo
Não posso explicá-lo
Selecionei-te dentre tantos olhares
Não posso me permitir
teus sentimentos são vãos.

Foi fundamental carregar as baterias
Deixei passar 60 anos
Nada foi modificado
Ser azul, preto ou laranja
Técnica, prática, discursos
Reflexões perdidas.

Sentimentos desperdiçados,
às vezes perco a voz.
Como fazer para ti tocar?
Algóz  me alimenta
Ando na contramão
Esperando o teu olhar.

Seu tempo esgotou.

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhyRKRdNdNw8K_in-54k9V9Ypibba8HhiDFCfyrz0nhYLVNT477t0tXXAYIk5zWKXQMNZHXLOkhLhQCNdgPfIFpVH5rT4AFDnHaaDtx7U9yrs-ae5cbYiKhKof5iEfQIswU2PgMuh6Jt_s/s400/chave+e+porta.bmp

Uma tarde ensolarada
Uma noite inusitada
Pensei... não ha nada que me prenda aqui.

Ter é bom, mas ser é melhor
O equilíbrio estaria em unir você a mim
Ser e ter ao mesmo tempo.

Vítima de um destino cruel
Sondar teu coração e não me encontrar,
ler em teu diário o nome de outro quase foi o meu fim.

Não ha razões
Não ha realidade plausível
Não ha sonhos realizados.

Hoje cantei para você,
Escrevi poemas,
Te amei.

Não sonhamos os mesmos sonhos,
Somos muito diferentes,
Mas temos a mesma ânsia.

Não ha saída,
Monte o seu mosaico,
Seja responsável pela sua Língua.

Não sei teu nome,
Nem sei que impacto terá
Nada restou, nem um fio de realidade.

Nada tem a ver com ser ou não especial
Não ha tolerância
Vá em frente, destrua.

Tempo esgotado,
Siga os seus escritos,
Desapareça.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Desde 1966 estava escrito em um lugar nada comum
Meus olhos ficaram turvos
no instante em que avistei.

Característica só tua doce mulher
Estava escrito por debaixo de seus médios e negros cabelos
Tão negros que por pouco não a escondia.

Um menino como eu fazia-lhe companhia
Pensei, que garotinho de sorte ele é!
Por estar com uma mulher como tu.

Um semblante doce envolto numa disposição jovial
Tal visão me devolveu o foco,
Não ha nada melhor que observar-te passar.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Consciência

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAkTzqCqW-CChy67QuaVve2hHR5royU05V7-zt92lsyhIEZaMEmesfIJTOSYDbqyVIt6f03ZGQnULMFPYeAOQ6mO8KFxftn7r8ISpXfcyOIwkdxZBOcits6nYqPGOlkbJ0lOnEU8dF0BWh/s1600/mulher+triste.jpg

Acordei pensando em como teria sido se uma bala atingisse minha cabeça.
Pensei em como seria não ser reconhecida e o pior, não ser procurada por ninguém.
Um assalto no ônibus em plena luz do dia deixou-me assim, apreensiva e reflexiva.

Traduzir como me senti no momento é simples,
Analisar o que acontece dentro de mim é substancial

Acordei pensando em não mais te ver, em simplesmente esquecer,
mas  só de querer sei que não conseguirei.
Às vezes me pego olhando para o 'nada', mas calma
Meus pensamentos voam longe

Coisas sem sentido vem me acometendo
E busco respostas, quero mais,
quero não me sentir tão só,
embora saiba, lá no fundo
que tenho muitos comigo
e muito a fazer...

Tentar entender e querer explicar é muita pretenção.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Imaginação

E perguntaram a menininha:
_ O que você é hoje, menininha?
_ Nada, ela respondeu-lhe.
_ O que pensavas ser ontem, menininha?
_Tudo! respondeu-lhe sorrindo.
_ E o que serás amanhã? perguntou-lhe curiosa a nobre senhora.
_ Ainda não pensei, senhora.
_ Ora, precisas imaginar, andas muito sem criatividade. Pobre menininha! Exclamou a senhora.
_Prefiro não imaginar hoje o que serei amanhã para poder SER qualquer coisa! Finalizou sorrindo a doce  menininha.


http://www.duniverso.com.br/wp-content/uploads/2010/04/menininha-campo-flor.jpg
 


terça-feira, 5 de abril de 2011

Sonhei

Sonhei que era um gigante. Esse cara era diferente.
Ele não era como o pé grande, malvado e aterrorizador, muito pelo contrário, esse gigante era pequenino e bondoso, de coração nobre e cultivava a harmonia e a paz em sua Terra. Vivia cantarolando para sua amada donzela. Tudo o que era belo despertava seu interesse.

Sonhei que era um gigante. Esse cara podia fazer todas as coisas que apenas sonho.
Quando sua imaginação revoava por sobre os campos, todas as flores desabrochavam e no mesmo instante em que se via distante daquilo que o faz ser quem é, imediatamente elas murchavam e caiam no solo, fertilizando-o ainda mais.

Sonhei que era um gigante. Esse cara não tinha limites.
Seguia seus instintos sem pestanejar, nem mesmo cogitava a possibilidade de não ser assim ou assado. Às vezes ele se distraia no campo florido e retornava a sua natureza viril no instante seguinte. Caminhando descalço na chuva, ele sentia a maciez e o cheiro da terra fértil e molhada. "Quanta paz há neste lugar", pensava ele.

Sonhei que era um gigante. Mas infelizmente acordei pequenino.