sábado, 31 de dezembro de 2011

As cores da tua paixão


Os desejos mais viris povoaram minha mente nesses dias que se passaram
As árvores,
Os passarinhos
Toda natureza
Azul
Verde
Rosa
E vermelha
Todas as cores das mais diversas
Das paixões travessas,
Das paixões fugazes
Das paixões escondidas
As platônicas e a nossa
Sempre correspondida
Paixões da carne
Dos desejos mais profundos
Desde os mais puros
Aos mais intensos e quase profanos
No verde era ainda menina
Ao entardecer se mostrou mulher, cor de rosa
E no azul celeste
Na noite mais estrelada
Uma lingerie preta
Ela me dominou os instintos
E mesmo que eu lutasse
Ela era mais forte
E como uma leoa me devorou
Sem dó,
sem medo
Sem pudor
E sem o menor ardor definitivamente foste a MELHOR.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Mãos frias

A mesma mão que escreve algumas histórias,
        as desfaz
A mesma mão que afaga,
        tão friamente pode maltratar
 A mesma palma que educa
         destrói sentimentos
O mesmo tato que sente e faz sentir prazer,
          apaga o sentimento, magoa.

A mesma boca que brinda,
          fala mal
A mesma mão que brinca,
          também fere
A mesma que pede paz num gesto bonito
          é a que impunha armas
          e faz guerras.
A mesma que toca instrumentos
          e faz músicas é a que renega um filho
          os dois lados num só corpo.
e a escolha é nossa.      

Mãos que cantam liberdades por vezes infundadas
Infinitas possibilidades de trato
Sabemos que são escolhas desleais ou não 
               dependerá do ângulo observado.

Frágil ou não esteja por si só preparado
        acontece que não estamos
        enganam-se os que se acham
        e sofrem nunca intensidade absurda aos olhos dos tidos como mais fracos.

Seja honesto consigo, tire um tempo para se recuperar e prossiga,
        logo ali tem algo muito bom esperando por você,
        uma ideia, uma atitude, um novo amor.

As mãos pareciam quentes,
era eu que a amava demais e ignorei a verdade.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Impressões de uma tarde de segunda.

      
         Uma boa demonstração de paciência, equilíbrio e certa serenidade, são total observância às atitudes ao redor. Hoje aprendi uma lição, que esperar analisando as opções que se tem ou não à frente, é acima de tudo sinal de sabedoria. O agir impulsivamente, bem sabemos, que não passa de uma jogada arriscada e um indicio de completa ignorância.
      Sentada num banco de praça, aguardando um amigo chegar, olhando os passantes e também era notada por uns e outros nem tanto, cada qual ia ou vinha de um lugar em direção às suas casas, escolas ou trabalho, não importava. Uma invasão de imagens, quadros em movimento penetravam por minhas retinas e inundavam meu cérebro. Paisagens açoitavam-me enquanto os sons da rua tentavam interpelar minhas nada intencionais interpretações dos passantes. Ao mesmo tempo meninos corriam de um lado a outro na tentativa de um pique pega figurando sua energia, juvenilmente me deparei sorrindo com uma tenaz lembrança dos meus tempos de menina, sempre a correr no fim da tarde, antes do derradeiro chamado para o banho e jantar, por uma voz que era um misto de autoridade, doçura e cuidado, quando de repente um grito de dor de um menino me despertou da infância, ele havia caído e assustado foi acudido pela irmã que segurando sua mão o ajudou a atravessar a rua e numa questão de segundos sumiram de meu ângulo de visão. A essa hora um formigamento já tinha tomado conta de minhas pernas cruzadas em forma de borboleta sob o banco de cimento, coloquei-as para baixo a fim de aliviá-las, voltei a sentir o sangue correr pelos vasos e veias, era uma esplendida sensação, estiquei os braços e alonguei-os junto a coluna e bocejei de olhos fechados, quando os abri o semáforo marcava vermelho, olhei para a frente e vi que uma menininha de dentro de um ônibus me observava e gargalhava, senti-me como um pequeno animal fazendo graça através de uma ‘jaula’, não me sabia do lado de dentro ou de fora, neste momento o semáforo marcou verde e os carros andaram e eu perdi  a imagem real e submergi noutras questões. Pouco depois meu amigo chegou e com ele a minha vez de partir, atravessando a rua em sua direção.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

O espelho reflete um desconhecido rosto
Os pés pisam neste chão como se fosse a primeira vez
Canções são repetidas, mas não se percebe seu significado
Ela não respondeu aos meus torpedos
Não me responsabilizo pela ausência do meu Eu
Insignificantes palavras
Infinitas sugestões
Olhares insinuantes
Aquela paixão ardeu nos lábios e foi-se embora
Sem deixar marcas ou lembranças
Sou um desconhecido observando a mim mesmo
Os dois lados da cama que me deito estão vazios
A mão que insinuava um toque mais firme sente apenas o nada
O narrador é um apático vigilante
O observado é um desconhecido de si
O amante se desfez em pó de pedra
A mesma que marcou o caminho
A saída,
A partida,
A despedida,
A expectativa de se reconhecer
O viajante, teu ex amante
Perdido nas linhas do tempo
Nas asas do vento,
Derretido em salgadas lágrimas
Derrotado pelo mal
O mal humano
O bem que fraquejou
O oposto do Não
O negativo Sim
O silêncio das bocas que não mais se beijarão
Do encontro que nunca poderá acontecer
Das tardes nubladas
Das manhãs chuvosas
Das noites sem luar
Dessa terra nebulosa e frívola.
Corações rotineiros
Clamam liberdade
Orações,
Orações
Cantigas de exaltação
Humanidade desigual
Maquiagens escondendo marcas do tempo
Escondendo as tristezas
Falsos sorrisos calando desavenças
Corpos desnudos
Oráculos decifrados por computadores
Viadutos,
Vielas,
Ruas desérticas e açoitadas
Sentinelas por toda parte
Antiguidade esquecida
Sanidade
Disparidade
Localidades decorrentes
Assaltos recorrentes
Pernas acorrentadas
Braços cruzados
Mãos sempre atadas
Sangue escorrendo pelo piso
Asfalto
Chão de terra batida
Qualquer lugar comum
Manchando,
Demarcando
e
Marchando para o fim.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Campo

Terra fértil
Campo arado
Àrvores casa de passarinhos
Espécies as mais diversas
Ninhos.

Pastagem
Bois,
Vacas,
Cavalos,
Cães de guarda
pasto farto.

Natureza conectada ao puro ar
A melodia do campo são os sons de vida,
da vida
No teu braço caminha perdida uma pequenina formiga.

O velho homem ordenha a vaca
O jovem afoito corre com o cão ainda filhote,  guiando as cabras
A represa não se renova
Ervas verde musgo tomam conta do lago
A água ainda é viva
Mas não ha mais peixes.

Teus pés estão quase sempre inchados
Mas ela não reclama, ela ama o campo
Há um ninho no vaso de planta 
O campo emana cheiro de flores
E está rodeado de vida
Ser feliz é um estado de espírito.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Por que o trânsito te irrita?
Se num lugar  lá fora
tem um que grita
Não é um grito só
Um grito de dor
de So-cor-ro
Um grito que clama por tua misericórdia
Tu não percebe que há coisas maiores
e se distrai com um jogo no celular,
uma música,
Ou uma conversa qualquer
Lá fora há um menino descalço,
sozinho e cansado
Não ha nada incomum  entre...
os seus olhos e os do menino
Embora estejam sob o mesmo solo,
A mesma terra árida,
o mesmo calor
O sol brilha com a mesma intensidade para ambos os lados
Os sonhos de um se realizam aos poucos
Enquanto os do outro são tenazmente esquecidos
Devorados pelo tempo que não perdoa
e as mágoas também deixam de existir
Sonhos de creme
de doce de leite
de chocolate
E o céu ainda é azul
As noites escuras e frias
Mas cheias de afeto
no canto do outro apenas solidão.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Discurso

O discurdo em prosa:

      "Caros companheiros de luta" - tentava discursar um homem por sobre um caixote.
       Este nobre homem tinha boas intenções, daquelas que o dito popular declara que o inferno está cheio - deixo-lhes uma curta pergunta: Não seria aqui o tal "inferno"? - Uma infinidade de pessoas passava pela rua durante o seu longo discurso, nenhuma se quer parou para ouvir, mas o homem se mantinha sólido. Um dos passantes sentou-se próximo para descansar e amarrar o cadarço do tênis, quando percebeu que havia um homem gritando, arregalou os olhos para prestar atenção no que o discursante falava. Não eram palavras soltas e sem sentido, para ele tinham firmeza e objetividade, soavam como um despertador logo cedo, o acordando para o que estava acontecendo lá fora e não se notava de dentro do casulo formado por cada indivíduo. As palavras entravam em sua mente e causavam-lhe um turbilhão de pensamentos, que a princípio lhe pareciam absurdos, mas que se conectavam com os daquele desconhecido. O jovem, até então alienado, que andava sempre cabisbaixo aproveitou uma pausa para indagar algumas questões ao homem, este respondeu ao que sabia procurando sempre manter contato com os olhos do jovem para dar continuidade a sinceridade do discurso, que posteriormente daria continuidade. Por fim o homem perguntou o nome do jovem e sua idade, somente a título de curiosidade, no que este respondeu acanhado que tinha apenas 19 anos e seu nome não importava naquele momento, o homem de pouco mais de 45 apertou-lhe a mão num cumprimento de cavalheiros e sorriu dando continuidade ao seu discurso. O jovem seguiu seu rumo.
      Na tarde seguinte passando novamente por ali, acompanhado de alguns amigos, ele parou de novo para amarrar o cadarço do tênis, nesse instante um dos amigos começou a caçoar do homem que estava no mesmo lugar discursando as mesmas palavras de ontem, o jovem lhe interpelou pedindo que não o fizesse pois aquele era um homem de palavra firme e verdadeira, o amigo se calou. Nesta hora o homem sorriu para o jovem que foi cumprimentá-lo, alguns minutos se passaram enquanto conversavam, um de seus amigos aproximou-se a fim de convidá-lo a continuar o trajeto com seus skates, no que o jovem  apresentou-lhe ao homem que sorrindo estendeu-lhe a mão, o rapaz recusou-se a cumprimentá-lo e virou as costas dando um ultimáto ao amigo. O jovem pediu desculpas e antes de se afastar disse que seus amigos são como ele era até ouvir o discurso na tarde anterior, e, agradecendo se despediu. O discrusante nunca mais viu ou teve notícias daquele jovem.
     O homem continuou sua rotina discursando em praças, a cada semana um lugar diferente, sempre lembrava da tarde em que conversou com alguém e se sentiu importante, afinal de contas o seu louco discurso havia mudado alguém, já que o resto - resto este que era ele mesmo - não se importava e não mudaria o seu estado de loucura.



O Discuro em verso:

Mentes descompassadas
Pálpebras dilatadas
Braços cruzados
Lares desfeitos
A compaixão a-ca-bou  se esvaindo
Nações desconsoladas
O planeta pede ajuda
A humaninadade tornou-se desumana
ou sempre foi?
Interrogações atróz
Não existem sentimentos complacentes
Os seres não humanos morreram
Nada escapou
Abelhas procuraram refúgios
Pássaros lugares para construir ninhos
Os existentes foram derrubados
A palavra AMOR perdeu o sentido
Os sentidos se perderam
Não há saída
Apenas entrada
Sem volta e de volta ao que se pode chamar de "'inferno"
Imoral, ilegal, ilibado, inimaginário
Ignorado por longas décadas
e no fim as contas, que levam a dízimas periódicas
Infinitudes parietais
Fim de uma realidade nunca existente
apenas sonhada e esperançada por alguns
Os pobres ingênuos
Loucos
Hoje descontentes de tudo e satisfeitos com o nada
Sem consciência
Sem o "e quem sabe um dia?!"
Sem o isso
O aquilo
O outro
O talvez
Apenas descaso
e não por acaso
resolvem gritar
............
..............................
...................................
...........
............................
...................................
............
.............................
...................................
............
............................
...................................
...............
..........................
....................................
..............
a energia acabou no meio do caminho
e as palavras fugiram como quem tem medo da verdade
e o grito se calou num ultimo suspiro
Sem ultimato
E sem direito algum
Nem mesmo a uma breve resposta.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Um filhete de luz atravessou-me
Iluminei-te
E vagarosamente a surpreendi
Tantas falacias
Os anais foram alterados
Falavamos descompassadamente d'outras coisas
Recitei-te uns poemas
Vislumbravas um toque
Ingênuo, não percebi.


Era o teu sorriso que me fortalecia
Os teus pés que me levavam além
A tua pele que supria minha vontade
Vontade...

Esse teu amor bandido que me iludia
E recusando meu coração você partiu
Partiu meus membros,
Partiu meus sentimentos em um milhão de pedaços
Adoeci e o meu Ser deixou de existir.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Sem fundamento

Não preciso de imagens para me fazer entender
Faço uso apenas de palavras
Essas tem vida longa
Artigos,
Contos,
Resumos,
Poesias,
Textos,
Trechos,
Uma infinidade de possibilidades
Extra curricular
Extra, extra, extra
Inúmeras intonações
Significancias,
Sentidos,
Sentimentos
Sentir
Sem ti aqui, aqui... aqui no peito, no cérebro, na boca, nos dedos, na ponta do lápis, teclado, tela.
Esparramadas num pedaço de papel
Alucinando aqueles que as lêem
Com trema, sem trema, não trema e não tema
O tema é este,  o medo antecede o aplauso
Idiomas diversos atravessam oceanos
Atravancando olhares, repetições... re-pe-ti-ções
Os que dão vida as palavras são aqueles que dela usam e abusam.

Placebo

O remédio para todo o tédio
A razão de tua absolvição
A palma que acalma
A lança que fere
A dança que cansa
O som que encanta

Placebo
O remédio para todas...
Amarguras,
Luxurias,
Lamurias,
Teus mistérios

Placebo
Para as instituições
As aparições
As perseguições
As milícias
Os mal'icianos
Os viciados
Os mal'amados
Os não amados
Os desalmados

Placebo...
Para que te quero?
Responda-me aquele souber.

sábado, 29 de outubro de 2011

Verbete.

Marcas de um tempo que tardou a se mostrar
Seus pés eram pequeninos para  tanto caminhar
Logarítimos marcavam e re-marcavam os caminhos
Mal administrador do peito aquele que te deixou escapar por entre os dedos
Suas mãos eram demasiado quente, hoje estão frias pela distância
Há rugas que denotam o tempo decorrido da aurora em que nos conhecemos
Os ritos
Os mitos
Os aflitos
Os sonetos seguidos nas valsas dos salões
A revolução
As trocas de correspondências,
Danças,
Olhares,
Correntes, torrentes
Ligações, aparições
Ela era como um soneto
Ela não era verdade
Não era mentira
Não é passado
E se faz presente
Ela é o caos e a pacificação
Ela é o indefinível.

A razão que me tornou mais amável,
Menos humano,
Mais sensível,
Menos calculista,
Mais artista,
Menos fascista,
Mais sincero,
Mais humilde,
Menos altruista
Ela é o eterno desconfiar
O sim e  o não
O abrir mão do 'EU' em prol do outro
Sem nome, sem dono, sem face
Ela é inexorável
Não manda, orienta.

Ela erra e aprende
Não há imagem que a represente
Ela é...
A ...
..........
.....
.........
minha ...
..........
........
A...
.........
......
........
Sua...
.....
...
..
A...
......
...
.....
Deles...
....
..
E  a...
.......
...
......
dos outros
.....
..
....
...
..
.
Ela é a...
........................
....................
.................
..............
..........
.......
.....
....
...
..
.
Consciência.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Os dez encontro meus

 Seus olhos friamente passaram pelos meus e de uma maneira inexpressiva seu corpo se distanciou trôpegamente, naquele instante morri por fora, mas algo dentro de mim tinha esperanças de que, quem sabe num próximo encontro, notar-me-ia?

domingo, 11 de setembro de 2011

Desapego



Hoje não estou pra palavras
sem parábolas
sem sonetos
sem cantatas
Não quero palavras
as faladas
as escritas
as cantadas
as em forma de cone
de bonde
de partida
nem de chegada
sem imagem
sem madrugada
Não quero valsas vienenses
permanecer parada
sem movimento
sem dança
nem a valsa do Minuto
nem sua saia rodada
nem um lápis à mão
nem uma estrada à frente
Hoje encontro-me sem palavras
e ainda assim elas insistem em me seguir
a passos trôpegos
a passos largos estranhamente envoltos n'algo sem nome
sem passado
sem pleitear o futuro
sou presente
teu presente
mesmo que ausente daquilo que deixou de ser
num dia chuvoso
num canto qualquer de um cômodo comum
da casa vizinha
vazia por dentro
sorrindo por fora.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

 https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhh2s5eQz6xY5qegd4hiBBrrVt7Qz31JZMLh0kzFDcduWEYb_SJDy377aYSNkWJUCIO3vMZBVTzTFeznl3dcBCaaHECTPLpnaawlXRXQTKnADPsF2b4nE8iJUyAohHiZp32m7hHz_S7-1w/s320/Sadness_by_joiM%5B1%5D.jpg

Sotaque encantador
Língua devastadora
Suas palavras soam como música
És atriz do meu palco
Gestos inebriantes
Desconheço teu rosto
O foco de luz não me permite ver
O ensaio corre,
você descorre com tanta leveza
Numa cadeira ao fundo da sala te observo
A orquestra eletônica preenche a distancia
Teu nome não sei


Elocubrei maneiras para aproximar-me
Alguns instantes de devaneios eróticos
e o teu corpo toquei
A tua face vislumbrei
Mais que um simples beijo desejei
Encontrava-me no palco ao lado teu
encenando o mais terrível dos contos
o conto dos encontros sonhados...os que nunca acontecem

Num súbito rompante algo me despertou
Teu suor
Tua pele
Tua língua afiada
Uma espada cravada no peito
Aquelas, as outras, os sujeitos, os apelos
os apegos, os afagos, as muralhas vencidas
E os medos superados...
Tudo não passara de um  pesadelo dentro de um sonho bom.


terça-feira, 23 de agosto de 2011

Sistemas de Proibição

http://www.motonline.com.br/wp-content/uploads/2011/03/proibicao-das-125cc-nas-rodovias-parte-5.jpg

Ícones gravados na memória
Sentidos presos
expressões açoitadas
Pedras no trajeto
Longas caminhadas.

Os sentimentos boburlham
O sangue ferve
E como uma bomba relógio... o peito explode.
Pátria,
Paixão,
Compadece-se, é um herói desfalecido.

As faixas estão expostas
No esboço canóptico
Múmias re-surgem
Treina-se o olhar
Desvendando os mistérios do cotidiano
Tradução de uma realidade nada óbvia.

Exército cerebral
Todo olho nu pode perceber
Capacidades atrofiadas
Falácias usuais
Cotidiano poético
Fricção de gestos.


Caminhões lotados
Paisagens,
Infinidade e pluralidade,
Fauna humana
Perseguição,
Forças atrós
Anti castidade.

Antigas observações
Mulheres e isolamento
Sem clima fraternal
Havana
ausência de controle
Percurso desleal.




quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Amores de papel crepom

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCIECxsqQSIACyr6302brE4oqZtf7Tba2y-KPOGNdobKn7MAbhbPv1DtE0lM-ozITE8z-3fpSe1HMEjsWzqvFyAHBDMK1J6qvGg8DohTB2g4HVxE5wXRsMuKo8Z6b_ctGb5I34LNXsKlY/s320/precipicio.JPG
A gente acha que o tempo passa rápido
E passa mesmo
Mas ele congela dentro da gente
E feito iceberg corta as vísceras
Aos pouco dilacera o coração
Prende-nos no sentimento de possessão
e nas expectativas que envenenam a vida.
Um arcanjo
desses que não tem muito o que fazer
acerta uma flecha no coração errado
na hora errada
no tempo errado
e tudo lhe parece certo
E arrisca-se
com intensidade suprime-se em prol da paixão
De forma inusitada os sentimentos destroem o senso crítico
O Ser deixa de ser seu, para ser plenamente do outro
Quando se percebe a não reciprocidade uma tristeza mortal toma-lhe os pensamentos
E enxerga que toda dedicação fôra em vão
Por vezes os amores
E muitas vezes as Paixões constituem seres amargos
Entre perdas e danos
escadas cujos degraus apenas fazem descer
Os sentidos ficam mórbidos
Os amores de papel crepom se dissolvem na chuva.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Outra vertente

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0p2TF-iqPbhsqxKuZf4Ep6XLe1vZsTORhbLiGM59X_KewbuaPrLgPQNkK-hbClAkRqoCBVER_u42IEGr-4EA4sNyXZrdiGgzSE-QXsZUjCxsG_y7NWCVG_P2oVcTa4YZ_UsTb4iZxj4A/s220/violino.jpg
O violinista imita a voz humana
Soa como música cantada
Ópera,
Sonatas...
Obras para serem tocadas
Violinos em psicato,
sons sustentados por um arco.

Brincando menina
A bailarina reproduz  gentileza
N'alma de criança
Um violino, uma orquestra
um jazz
um blues
um rock inusitado
um canto encantado
Movimentos levemente marcados
Plié, demi-plié, pasé, tendu, 
grand-plié, pade-burré, 
contratempo, elevé ...

 
E numa infinidade de possibilidades
Clássicas ou não
Corações gélidos são tocados pelo doce som de um violino
n'outra vertente,
que os inunda sutil e versatilmente.


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Quotidiano amoroso

http://doceoutravessuras.files.wordpress.com/2011/02/lesbicas.jpg?w=400&h=246
Minhas palavras
Teus efeitos em mim'alma
Noites silenciosas sendo invadidas por teus sussuros
As madrugadas passavam ligeiras

A tua natureza feminina cada vez mais visceral
Essa libido à flor dos poros
Pélvis,
Pelos,
Pele arrepiada,
Suspiros denotando prazeres.

No ar cheiro de incenso
e sem senso crítico
derrete-se toda nos lábios meus
A sensualidade fulgura  
num apelo sereno de amor e, 
se aviva, 
tende aos instintos,
às carências d'alma, 
sem expor a crueza do desejo meramente sexual.

És objetiva
Humanamente diferente das outras
e querendo sempre mais, mais e mais
Os corpos num misto de carícias, cheiros e ...
Ser menino ou menina
Não importa
Sem rótulos,
Sem regras
Apenas misterio.

Entre suas pernas,
E por sobre teus seios
Viro e reviro-me 
Coleto teu néctar como abelha numa flor
Sou objeto do teu prazer
Satisfaço-me no teu delírio
E minha recompensa são teus gemidos.









 

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Quisera

http://data.whicdn.com/images/9998848/tumblr_ll9f8x2d1H1qahdvgo1_500_large.jpg?1306021839
Quisera olhar em teus olhos mais uma vez
Quisera teu rosto afagar como quando criança
Ah, como esse sentimento denominado Saudade machuca!

Quisera ser imaterial
Menos imaturo
e sobretudo tornar-te imortal.

Quisera poder acariciar as mãos tuas como antigamente
Entardecer ao lado teu como a quimera mais bela
E me pôr a espera de tua chegada infinitamente inconstante nas noites de sábado.

Quisera avaliar através de teu passado uma maneira de manter-te mais perto
Quisera a proximidade dos lábios teus em minha testa
E respeitosamente sentir teu cheiro.

Que meu Eu fosse maior que antes para entender-te
Quisera ter notado sua importância nessa vida
E que durante o caminho só tu poderia me dar a mão, no apoio(ou não) de mãe.

Quisera olhar-te mais uma vez
De calça apertada denotando as curvas que um dia sonhei que meu frágil corpo tivesse
Quisera mais uma vez deitar em teu colo e dormir em paz.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Olhos

Esse olhos escondem uma fera
Olhos cheios de dor
Olhares que tentam disfarçar todo sofrimento que ha em ti.

Esses seus olhos o mantem distante de mim
Olhos saudosos de um passado não muito distante
Olhares que delimitam as curvas.


Esses olhos cobiçam tão pouco ou quase nada
Olhos que saltam de curiosidade
Olhares sempre a espera de outros encontros.


Esses olhos maciços, duros feito pedra
Olhos frágeis feito pétalas
Olhares desertados e incertos de respostas.


Esses olhos estão sempre a procura de novidade
Olhos famintos, destemidos
Olhares que se trocam e destrocam.


Esses olhos turvos e sem direção
Olhares quase sempre dispersos
Olhos pequeninos
Que se arregalam para ver o objeto de desejo por eles passar.


Esses olhos de menino
Tão ingênuo
Plenos de pureza
prontos a aprender, através de observações inúmeras.


Olhares sem conceitos
Nem pré conceitos
Olhos abertos às novidades
Olhares que se perdem com a maturidade.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Fim das horas

http://desaforos.files.wordpress.com/2011/06/contato.jpg
O cenário mudou radicalmente nos últimos dias,
um órgão dentro do peito pulsa com lentidão.
boca um tanto amarga...
o resto luta para não apodrecer
tenta não sumir completamente.

Os ditados não tem serventia alguma
As flores daquele jardim murcharam
Os mitos se misturam facilmente
Torrentes cada vez mais vorazes.

Juvantude perdida
Juventude vigiada
Juventude ignorante
Ignorada.

Era pó de pedra
Virou poeira de vidro
Vidraças estilhaçadas
Vidas incomuns.

Alma disfarçada na solidão
olhos nús por sobre a penumbra
Sinais vitais em desfalecimento
o fim se aproxima dele.

domingo, 17 de julho de 2011

http://catracalivre.folha.uol.com.br/wp-content/uploads/2009/05/world-religions.jpg
Multiplicidade
Arquitetura comumente popular
Distorções,
Bagunça
Efeito artificial
Nenhum som atrai
Luzes de emergência
Armaduras fantasiosas
Tendências comuns
Plumas e pérolas
Alguns carnavais.

Canais de televisão que nada acrescentam
Mas representam a cultura daquilo que se diz popular
Músicas que destroem o ego
Jantares romanticos
Pessoas despidas no olhar.

Desculpas usuais
Magneto e tempestades
Quadrinhos e quadris
Jornais e perfis
Internet, internautas e alguns internados
Outros enterrados na ausência de toque
Àqueles que preferem olhar a fria tela,
tocar o insensível teclado à estar pessoalmente com o outro
Porque olhos nos olhos dizem mais
E boca na boca se desfaz.

sábado, 16 de julho de 2011

http://gartic.uol.com.br/imgs/mural/br/brunellamcosta/livre_1296648575.png
Na vontade de ser o que sempre quis
Detalhes deixei passar
Ideias gerais que se esvairam
Virei-me
Dividi-me em pequeninos pedaços que hoje não posso juntar.
Não saciei as vontades
Não manchei o rsoto com tua saliva
Passei por bosques verdejantes
A todo tempo me controlei
Com falas e frase preparadas não soube te surpreender.
Fui racional demais e não segui meus instintos
O tempo passou - ele sempre passa - e leva tudo com ele
As incertezas ficaram entranhadas em minhas víceras
Entre surtos e absurdos te deixei passar.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Ausência

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O que é o tempo longe de ti?
O maior inimigo.

E a distancia?
Veneno pra quem tem coração.

A pele perde a cor
Os lábios ficam sem sabor
Os cabelos sem brilho
As mãos se entrelaçam solitárias
Os olhos não mais sorriem.
 
E os sonhos?
Agora são como pesadelos que me acordam no meio da noite.

O que hoje representa o outro lado da cama sem você... é a solidão.
As noites de tempestade imaculadas ficaram.

A consciência de tua ausência é o que corrói.
A vida tomou um outro sentido, sem nem se sentir mais vida.

terça-feira, 12 de julho de 2011

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As noites tem um cheiro diferente
Meus hormônios borbulham de amor por ti
Jogada aos meus pés você é maior
Frases soltas pra me conquistar
Você sabe mais do que deveria

Perfumada dos pés a cabeça e tudo mais
Faço-me teu nestes olhos de menina
Não gravei teu rosto em mim por falta de espaço... tamanha tua magnitude.

Levanta-me e faça-se mais fugaz
Mulher atrós
Fitei teus olhos... um beijo no ar recebi
Mas o relógio marcava tua hora de seguir

Pura distração... você em mim e eu sempre adentrando-te
As horas passam vorazes e não dizem palavras amigas

Alguns tons de verde fazem de ti mais amiga,
mais pura (perversão), mais menina (dos meus olhos)
Esses seus olhos por debaixo das frias lentes desses óculos me fitam como quem quer devorar
Ela não sabe o que faz... e sempre me encanta e se permite encantar-se por mim.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

i... ma... tu... ro...

http://farm5.static.flickr.com/4137/4781560500_c0d8d71dbf.jpg

Doze meses
Trezentos e sessenta e cinco dias divididos em úteis e quase úteis
N'amplitude de teus olhos tardei a ver o amor
Tendo fogo à brasa aquece
Havendo luz seus passos se reduziriam
Teu corpo hoje é pó
Meu EU inexiste sem o teu calor.

Inverno infernal
Anjos caídos distanciam-te de mim
Quatro estações
Somente um presente...
Tua ausência
Vinte e quatro horas de ...
corações sem paixão.

Vinganças
Destinos modificados na ilusão da existência
Chamam-me por um nome desconhecido
Não sou digno de ti
Meteoritos
Terra distante,
Oceano intangível
I... ma... tu... ro.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Marcas

http://data.whicdn.com/images/10300319/tumblr_lipyzuRK6j1qavh9eo1_500_large.jpg?1306791051

O tempo deixará marcas que somente ele apagará
Marcas intempestuosas
Sugestões ao léu
Tentarei afagar tuas vísceras
Inundar-te-ei  o peito com fervor
Apagar teus sinais
Refutar o tempo
Reprogramar teu DNA
Pôr minhas mãos em tua face... 
Encobrir teus olhos para não deixar-te partir
Mostrar-te o ser tão completo que eis
Com o tempo libertar-se-á da fera que o aterroriza
O interior de seu âmago às traças se esvairão
As notas musicais perderão o sentido
Os tímpanos não responderão aos estímulos
Um firme aperto de mão
Um sorriso estampado o cumprimentará
Confundirão tortuosamente suas digitais às minhas.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Amiga

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimabCjWq8R-lXNoZixP-XlkNBVDJcVRNiSE4ihDX_IxiCJsTLu2iAqY1DnzKiPxe52bsFl4eerypuNeVwgdCIHB814HRGZ51a9iT3x-ewSAjZ_gyXpHZV88m4-cLXlsTriU2LVgKhkxtda/s1600/sem157_47.jpg
Sonhei teu nome
Pintei teu rosto na parede do meu quarto
Seus olhos como estrelas brilhavam no teto de minha sala
Adormeci cálido e docemente pensando em ti.

As luzes estavam apagadas
Documentos a mão
Dentro não havia nada
Então você surgira como anjo direcionado a me cuidar.

E os dias se fizeram  mais alegres
As tardes quase sem fim
E as noites mais intensas
Contávamos estrelas, histórias e estórias... as suas, as minhas e as dos outros.


Risos e mais risos... risos por todos os lados
Risos gargalhaveis... risos de ti para mim
Risos discretos de mim para o mundo lá fora
Risos constantes ao teu lado.

O caminhar a beira mar contigo era mais belos
A vida mais simples
O tempo passava singelamente devagar
E tu era a minha amiga imaginária
Sempre a me acompanhar.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSSAYcfyzqumPTo05YJK1ffpuu3btWvCts73gviwu4tj27yXJTS2BI3UBOHG7_abmIalHQ-AWQ5s6QXTukebANtQV6uXT5FPKhumUOZ9HFoxoBUEWtCMwOtGBmdJ_RPQPCA3Z_3HFe4Aw/s1600/The+scream.jpg

As pessoas complicam tudo
Complicam só pra você descomplicar
Fumaça de cigarros te sufocam
Copos com cerveja te embriagam
Mulheres complexas
Folhagens convexas
Gritos e sussurros por debaixo da mesa
Filmes de Almodôvar
Fale, pinte, brinque, divirta-se com Elas.

As costas doem
O peito pulsa com intensidade
Paladar e conhecimento tácitos
Campos amarelados
Altas mares
Músicas que ressoam distrações
Símbolos repletos de altivez
Vozes baixas querendo grunhir
Cães mansos a te atacar
Mãos invizivelmente atadas
Páginas viradas
Histórias mil e a mil por hora
Versão e aversão
Humanidade
Castidade.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Lamento

http://sitedepoesias.com/imagens/poemas/27374.jpg
Teu corpo falava com o meu
Minh'alma tenta comunicar-se com a sua
As leis estão contra nós
Não posso unir-me a ti porque não sou daqui
A pena repousa sobre o papel
Tento lhe escrever versos
Contar-lhe como sinto sua falta
Doce veneno que me consome
Perco o juízo se reflito em você
Aquele reflexo no espelho não sou eu, é você
Sempre refletida em mim
Fui honesto e ti perdi
Mentiras não eram a melhor saída
Estou curado, mas com o coração em pedaços
Aceitar tua ausência tem sido o meu pesar
Estou completamente ressequido por dentro
Ouço vozes femininas que recordam a tua
Ressoando nos meus sonhos
Tiritando meus ouvidos enquanto durmo

Lamento as discussões a toa
Lamento não ter dado ouvidos aos teus conselhos
Lamento não ter respeitado suas reclamações
Lamento tanto aquela mania de auto suficiência
Lamento ter paquerado outras
Lamento o fruto que desdenhei sem perceber.

Fulguras
Usuras
Lugares comuns que passeavamos

Lamento referir-me a ti no passado
Lamento não ter sido mais presente
Lamento não poder ser o cara que merecias.

Maquiagens
Tapumes
Correrias
Estadias em hotéis baratos
Lamento
Tu merecias muito mais.

Lamento por tanto lamentar
Lamento que estejas noutro plano
Lamento que não tenha sido eu
Lamento porque esta carta nunca será lida por você.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Refúgio

http://3.bp.blogspot.com/_yLq49qAXINg/TP_qQO-Mg-I/AAAAAAAAADg/9j2Sv_MCcUE/s1600/2354373.jpg
Sem mais delongas quero lhe falar nesta tarde de quinta coisas de primeira categoria.
Sem reparar me peguei pensando em você, menina inventada.
Os gestos, os gostos, seu rosto...  esse teu requebrar.
A intensidade com que ama e deixa-se amar
Sem luxúria, nem usura
Detonas minhas tardes
Fico a elocubrar por onde andas.

Menina faceira de olhar sedutor
Há muito não ouço tua voz,
Há tanto não trocamos boas palavras pelo computador,
Há tempos não a vejo, esqueci-me de suas feições
Ou teriam sido alucinações as noites que passamos juntos?
Ensandecido
Enlouquecido
Estremecido
E arrebatado está meu pequeno coração.

Levei-te as nuvens e nelas também me satisfiz
há tempos não trocamos olhares... que nem sei como eram
Há tempos não sinto o teu cheiro ...
Já não sei a que flor parece.
Há tempos nao toco sua pele ... e, não recordo que testura tens
Há tempos não a beijo... não lembro mais do teu gosto.

Tudo que vejo remete a você, menina invendata
O céu ao entardecer
As noites tempestuosas.
O meu quarto, o chão da cozinha, a sala... ah, a sala
Na boca permanece um gosto azedo, de solidão
Minha pele ainda exala desejo, paixão

Foram tantas paixões usurpadas
Ilusões destroçadas
Alguras e luxúrias em vão
Ainda me pergunto se eras o meu refúgio ou meu terror?
Pergunto-me se eras tu uma verdade inventada e mal sucedida?
Uma mulher sonhada que nunca teria existido?
Um ser imagético?
Algo de dentro de mim que eclodiu com a solidão?
Uma figura amiga que aos poucos amante se tornou?
Uma amante amiga que aos poucos me deixou?

Espelhos quebrados
Violinos sem corda
Vicicitudes usuais
Ela  nunca existira,
Mas era o refúgio de um Poeta destinado a casar-se com as palavras.
Telefones
Gramofones
Ícones dispersos
Ela passa com seu vestido longo
Fico a admirar.

As horas passam tontas
Dispo-me das verdades consolidadas
Dispo-me dos arredores que prendiam
Dispo-me das mentiras que gritavam
Dispo-me das regras e vergonhas

Retiro-me do esconderijo
Faço-me maior que as linhas tortas que invadiam o caminho
Vagueava insistentemente a procura de algo novo
Encontrei-me superior a estes passos
E vislumbrei  a novidade dentro de mim mesmo.

Tracejo horizontes suntuosos
N'uma mudança de contornos geográficos
Expulso as dúvidas
Encaro de frente os medos
Enxergo uma esfera melhor.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Amo-te assim

http://perlbal.hi-pi.com/blog-images/591226/gd/1270401169/Menina-Mulher.jpg
Amo esse teu jeito torto
Amo-te mesmo quando o mostro que há em ti se mostra aterrorisador
Amo o timbre de tua voz
Amo o teu tempero, a maneira como preparas o alimento
Amo as tarde fagueiras ao lado teu
Amo o teu gosto musical
Amo essa racionalidade que nos distancia
Amo o cheiro que a tua pele exala
Amo essa melancolia que exprimes no olhar
Amo-te com meus olhos vendados
Amo-te com os braços abertos, sempre a sua espera
Amo-te de fora pra dentro e de dentro pra fora
Amo-te assim e assado, por todos os lados
Amo aquela fala azeda que me contraria
Amo-te até quando alteras o tom de voz
Às vezes me irrito com tanto carinho
Ás vezes causa-me profunda saudade, basta você não aparecer
Amo-te calado, menina teimosa
Amo-te escondido, menina difícil
Amo-te de longe, menina inventada.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Destilei veneno toda manhã
Devaneios e trocadilhos
Paladar alterado.

Não caminhei como de costume,
fiz um trajeto diferente
e não percebi nada inusitado

Presentes
Ausentes
Perfumes
Ciúmes... amor?

Mentes insanas,
Desejos precedidos de saudade
você acaba comigo,
me envolve de paixao,
sacode minhas estruturas e depois ri
E eu adoro.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Vidraça

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Vidas que sucumbem
Vicissitudes e atitudes incomuns
Vitrines vivas

Em companhia do inconstante
Em detrimento do conhecimento
Coleções inteiras se fazem e desfazem
Refazendo-se n'aurora.

Num troca, troca de roupas
Casamentos desfeitos como nó
Batimentos cardiácos abaixo do padrão

Lugares perdidos n'amplitude daqueles outros
Os boeiros exalam odores fétidos
As narinas se contaminam
A Fumaça já tomou conta do que não se pode chamar de Ar.

Hospitais infantis cheios de crianças que não conseguem respirar
Inundações
Aparições
Raciocíos jogados fora, pensamentos em vão.

Agonia e desespero revelam-se à vidraça
de ponta cabeça e
Abaixo dos seus pés
Normas e leis
Pragas por toda parte
Desespero e morte.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Do alto

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi-AnreYEC0lUG7bAk-xj5O8rgIT_4m6bp7O4UXtbrwCzEKkEcMw1LoGrEEiWFO4n4bTJ_QM79dEhAnNXs3PdMEm13akowG9w8CGIGlxHmLf75RtzTKstvNPxf7wU7_cjaO0SZtxmVq-O0/s400/5549533-md.jpg

Um espelho sem aço,
Um laço que a desnudava,
Um passo após o outro,
Um timbre de voz que assustava.

Aqueles ouvidos eram seus
Aqueles passeios deixaram de existir
Memoriais póstumas
daquele que nunca fôra um bom vivã.

 Protagonizante de uma história infeliz
Antagônico das alegrias de outrem
Segue absurdamente solitário entre os canaviais.

Aquele que não se arrepende de deixá-la partir
Partido seu coração estava
e partido permaneceu.

Ás vezes sonda outras vias
Tortuosamente se desloca sem saber pra onde
O chocolate não tem mais sabor
Os devaneios são mais longos e os gritos quase ensurdecedores.

As paisagens não lhe chamam mais tanta atenção
Aquela nação que o acolhera já o esqueceu
Os risos inexistem
Não ha mais lugar para pureza.

Sente-se cansado e saudoso do que um dia fôra
Mas já é tarde,
No peito nada mais bate
e de longe, do alto
Observa-nos.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Inquietude

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifJkOSA6LYukMCSxlX2tSnqTq34tD7T7YWyHbnc50rQNxbswuAHdJdtE15BePdJBR_05_MW1y0uOBkY5rIqu8usbXbEo4Da5JYVV3AuHVdmIuBXex9z1fgexUh9_bFPo4cr9SzSitT0BTX/s1600/Famosos.jpg
Não há procedimentos viáveis para instituir sanidade a ninguém.
Não há exibição suficiente para se chegar onde quer.
As vias estão condicionando ao blazê.

O que se propõe nem sempre é aceito
O que é aceito certamente não foi por opção
Às vezes as palavras fogem
Às vezes fogem-se das palavras.

Até que ponto o não Ser não é?
Até que ponto você acredita nele?
Até que ponto ele acredita em você?
Até que ponto estes pontos vão suceder?

Cabelos crescem e não se percebe
Cabelos caem e logo se vê
Desilusões a fora
Imóveis e dores de cabeça
Cabeças que se desprendem,
Ora num vazio total
Ora cheias demais.

Sem apoio pros braços
Sem apoio pras mãos
Perdeu-se o chão abaixo dos pés
E não há mais teto acima da cabeça.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Memória

http://cyberdiet.terra.com.br/cyberdiet/imagens/interacao/original/6/memoria-olfativa-aromas-e-lembrancas-3-18.jpg
Aqueles olhos fraternos foram esquecidos
A ligação no teu umbigo tornara-se mais distante
Os ombros carregam o teu peso
Na boca a palavra 'SAUDADE' ressoa
No peito um vazio
Nos olhos tua lembrança
Nos ouvidos o som daquele teu sorriso.
Figuras complacentes
Sentidos mergulhados nas profundezas de oceanos intangíveis
Ouvidor(ias) que não nos ouvem
Sabedoria e de-sabores.

Clubes de futebol, uma paixão
Os mesmos corpos que transpiram emoções lutam a troco de nada.
Ideologias sem significados.

Universos paralelos que nunca se encontraram
vinganças nuas, frias e cruas
Crueldade além da imaginação.

Imagens que fogem à percepção
Vozes que confundem
A palavra 'SIM' é alucinação
E o 'NÃO' é o mais plausível,
Sempre utilizado pela razão.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

ojos


Esta máscara de los ojos de una bestia
Los ojos llenos de dolor
Parece que tratan de ocultar todo el sufrimiento que hay en ti.


Mantienen sus ojos lejos de
Melancólico ojos no de un muy lejano pasado
Parece que definen las curvas.


Estos ojos codician tan poco o nada
Ojos que saltan de la curiosidad
Mirada de los ojos siempre esperar a que otras reuniones.


Estos ojos enormes, duro como una roca
Ojos hecho pétalos frágiles
Parece desiertos y respuestas inciertas.


Estos ojos están siempre en busca de
Hambrientos ojos, sin miedo
Parece que se intercambian y los escombros.


Estos ojos legañosos y sin dirección
Parece casi siempre dispersa
Ojos pequeños
Que ampliar para ver si el objeto de deseo de que pasen.

Estos ojos de un niño
Tan ingenuo
La pureza completa
listos para aprender, a través de numerosas observaciones edema.

Parece sin conceptos
Ni conceptos previos
Ojos abiertos a las nuevas
Parece que la llamada con la madurez.
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaTpUUGG3MsiHeUEVPbaOBiA5W0bkzMEMUJHpMbg8mmUMJ2BCvY_1tMjvXlvcAhb9URbCQ8Fj9AsTl1yXbLlfBVwofCSsRFb_YrhC6lPV5mUxi_wkgCtV4huwmxtcg2UNqzl228YNhHTQ/s400/Desenho+-+Menino+louro+sentado+-+150+dpi.jpg

Sou suspeito
Quero sonetos, versos e valsas
Quero amor correspondido sem perder a docilidade de menino.

Sonho com progresso por igual para todos
Vejo-te esperta e faceira,
Escondes no olhar a mesma intenção que este menino que voz fala.

Com fala mansa
Numa voz firme e rouca
Ele tenta manter a serenidade nessa cidade que é puro desconforto.

Alunos afoitos lhe pedem atenção
Prontamente ele concede as mãos, os braços e o cérebro
Mas não ao acaso, porque todos ali merecem o seu gosto.

Tens apreço pelos mais jovens
como o Brasil
tão jovem e ingênuo que não vai pra frente.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Alucinei
Aluviei
Acalmei com você nos braços.

Temos samba
Temos canção
Temos um mundo diante dos olhos.

Vislumbramos destinos
da esquerda para a direita
e cheios de conceitos.

Tracejamos linhas pra andar direito
andamos num meio torto
mas não por defeito.
Encanta-me o canto do teu canto num canto qualquer da casa.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Falta-lhe cores
Falta-lhe o abraço acalentador
Faltam-lhe sorrisos,
Amigos benditos e fieis.

Sobra-lhe ingenuidade
Plenitude
Juventude.

Exagera nos afagos quando pode,
Exagera nos abraços quando os tem,
Exagera nas conversas sempre que alguém se propõe a ouvi-la.

Devora o alimento como quem faz sua última refeição
Devora o amado como se nunca mais fosse vê-lo
Devora-se a si mesma quando no quarto sozinha está.

Entrega-se a lascívia de paixões desvairadas
Entrega-se aos rumores
Entrega-se como se nada mais importasse.

Derrama-se em lágrimas  em frente a tela do cinema
Derrama-se em lágrimas a cada minuto de solidão
Derrama-se em lágrimas toda vez que negam-lhe a mão.

Sobram-lhe códigos inutilizáveis
Sobram-lhe vicicitudes desiguais
Sobram-lhe colchas e retalhos.

O rosto carrega as marcas de suas vivências
O rosto denota ilusões dispostas
O rosto sobrecai num'alma vivaz.

Paixões opostas
Paixões sobrepostas
Paixões aluviadas.

Corpo quase sempre cansado
Corpo um tanto fraco
Corpo de homem, cabeça de mulher.

Restam-lhe alegrias escondidas
Restam-lhe retratos retalhados
Resta-lhe a esperança.
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMwJMvd3ScPdSN3Tv7ykWa6s3e2kFcxF7hbvHT-ERS3RATHkrLBZv2NiO_vB-dRndGuJ1JYOl2-IDlVFrQtEFQqwi3yuCP1m5yFd9VmaWVKwEieO2Y3elJjPJ06xHXwEfIgcEeSOgk-L8/s400/esperando+a+noite+chegar.jpg

Livraria de discos
Discoteca de vídeos
Cinema opimido
Teatro de imagens
Fotografias de sons
Somos todos Marias, Josés, Marinas e Leões.

Passarinho e fera
Docilidade no verão
Recolhidos no inverno
Somos os issos,
Os aquilos
e todos os achismos.

Branco  e feio
Lilás e belo
Suor e embriagues
Saudável e doente
Adulto por fora e criança por dentro
Criança por fora e adulto distante demais.

Social e suspeito
Coletivo e indivíduo
Ignorância e suspiro
Sabedoria e ingenuidade
Lugar de tudo
Que tem espaço pra somar.

É preciso partir
Não temos asas
O tempo voa fácil.

Alusão à...

 http://spc.fotolog.com/photo/12/42/98/cheinny/1208831736_f.jpg

Pastos verdejantes
almas Cálidas
Sonhos instáveis
Ilusões fruídas
Paixões ressequidas
Sorvetes sabor morango.


Contas bancárias no vermelho
Sem critérios estabelecidos
Moscas por sobre os alimentos
Não reclamam dos impostos, fecham-se as Firmas.

Se o pão está caro, deixe de comprar, quem sabe assim a coisa muda
Faça firulas com quem não merece atenção
Negue se for preciso
Encare os medos,
Anceie e busque mudanças.

Atravesse mares
Envolva-se em projetos
Queira e a arrisque o impossível
Seja lilás, azul
Façam da vida um arco íris
Belo e singelo nos significados.

Batendo em retirada 
As preces já não servem
Ouvindo músicas que tentam acalmar os sentidos
Exauridos os artistas pedem oportunidade para se mostrarem.

Pensem o que quiserem
Sejam o que quiserem
Permita-se ao que vier
Cante e encante quando der.

O discurso não precisa ser apocalíptico
Clássicos
Assumindo tarefas diversas
Sem valores fixos.


Inviabilidade da Arte, na arte... que parte
Parte do íntimo para o todo,
e volta do Todo produzindo mais intimidade
Que se desdobra a mil olhos e bocas participantes.

Operam corações em canções que lembram um passado alegre
Oferecem avidez
Opõe-se  n'alvorada
Constroem solidez.

Mãos armadas
Não requerem palmas, nem aplausos, nem complacência
Perdem-se pés, braços e cabeça
Na tentativa de reconstruir uma nação.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

O mesmo do outro que não sabia de si



















Continuava o mesmo
Com os mesmos trejeitos,
o mesmo  gosto,
o mesmo cheiro.

Em seu rosto nada mudara
as expressões, as ações
P' um espirro deseja Saúde.

Máquina polaroide que registra os momentos felizes
Tudo silenciava
Uma risada sonoramente contagiante interrompera o silêncio.

Dormir e sonhar (nem sempre)
Acordar e viver (seu pavor)
bala entregue à boca
lábios que se calam
Toda comédia tem seu lugar ou não.

Palavras que se repetem
Risos incansáveis
Casamentos que findam (em tempo de não se matarem silenciosamente)
Noiva que foge n'um cavalo alado

Flores artificiais
São teus aqueles sinais
Revoga-se ao que um dia fôra.

Palmas virados umas às outras, aplausos
Rosa, preto e verde
Dentes sempre a se mostrar, mas não sorria
Um piso que chama a bailar e ela dança mentalmente.

O canto de um rouchinol
Uma tosse insistente o interrompera
Um ninho sem filhotes
O mesmo do outro - nada raro
O mesmo em si - discurso raso.

Era o mesmo de tempos passados
Mesmo depois que as luzes se apagavam
Até quando ganhava um afago
Era assim, naturalmente racional, nada sensível, mas afável.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Artificial

http://www.dailygalaxy.com/photos/uncategorized/shutterstock_2587445.jpg

Interação e sonoridade
Intimidade a partir de um toque
Imagens e sons por eletrôdos.


Artificial
era o teu amor, Inez
Imaturo e desigual.

Artificial
o som de tua voz
a fixação por um abraço.


Artificial
as paredes do teu quarto,
aquele cordão que nos ligava
o espelho turvo de uma imagem criada.

Artificial
como um rochedo de ilusões.

Artificial
era o sentido que parecia nos unir
era a unidade desperça
era a mão que me estendias
era o mundo em que vivias.

Artificial
era tu, querida Inez
o ninho que habitavas
a tua sala, o teu cheiro, o meu sonho...

Artificial
era o amor
é essa dor, como árvore cotada
morta sem razão.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Saudade

 http://caninablog.files.wordpress.com/2010/05/cachorro-e-cha.jpg

Saudade palavrinha só nossa, de fácil identificação e simples tradução.
Saudade do tempo,  do vento.
Saudade átoa
saudade da garoa.

Saudade que aperta, que desperta.
Saudade dos encontros
Saudade que destrói.

Saudade boa,
Saudade que voa pra ti buscar
Saudade que volta sem você nos braços.

Saudade dos abraços, dos afagos
Saudade das tardes átoa olhando o mar
Saudade, saudade, saudade que dá.

Saudade que me acompanha por todos os lados
Saudade do laço, no laço ... que laço e faço laçar
Saudade do que não posso mencionar...

Saudade dos risos soltos, dos braços entrelaçados, do caminhar ao léu.
Saudade de acordar ao seu lado, do lado... que desnudo sempre estavas
Saudade safada que faz desejar o indesejável.

Saudade na cabeça, nos olhos
Saudade na boca, do beijo
Saudade que faz saltar o coração dentro do peito
Saudade no desejo de te encontrar.

terça-feira, 24 de maio de 2011

http://blog.gruponogues.com.br/up/g/gr/blog.gruponogues.com.br/img/gelo.JPG

O corpo cala quando sente frio,
Calafrios, assobios
No calor dos braços teus aqueço m'alma cálida.

Palidez
Alvorada voraz
Frio atenuante de corpos gélidos.

Relançamento de ferrovias
Balanço infantil,
Doce gentileza n'uma criatura tão viril.

Assustadora é a paisagem
Invandindo pensamentos
Acelerando os sentimentos.

Sólidão que se derrete junto ao gelo
Longitudes e Latitudes
Pontas e contas.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

http://singrandohorizontes.files.wordpress.com/2011/04/suicidio.gif
Dia frio
Clima tenso
Uma descoberta infeliz
O despertar de pensamentos infames.

O peito oscila
Entre o bem e o mal
Sente-se esgotado.

Tem sono
E sonha acordado
o despertar é finito.

Andar cadente
Calmaria e silêncio
A embarcação atraca.

Olhos curiosos fitam o mar
Crianças sorridentes
e outros a cantarolar.
 
Braços robustos
Rouquidão na voz
Pés descalços.

Corpo quente
Alma nua
Olhos desprovidos de compaixão.

Agonia e desejo
Instinto e razão
Tudo é caos.

Acordes
Sonatas
Pianos, vozes e violinos.

Teatro sem solução
Ouvidos mudos
Palavras surdas.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

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    Hoje quero disfarçar o tédio, elevar-me. As cartas de amores passados não servem mais, necessito alma nova e nada ao redor me apetece. Não sinto frio, calor, fome ou dor. Meus olhos já não se inebriam como antes, estou envelhecendo junto a este sofá. Não sinto sede, temor, saudades nem tesão. Algo de normal (aquilo que é abaixo do "padrão") me acometera e não consigo identificar. O relógio insiste em marcar o tempo mesmo estando sem pilhas, não o alimento mais, assim como não tenho alimentado o cão e o meu organismo. Este organismo que tenta fugir da estrutura corpórea que ainda me sustenta. O lado sentimental do meu SER já não me reconhece.

terça-feira, 17 de maio de 2011



Foco perdido
Corações despedaçados
Caminhos sem volta.

O beijo que não se repetirá,
Os erros que não serão corrigidos,
Anseia-se um grito.

Ponte partida
Pontes de partida
Entre idas e vindas ele se foi.

Nenhuma lágrima foi derramada
Os nervos se aquietaram
Os pensamentos voaram longe.

Não  houve despedida
Não houve uma partida
Ele está entre nós, n'outro plano.

Jardins recequidos pelo calor
Terra umidecida de tanto amor
Paixões incompreendidas que se foram.

Não existe rima,
Não ha clima nem palavras suficientemente boas para descrevê-lo
A solidão bateu a porta dela.

Daqui não se percebe
As canções soam como versos
Versos que o vento leva até ele.

Lágrimas tencionam molhar aqueles olhos
Olhos agora tão tristonhos
Num coração que sente falta

Falta dos desentendimentos,
Das risadas,
Dos conselhos (nunca seguidos), sempre ouvidos.

A ilusão de tê-lo devolta dá-lhe esperança
O pesar é grande demais para ser explicado
O amor permace.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

http://bloglog.globo.com/FCKeditor/UserFiles/Image/tempo-ampulheta.jpg

A gente se perde
No tempo
No espaço
No presente.

Tempo que com sua boca enorme e voraz devora...
Ele devora tudo à sua frente
E as coisas se perdem no tempo do espaço presente.

Lembranças ficam guardadas
Casas devastadas
Sonhos de devoção.

Vínculos inexistentes
O espaço é assombroso
Resta-lhe esperar, esperar.

Desenhos soltos que se misturam  à realidade
É tudo tão estranhamente familiar.

Papéis em branco
Cores submersas
Pássaros à nadar
Peixes à voar.

Imagens distintas
Imagens fingidas
Café salgado
Água Amarga.
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Iluminuras
Ranhuras
Gravuras
Lembranças comuns.

Espasmos
Aspargos
Espaços
Vivências comuns.

Cerejas
Churrascos
Encontros às avesas.

Céu azul
Noites de luar
Constelações inteiras a ti iluminar.

Sonhos
Sentidos
Iluminuras quaisquer.

Nervos exautados
Esquinas diversas
Pés descalços.

Bares
Casais
Beijos que selam encontros.

Avenidas
Desejos
Despedidas

Calçadas quebradas
Um caminho esburacado
Desníveis e mais desníveis.

Calcula-se o tempo da chegada
Conta-se os passos.

Sapatos à mão
Vestidos sempre curtos
Mulheres que mentem
Homens que se omitem.

Noite escura
Música alta
Cães que ladrão.

Árvores floridas
Caminhos revestidos...
Pétalas.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Donzela

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Vejo-te de longe
Observo seus passos
Esses passos tão largos, donzela
Teu sorriso encanta
Ah, esse teu olhar!

És fagueira
És donzela
És pura
És muito faceira.

Braços sempre soltos
Vestido que à tua silueta alonga
Pernas firmes
Pernas grossas
Pernas que não se cansam.

És vigorosa
És fogosa.

Cabelos soltos ao vento
Olhar brejeiro que só tu téns
Ô! nobre donzela sou tão simples,
Por ti tenho desejos
As tuas lágrimas quero secar
Um beijo doce quero lhe dar
Afagar-te
Acolher-te em meus braços rústicos.

Téns a pele tão alva quanto a neve
És tão amorosamente singela
És indefesa
Téns a voz mais aguda que já ouvi
Que entoa belíssimas canções.

És tão frágil e inigualavemente gentil
És formosa
És a ladra que roubou meu pobre coração.


Tu nem sonhas que meu peito por ti pulsa
Os batimantos cardiácos vão a mil quando a vejo passar
Conheço seu cheiro de longe
Porque é de lá que estou sempre a ti admirar.

Ela dança feito princesa
Caminhas como uma fada
Flutuas no ar
O meu corpo acorda quente quando sonho contigo
Senhorita me torne seu amigo!
Serei o mais fiel, dedicado e confidente que já tivestes.

Noites solitárias
As tardes são triste quando não a vejo passar
As manhãs tem mais brilho quando os passarinhos trazem notícias suas.

O tempo é tão curto quando à feira tu estais
ouço cantigas de roça
A fogueira aquece os violeiros
Meu peito queima feito brasa.

Estou sempre a vislumbrar-te
Os dias se fazem mais completos
O caminho mais repleto de flores
Não sou atrevido
Apenas sonho com um encontro que seja mágico.

Parabéns!

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Ouso recitar
Amigos são bons
e vem de nós
quanto melhores somos
mais amizades significativas temos.

Sou pequenino perto de ti
isso denota admiração
Não se assuste,
o vejo como um irmão.

Passando por uma lojinha avistei estes sapinhos
E lembrando de ti comprei-os.
Seu aniversário
Um presente
Que dedico com carinho e a amizade de sempre.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Cidade

 http://www.wscom.com.br/arqs/noticias/imagens/800/201010201113020000009905.jpg


As coisas são diferentes por aqui
O ar é popluído
O céu acinzentado
As árvores não dão frutos
As flores não desabrocham.

Os poetas não declamam mais
Os escritores estão sem perspectivas
A língua já não se espande.

As ruas são espaçadas
Ha pedestres por todos os lados
Jovens se confundem com os velhos
Velhos que caminham como se não tivessem para onde ir.

Perdeu-se a noção do outro
Indíduo e individualidade
Via Láctea
Via ferrea
Via crucius.

As coisas são diferentes por aqui
Olhos que não funcionam
Seres que se ignoram
Barulhos, perturbações
Vozes que entram pelos ouvidos e saem rasgando os tímpanos.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Linhas

http://www.sabetudo.net/wp-content/uploads/2010/05/linha3-300x267.jpg

Linha sinuosa
Linha reta
Linha turva
Linhas que denotam curvas.

Linhas que transportam vida
Linhas na palma das mãos
Linha semi-reta.

Linhas que surpreendem
Linhas pura geometria
Linhas cosméticas.

Linhas de beleza
Linhas que engordam
Linhas para emagrecer.

Linha de vida
Linha de pensamento
A linha que deve ser seguida.

Linha no nascimento
Linha leve
Linha contínua.

Linhas esporte
Linhas correntes
Linhas de sorte.

Linhas de pipa
Linhas arranha céus
Linhas meninos e meninas.

Linhas pesadas
Linhas de estudo
Linhas que nada dizem.

Linhas animais
Linhas aterrorizantes
Linhas que levam ao abismo.

Linhas que ploriferam ódio
Linhas que levam a destruição
Linhas inimigas da razão.


Linhas da língua saboreando emoções
Linha de sensações
Linha de quietude, silêncio extremo.

Linha suntosa que nos faz viajar
Linha que denota sensualidade
Linhas encrementadas, perde-se nelas

Linha nas notas musicais
Linhas milimetricamente esquematizadas
Linha nas estradas.

Linhas por toda parte
Linhas que se encontram
Linhas paralelas.

Linhas que nunca se veem
Linhas transversais
Linhas pitorescas.

Linhas em preto por sobre o branco
Linhas coloridas
Linhas artísticas.

Linhas de Da Vince
Linhas de Machado
Linhas de Chopin.

Linhas graves
Linhas clave de Sol
Linhas avienenses.

Linhas constituintes
Linhas que dão forma
Linhas transparentes

Linhas ascententes
Linhas signo
Linhas de perigo.

Linhas quentes
Linhas frias
Linha sem sabor.

Linhas fulgazes
Linhas aparentes
Linhas de expressão.

Linhas de raciocínio lógico
Linhas de organização
Linhas de todas as vertentes.

Linhas de costura
Linhas que são tendências
Linhas que não se entendem.

Linhas assexuadas
Linhas de prazer
Linha sadomazo...

Linhas desejo
Linhas cinematográficas
Linhas fotográficas.

Linhas lobo e fera
Linhas dozenlas
Linhas heróis.

Planetas que se alinham
Sujeitos que saem da linha
Linha e bafômetro, perigo a vista.

Linhas que se escondem
Linhas que se subtem ao ridículo
Linhas pesar.

Linhas de construção
Linhas aflição
Linhas que não se sabem linhas.

Linhas andantes
Linhas sem valor
Linhas errantes.

Linhas festivas
Linhas na dança
Linhas que dançam.

Linhas simples
Linhas compostas
Linhas compósitas.

Linhas nas fachadas
Linhas fabricadas
Linha abastadas.

Linhas que carregam um emarando de significados
Linhas que nada signicam
Linhas sempre presentes.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Cortes

http://www.poesias.omelhordaweb.com.br/img_poesias/8330_gr.jpg

Objetos cortantes
lâminas que dilareceram
papéis em branco
tintas derramadas.

Longa estrada
alta velocidade
buracos e crateras
pontes submersas.

Uma passista sambando com um violino à mão
Homens que desbravam terras longínquas
Existem coisas que as pessoas não precisam saber.

Sons perturbadores
Atmosfera hiper tensa
Feridas que não sicatrizam.

Cortes profundos
Corações rasgados que não podem ser resgatados
Agonia do destino traçado, como modificá-lo não se sabe.

Sangue que se infiltra em lugares inabitáveis
Morte secreta e lenta
O dono da festa se esconde.

Criaturas estranhas
Não ha saída
deve-se encarar toda dor.

Remexer no íntimo
Reações surpreendentes
jovens que se vão... astros pesados.

Cortes vicerais
Lembranças aterrorizadoras
Um breve alucinar.

Passado deixado para trás
Caminhos sem volta
cortes retrógrados.

Nervos à flor da pele
Pele à flor dos nervos
Ilusões distorcidas.

Ausência de  sentimentos
Realidade imagética
Mentes que brilham na escuridão.

Salários não dignos
madrugadas mal dormidas
Corpos devorados por formigas.

Mente insana,
Pés descalços,
Corpo doente.

A todo momento tem um pedaço arrancado
Valores inesistentes
o amargo e o Salgado são igaus.

Imagens sinuosas
Imagens que embaralham os olhos
que deturpam a visão do que está por vir.

Cantigas sem razão
Castigos de antemão
Solusos em vão.

Cortes por falta de sorte
Saliva com gosto de vingança
Derramento de sangue.

Sensações familiarmente satisfatórias
histórias contadas de um presente distante e que não se enxerga
flores despetaladas no caminho.

A língua atrai dor
Não ha como fugir
Os cortes são muito profundos.

Teu corpo em pedaços
Não sente mais nada
Apenas saboreia o desltilar da água corrente.

Distrações que o desconserta
Canções que o faz sorrir
Sem chance de sair, perturba-se


Emails, telefonemas
definições que não levam a nada
conversas que destilam veneno.

A maciez de tuas mãos à face alucina
O desdobrar das rotas
Nada mais pode acalentá-lo.

Sonhos inimagináveis
Alvorada algoz
um corte na alma.

Surreal poética de fruição
Dúvidas constantes
Pianos que não param de tocar.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Música

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMMmmEXpkR16c2GdnuBqPaQqwsKDTf0bHzjxsIcb5TFl6EiRKwPqd396GdVpuyD6Ym1wSBcnnTWLC12TGAiE_B6UqYIxrUV1fE6makRpZlglQksG8HbWXJO4zKOaCo0J1zhVo_y2nC4HBK/s1600/m%C3%BAsica+cachrro.jpg

Instrumentos de sopro,
uma percussão,
cinco rapazes
e uma praça.

Uma bicicleta,
Dois saxofones
e um trompete.

Árvores que se movimentam numa leve brisa
Como se estivessem a bailar 
um coreto inusitado
MÚSICA..
O som encanta a quem por ali passa.

Alguns baquinhos talhados em madeira
Senhoras que caminham com seus cães param para apreciar,
Um pequeno menino aplaude
E os seus olhinhos se fixam nos instrumentos
Todo encantamento da música não o permite olhar para o outro lugar.

Tênis, sandálhas trançadas
bermudas, pernas cabeludas
Trompete, Partituras
Uma melodia que torna a atmosfera mais sensível.

O barulho dos carros na rua não atrapalha
Nada mais existe senão aquela doce musicalidade instrumental
O artista é um coadjuvante
e sua música protagonista de uma mágica história.

A visão fica turva
A paisagem de mistura
Som e imagens não se diferenciam, são homogêneos... únicos.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Ela



Ela sabe que é...
Sabe que desperta desejos
Desejo nos meninos que são meninos,
Desejo nas meninas que são meninos.


Ela desperta inveja
Inveja nas meninas que são meninas,
Inveja nos meninos que são meninas.

Ela sabe que é...
Sabe que exerce um poder sobre todos
Desperta o monstro adormecido dentro de cada um
E fascina-me a cada troca de olhar.


Ela não sabe...
Fico louco por aquele corpo
O teu sexo me atraí.

Ela se esconde...
Cabelos semi louros
Numa sensual calça legging  
Encima de um salto que teima em nos chamar.

Ela é vivaz
De doce voz
E de olhar sincero.

Ela sabe que é...
Com um cérebro inigualavel
A todos encanta.

Ela não sabe...
Viajo no teu decote
O meu peito arde em chamas.

O seu belo par de pernas me ALUCINA
Ela é assim como um sonho surreal
Uma realidade imagética que me vira a cabeça.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Medos

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       Tive sonhos estranhos. Sonhos que me fizeram acordar feito pesadelos, daqueles que a gente busca significados. Eles estavam entranhados no meu incosciente e gritavam: _ "Encare os seus medos!" Tão logo despetei dentro de mim, não queria encará-los de novo. Voltei para o sono e não tardei a sonhar. Esses outros foram tão vicerais quanto os anteriores.

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgd-dsLaw25y-4K8G7lyRIHvSDR8muRFv2pyRARz_KYCyunWwmXfbA455167iU7fF__GLc_xEeTvbDvxKxnyUJCMyqFIWtRO6KZo1PSfparY9w-taz42TVCCftcTTfabVXtKndEUVi2JjM/s400/Medo.jpg
Medo da escuridão
Medo da claridade
Medo do que vem fácil
Medo que chegue tarde.

Medo dos que vão
Medo dos que ficam
Medo dos olhares
Medo de todas as palavras alheias.

Medo tortuoso
Medo tontuoso
Medo do Não
Medo do que está por vir.

Medo do amanhecer
Medo ao entardecer
O medo é tão gigantesco que me sufoca
Medo do Medo.

Medo que atormenta o ego
Medo subentendido no verso
Medo do NADA
Medo de TUDO.

Medo do que posso vir a SER
Medo desses teus olhos famintos
Medo do sangue que corre em tuas veias
Medo de ti sereia.

Medo do que? passo a me perguntar
Medo do amor
Medo de amar
Medo dela, daquela, da outra, da aurora, da flor que murcha...

Medo da não aceitação
Medo da repugnação
Medo da partida
Medo da despedida.

Medo de ter muito
Medo do pouco que me resta
Medo daquela sombra
Medo do ser humano.


Medo daquela imagem
Medo do teu reflexo
Medo da minha imagem refletida
Medo de encarar os próprios medos.