terça-feira, 23 de agosto de 2011

Sistemas de Proibição

http://www.motonline.com.br/wp-content/uploads/2011/03/proibicao-das-125cc-nas-rodovias-parte-5.jpg

Ícones gravados na memória
Sentidos presos
expressões açoitadas
Pedras no trajeto
Longas caminhadas.

Os sentimentos boburlham
O sangue ferve
E como uma bomba relógio... o peito explode.
Pátria,
Paixão,
Compadece-se, é um herói desfalecido.

As faixas estão expostas
No esboço canóptico
Múmias re-surgem
Treina-se o olhar
Desvendando os mistérios do cotidiano
Tradução de uma realidade nada óbvia.

Exército cerebral
Todo olho nu pode perceber
Capacidades atrofiadas
Falácias usuais
Cotidiano poético
Fricção de gestos.


Caminhões lotados
Paisagens,
Infinidade e pluralidade,
Fauna humana
Perseguição,
Forças atrós
Anti castidade.

Antigas observações
Mulheres e isolamento
Sem clima fraternal
Havana
ausência de controle
Percurso desleal.




quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Amores de papel crepom

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCIECxsqQSIACyr6302brE4oqZtf7Tba2y-KPOGNdobKn7MAbhbPv1DtE0lM-ozITE8z-3fpSe1HMEjsWzqvFyAHBDMK1J6qvGg8DohTB2g4HVxE5wXRsMuKo8Z6b_ctGb5I34LNXsKlY/s320/precipicio.JPG
A gente acha que o tempo passa rápido
E passa mesmo
Mas ele congela dentro da gente
E feito iceberg corta as vísceras
Aos pouco dilacera o coração
Prende-nos no sentimento de possessão
e nas expectativas que envenenam a vida.
Um arcanjo
desses que não tem muito o que fazer
acerta uma flecha no coração errado
na hora errada
no tempo errado
e tudo lhe parece certo
E arrisca-se
com intensidade suprime-se em prol da paixão
De forma inusitada os sentimentos destroem o senso crítico
O Ser deixa de ser seu, para ser plenamente do outro
Quando se percebe a não reciprocidade uma tristeza mortal toma-lhe os pensamentos
E enxerga que toda dedicação fôra em vão
Por vezes os amores
E muitas vezes as Paixões constituem seres amargos
Entre perdas e danos
escadas cujos degraus apenas fazem descer
Os sentidos ficam mórbidos
Os amores de papel crepom se dissolvem na chuva.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Outra vertente

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0p2TF-iqPbhsqxKuZf4Ep6XLe1vZsTORhbLiGM59X_KewbuaPrLgPQNkK-hbClAkRqoCBVER_u42IEGr-4EA4sNyXZrdiGgzSE-QXsZUjCxsG_y7NWCVG_P2oVcTa4YZ_UsTb4iZxj4A/s220/violino.jpg
O violinista imita a voz humana
Soa como música cantada
Ópera,
Sonatas...
Obras para serem tocadas
Violinos em psicato,
sons sustentados por um arco.

Brincando menina
A bailarina reproduz  gentileza
N'alma de criança
Um violino, uma orquestra
um jazz
um blues
um rock inusitado
um canto encantado
Movimentos levemente marcados
Plié, demi-plié, pasé, tendu, 
grand-plié, pade-burré, 
contratempo, elevé ...

 
E numa infinidade de possibilidades
Clássicas ou não
Corações gélidos são tocados pelo doce som de um violino
n'outra vertente,
que os inunda sutil e versatilmente.


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Quotidiano amoroso

http://doceoutravessuras.files.wordpress.com/2011/02/lesbicas.jpg?w=400&h=246
Minhas palavras
Teus efeitos em mim'alma
Noites silenciosas sendo invadidas por teus sussuros
As madrugadas passavam ligeiras

A tua natureza feminina cada vez mais visceral
Essa libido à flor dos poros
Pélvis,
Pelos,
Pele arrepiada,
Suspiros denotando prazeres.

No ar cheiro de incenso
e sem senso crítico
derrete-se toda nos lábios meus
A sensualidade fulgura  
num apelo sereno de amor e, 
se aviva, 
tende aos instintos,
às carências d'alma, 
sem expor a crueza do desejo meramente sexual.

És objetiva
Humanamente diferente das outras
e querendo sempre mais, mais e mais
Os corpos num misto de carícias, cheiros e ...
Ser menino ou menina
Não importa
Sem rótulos,
Sem regras
Apenas misterio.

Entre suas pernas,
E por sobre teus seios
Viro e reviro-me 
Coleto teu néctar como abelha numa flor
Sou objeto do teu prazer
Satisfaço-me no teu delírio
E minha recompensa são teus gemidos.









 

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Quisera

http://data.whicdn.com/images/9998848/tumblr_ll9f8x2d1H1qahdvgo1_500_large.jpg?1306021839
Quisera olhar em teus olhos mais uma vez
Quisera teu rosto afagar como quando criança
Ah, como esse sentimento denominado Saudade machuca!

Quisera ser imaterial
Menos imaturo
e sobretudo tornar-te imortal.

Quisera poder acariciar as mãos tuas como antigamente
Entardecer ao lado teu como a quimera mais bela
E me pôr a espera de tua chegada infinitamente inconstante nas noites de sábado.

Quisera avaliar através de teu passado uma maneira de manter-te mais perto
Quisera a proximidade dos lábios teus em minha testa
E respeitosamente sentir teu cheiro.

Que meu Eu fosse maior que antes para entender-te
Quisera ter notado sua importância nessa vida
E que durante o caminho só tu poderia me dar a mão, no apoio(ou não) de mãe.

Quisera olhar-te mais uma vez
De calça apertada denotando as curvas que um dia sonhei que meu frágil corpo tivesse
Quisera mais uma vez deitar em teu colo e dormir em paz.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Olhos

Esse olhos escondem uma fera
Olhos cheios de dor
Olhares que tentam disfarçar todo sofrimento que ha em ti.

Esses seus olhos o mantem distante de mim
Olhos saudosos de um passado não muito distante
Olhares que delimitam as curvas.


Esses olhos cobiçam tão pouco ou quase nada
Olhos que saltam de curiosidade
Olhares sempre a espera de outros encontros.


Esses olhos maciços, duros feito pedra
Olhos frágeis feito pétalas
Olhares desertados e incertos de respostas.


Esses olhos estão sempre a procura de novidade
Olhos famintos, destemidos
Olhares que se trocam e destrocam.


Esses olhos turvos e sem direção
Olhares quase sempre dispersos
Olhos pequeninos
Que se arregalam para ver o objeto de desejo por eles passar.


Esses olhos de menino
Tão ingênuo
Plenos de pureza
prontos a aprender, através de observações inúmeras.


Olhares sem conceitos
Nem pré conceitos
Olhos abertos às novidades
Olhares que se perdem com a maturidade.