Certa vez a minha avó disse:
 "_não se engane, seus pais nunca te bateram, mas a vida não terá misericórdia sendo você boa ou não."

sei que ela não queria me assustar, mas naquele momento assustou à beça, porém, aprendia que faz parte apanhar - na vida - não de pessoas.

poético melodramática

andava na contramão
espreitando os teus sinais
perdi o meu mundo na escuridão de seus olhos.

como faz pra te tocar?

se a mensagem de Jesus foi o amor por quê há tantas pessoas cristãs intolerantes com a forma que outras pessoas amam?

rejeição

ela era inteira demais pra aceitar menos
ela não rejeitou você
ela só não estava disposta a priorizar quando sentia que não seria recíproco.

queria ir além dessa vez
agir com honestidade
sinceridade
leveza

sua intenção era criar novos caminhos
mas ela estava recriando passos antigos (sem se dar conta)
era preciso reconhecer que se perdeu nos encontros
e se afastar...

deletou as conversas com a ex (não disse qual)
excluiu os contatos
silenciou as redes sociais
retirou os aplicativos do celular
tudo pra (ter certeza) que desta vez o luto seria vivido de verdade.

Ela é sensível
inteligente
perspicaz
intensa
linda
e procurava algo
não era o amor de sua vida
não era algo que lha faltava
procurava o apagamento.

não era uma fada madrinha que ela procurava
era uma bruxa
uma feiticeira
que lhe ofertasse um acordo
daqueles que pudesse limpar sua barra
as memórias
algo que desfizesse seus feitos
que apagasse sua existência.

faz sentido pra você?

a vida é só isso mesmo que você tá vendo,
sentindo,
experimentando
ela acontece
ou
você
faz
acontecer
quantas vezes (se) fez/ (te) fizeram essa pergunta?
quantas vezes você se perdeu procurando novos encontros?
as relações acontecem e só
a vida também
e está tudo bem se for só isso
olhe atentamente e perceberá que só isso é muita coisa.

sentido, não faz

voava baixo
voltando sempre na mesma hora
(re)criando uma rotina
ilusão.

achava que tinha um ninho
nera nada
estava perdida (do que?/ de quem?)
era seu próprio lar,
não se sabia

errava a medida dos afetos
excesso de presença
excêntricos encontros
outros sujeitos
ansiedades.

ao olhar pra dentro se deu conta,
precisava de um tempo consigo mesma
encontros,
apaixonamentos,
amor
tudo isto pode ser viciante.

é, ela estava viciada.

era necessário recolher-se
para (re)conhecer.

afinal, você nunca sabe quando será a última vez.

viu a mina que ela gosta ir embora pedalando sua bicicleta
não foi atrás
ela não sabe andar de bicicleta
pra variar...
se perdeu
perdeu
a mina.

Gosto mesmo é de quem é diferente de mim, percebo que lidar com os enfrentamentos super contribui para o meu amadurecimento.

Ela gosta de gente bagaceira e de coisas excêntricas.

apaixonamento

Seus olhos parecem ter a assinatura de Eros
sem atirar uma flecha se quer, acertou-me
distai-me na tentativa de decifrar teus códigos

não basta ter química, queremos sempre mais
insatisfeitos de nós mesmos,
estou que não me aguento de ansiedades

Recrio o cenário de nossos encontros antes mesmo que eles aconteçam
a minha mente criativa é extremamente fantasiosa
intensa

após um longo beijo, suspiro
os corpos desejosos
em local público quase se entrelaçam

a tua voz aguda adentra-me fazendo vibrar os tímpanos,
regozijo
na gargalhada espalhada,
verdades

os dias se arrastam
nosso encontro se demora a acontecer fisicamente
enquanto a mente já foi lá e veio cá
diversas vezes

Sinto-me jovem novamente
como estivesse a ter meu primeiro enlace romântico
proibido

Em constante (des)construção
aproveito os encontros sejam eles imagéticos ou reais
mas o que seria real?! quem ou o que o define?!
só quero estar
viver com toda intensidade que (não) me cabe este (nosso) encontro.

não é sobre mim,
menos ainda sobre você
passa longe se ser sobre nós
entenda que a poeta é livre,
      no pesar
          na leveza dos versos
     há beleza
          suavidade
transformar instantes de realidade
                 poesia.

não é sobre ser poeta,
menos ainda sobre ter atuado por um dia
não sobre relutar

é sobre se expressar
da sua maneira
da minha
do outro
daquela outra
talvez
somos diversos

a poeta quase torna etéreo o que escreve
pensamentos que recebem ar ~vida~ ao serem transpassado
prum papel
ou numa tela
seja como rascunho
duma página da Internet
ou publicado (um sonho, talvez)

expressar-se
físico
emocionalmente
é um desafio e tanto para alguns seres humanos
estamos aqui para aprendermos uns com os outros/as/es
respeitar que o/a/e poeta/e tá solto/a/e pra descrever partes do mundo que conhece a sua maneira
e permitir que os espaços se movam.
 E isto ~se achava sendo~ um ato de amor.

Ela é um doce,
observe de perto
não espere muito,
saiba que ela só dará aquilo que está disposta - sentindo.

Estar com ela é como subir uma montanha inclinada - cautela e precisão
o caminho apesar de ingrime tem uma linda paisagem
evite olhar para baixo
mencionar o passado
nem pense em fazer comparações - ela dificilmente o fará.

Ela é agridoce
não a desponta
e se por ventura acontecer - reconheça
peça desculpas e refaça os passos
certamente compreenderá.

o existir

ela nasce com a poesia
e (re)nasce a cada palavra escrita
      re
        es
           cri
                ta
não se afoga mais em águas rasas
a tempos deixou de ser
                      rascunho de si.
e aquele sorriso de canto que só ela...
não, espere um pouco,
era o meu espectro
            refletido nas águas profundas
                                                 do teu ser
sendo outra sem se saber
           neutra
fluída
     era criatura (mal) desenhada por um único alguém
     quanto mais intenso lhe parecia mais ela se esquivava
     afinal o que ela representava em sua vida?!
ora de mãos dadas com teus monstros de estimação
ora enroscando seus monstros aos meus
no milésimo seguinte não era nada
      faísca
 poética
         imaginação
              asas
     poeira de estrelas
era cosmos
                  sem atmosfera
                  nem gravidade
e eu lá,
perdida
sendo coadjuvante da minha própria vida
ou seria tudo invenção da tua mente criativa?!
quiçá, eu era da minha.

há recordações das quais não sinto saudades
olhando para trás,
a medida que algumas delas vão se materializando em minha mente -criativa -
 vou
    seguindo
          agradecendo
e sorrindo
         
feliz por estar sendo,
a cada dia que passa,
         uma melhor versão de mim
uma versão melhor para mim mesma.

todas as vezes que nos beijamos minha mente criativa viveu devaneios poéticos
hoje acordei sonhando novas histórias contigo
é saudade o nome disso

Ela me amou como ninguém antes
           (além de minha mãe) havia amado
eu não sentia o mesmo
gostava de sua companhia
era uma amizade bonita
com alguns "benefícios"
                     beijos
                          carinhos
                              carícias
                        sexo
               (o encaixe perfeito)

sabia ser afetuosa com ela
o fazia sem pensar
(racionalizar é uma das minhas especialidades)
mas nunca a amei
e ela sempre soube, ainda que, eu jamais tenha dito.

Fui a 4a mulher na vida dela
a única pela qual ela não se apaixonou.

não é porque ela ainda não leu todos os livros de sua estante que necessariamente ela não goste de ler
falta-lhe tempo.

não é porque ela não fala que sente saudades toda semana que ela não sente,
falta-lhe percepção.

não é porque ela disse que não te quer mais como namorada que ela queira você longe da vida dela,
mas a namorada atual quer.

não é porque sua amiga mudou de continente que ela não sinta falta dos amigues que ficaram aqui,
o fuso horário é outro.

não é porque sua imagem no espelho envelhece que você deva se preocupar,
estar viva significa envelhecer.

não é porque ela nunca se casou que ela não tenha pensado em algum momento.

não é que ela não queira viajar
é que as demandas são outras.

Nos conhecemos através de uma rede social que não existe mais, o nosso relacionamento também não, já fazia tempo, eu que demorei pra notar - distraída pra variar. O amor não morre ele se transforma, essa é a beleza da vida.

acho.

Sinto e julgo
não o outro
este acolho
respeito.

Recolho-me a insignificância do meu ser
e remonto os tormentos que outrora cometi
as ilusões amorosas
as mãos que soltei.

Lembro e julgo
um martírio sem fim
desabo-me em ordinárias lágrimas.

Uma imagem e a mente voa
sente,
culpa
destoa a alegria da ideia que sua existência trás.

Escondo
e desprezo por mim
não é desamor,
é (dis)sabor de rever quem fui.

Revolto-me comigo mesma
Não basta

Escrevia sobre estar
apaixonada
enamorada
encantada
amando.

não significava que estivesse sendo
acarinhada
amada
encantada
ou se quer
correspondida.

significava apenas que sentia
que sinte
que vive isso
assim sozinha
e tá tudo bem!

Dia desses ela se deu conta que paixão é um estado ao qual gosta de estar, não importando muito se correspondida ou não.
A sua última relação parecia uma amizade colorida - sem sexo - conduzida por alguns encontros, uns beijos - na boca, abraços, afetuosos - o teu olhar apaixonado recebendo de volta algo cheio de interrogações, (um pouco) de carinho e atenção.
um universo de possibilidades sempre esteve a sua esperar e ela não foi, este não ir tem mais a ver com o que sentes do que com o estar com alguém ou não, porque algo - seja intuição ou obviedades - lhe diz "cê tá vivendo uma ralação que só existe na sua mente criativa". Às vezes acha que a outra pessoa tem pena de lhe dizer "não vejo mais sentido em estarmos juntas", mas repensa e sabe que ela não faria isto, até porque ela só faz o que puramente quer.
Ela tem medos (inexplicáveis) de não estar se valorando o suficiente para romper algumas relações. Estar apaixonada é o combustível que move o seu mundo particular.

novo olhar... será?

Fui olhar prum camarada se balançando divertidamente em deboche ao que uma senhora falava, e vi, algo diferente, era muito bonito, mas não era você, era a sombra da janela na parede atrás de ti.
Será que ao final de todas as tardes de inverso os detalhes da janela se refletem na parede e eu nunca notei? quase doze anos ali, sem jamais em tempo algum, antes deste tórrido dia, sem ver. Uma delicada percepção.

fotografei, mas aos meus olhos a imagem refletida na parede era mais bela que o registro da câmera do celular.

Levava uma vida sossegada, quer dizer, saudável de acordo com suas possibilidades. Era pobre, vegana e brasileira. Ela não sabe como fazer para não se alimentar basicamente de agrotóxicos.

Atingindo picos... ou pequenas faíscas poéticas

Enquanto você estudava meios de produzir conteúdos que agregassem valor ao humano, na intenção de tornar melhores as condições, aplaudia de longe, torcendo para que os seus feitos tivessem resultados (mais que) satisfatórios e assim se seguiu.
O meu caminho fui traçando enquanto experienciava as possibilidades do estar encarnada, sempre achei que o etéreo não cabia em mim - nome disso também é egoísmo.
Mergulhei no que chamamos egocentrismo para descobrir fatos sobre mim, fui tão fundo.
e para os que olhassem de fora (isto sempre acontecerá, afinal cada qual tem uma experiência cognitivo sensorial individual).
Da particularidade das descobertas, estava quase sempre apaixonada, a cada tempo por um alguém diferente. Era como se procurasse algo que faltava, mal sabia que o achado estava ali dentro dela.
Segue se descobrindo, cometendo erros ~ alguns acertos~ com outros indivíduos. 

Como forma de protesto pelos beijos não dados sai de casa sem escovar os dentes, assim como fazia quando dormiamos juntas. E foi um tiro no pé, deu mais saudades dos seus lábios nos meus, de ti. Paciência.

inveja (romantizando)

flor de jardim próprio regada com todo amor
das impossibilidades
do cuidar
ao teu lado um duende desbotado afastando os seres maus
permitindo os beija-flores.

quisera eu ser água
ou luz solar
pra te alimentar
          abelha em flor
teu néctar
         produzindo mel.

ocupamos o mesmo jardim
do alto vejo os beija-flores contigo a bailar
fico invejando as abelhas
e a luz solar.

distraída

estacionei o meu caminhão na porta da casa dela, passou e não viu que eu estava ali esperando por ela.

dos teus beijos
molhados e quentes;
daquelas brejas
as bem geladas
quero sempre
mais.

mixei umas músicas pra ela dançar
chamei de playcrush
esqueci que ela só dança sozinha

Hoje não vi o sol se pôr, estava enfurnada num escritório. Revisando relatórios e criando ansiedades.
Um dia atípico, daqueles em que chego 30 minutos atrasada e saio 1 hora depois.

não por acaso
um daqueles dias (quase) sem músicas
inutilmente silencioso
daqueles dias que você começa agradecendo por ter acordado e ter a oportunidade de vivê-lo
daqueles que lamentamos por não ter feito mais
Ignorando que estamos sempre dando o nosso melhor
ignorando as conexões que vibram perto de nós
as mesmas que contribuem para o todo

daqueles dias que você já não torce pra ir sentada na condução
só quer que ela não se demore
que venha logo te buscar
e que o trânsito não seja intenso
pra vc chegar em casa logo.

A condução vem e te "acolhe"
um certo alívio surge ao se dar conta de que não só há lugar para se sentar como você pode escolher qual deles
seis minutos depois a condução se depara com o trânsito
"é, o final dessa jornada até em casa não seria moleza", você pensa
e buscando não se lamentar lembra-se que a noite anterior você não dormira o suficiente
recosta-se no banco e dorme ate o final do trajeto
desperta alguns (muitos) minutos depois, sorrindo
sim, a próxima será a sua parada.

e finda mais um daqueles dias agradecida por tê-lo (sobre)vivido
nunces de outras experimentações para o dia seguinte.

sem nome

Em teu olhar me perdi - no fim percebi que não.
criei versos
re-versos
sofri
ao inferno me levastes, achei
a verdade revalada estava as vistas o tempo inteiro
relutei
nas asas do meu desejo, sonhei
teus beijos
delirei

N'amplidão
do teu existir, me escondi
a ideia era reverter o ódio
amor
calei
no calor dos abraços não dados
morri
lágrimas AGRI-DO-CE
do'cê que não mentiu
inventei-te outra
na teia dos teus braços
mosca me suicidei

e não por acaso
no lastro
do rastro
do teu sexo
meu eixo desencaixou

no olhar que vagueia
outros amores
frustrações
outrem

e os sabores
dos amores
escancarada
boquiaberta
era intrépida
sua trupe
na sagacidade
no truque
o toque irreal
ressignifiquei.

amores que vão de dentro
pra fora e se perdem
seja na penumbra dos teus cabelos
ou na aurora de tua pele
o pelo
o desapego
seja
fomos
nunca
em tempo algum
um sonho
surtei.

relações afetivo/sexuais são tipo montanha russa, você está vendo que vai passar nervoso, medo e quiçá raiva mas encara de frente o rolê, só que sem o sinto de segurança, porém, não tá sozinha no carrinho.

ela tem um jeito peculiar de ver as coisas

vai a fundo

mentaliza e retoma à realidade.

já sua amada vê as coisas d'outro jeito

racionaliza quase tudo

por vezes perde oportunidades de perceber sentimentos

nuances 

de sensibilizar

está ligada a realidade

ao realizar.

o desfecho deste encontro não me atrevo a mencionar

sendo 8 ou  no 80

a ideia é o meio termo alcançar

no trapézio do teu circo tem espaço pra eu sonhar.

coração (cadê?)

uma faca tatuada no (anti)braço
o rosto dela
sereia (mórbida)
aquarela
uma lança no peito
não tinha coração
gota de sangue escarificada no dorso
...
faltaram imagens pra descrever (seu) amor doentio
sobrou foi dor
e não sangra
nem grita
muito menos geme
e nem era real.

era (outro) éon

achava que era sobre si
n'outro momento, talvez
chegou a pensar que pudesse ser sobre os vários "eus" que existiram ainda nessa forma - corpo
tem preferido pensar que o "eu" de agora tão logo não será matéria

memórias de outras vidas, talvez
memórias, apenas.
olhava-se no reflexo d'água em busca de resposta
tormento era encarar-se sem lamento

o choro era meio de pedir socorro
logo ela que recusava-se a pedir qualquer ajuda
nem mesmo na infância para amarrar os cadarços

renova-se a cada discurso subvertido
n'água podre do que vivera
as escamas de sua calda imaginária
os lugares onde passara, não deixara rastros

achava que era sobre si
o desprezo d'uma existência
desmerecimentos
mas não era
era sobre a humanidade que lhe faltava.

inacabado

siga em constante (des)contrução
ninguém disse que seria molezinha deixar ir os diversos "eus"
renovar-se
tornar-se uma melhor versão de si mesma é algo bastante trabalhoso
por vezes frustrante
uma boa sacada está em não se comparar a outros seres humanos (ou não humanos)
outra observação importante é estar (re)visitando seus antigos "eus"
perceber as nuancias, as mudanças de atitudes, de reflexões

estabelecer gradativamente novas conexões neurais
não estar sempre em congruência pensamentos e ações faz parte dos aprendizados.
(re)visite-se sem necessariamente reviver as situações
uma vez que passou estabelece-se organicamente "uma certa" imunidade
de acordo com o teu tempo interno
de amadurecimento
de tomada de decisões

entender que você não é mais aquela pessoa
ninguém nos ensina a não ser algo
somos estados de sensações, escolhas, emoções
sentires diversos e únicos a cada ser -humano

#inacabado

crush

Ela não pode ver um dogneo que já vai conversar, fazer carinhos, dar beijinhos e só falta levá-los para casa...
ahhhhhhhh, se não fosse assim eu não teria um crush nela.

relações saudáveis não aprisionam.
o teu amor é como um parque aberto, livre para ir e vir ou uma jaula cercada por areia movediça e um pântano nebuloso ao longe?

gostava de dias chuvosos até descobrir que as chuvas também destroem lugares, vidas.

inacabado

seus olhos veem o irreal
sua mente retem somente o que lhe convém

"e se não acontecer?" perguntou-lhe com expressão de quem tem muitos receios (os medos seus)
tenho certeza que alcançará, se não comigo certamente será com outra pessoa, (eu gostaria que fosse comigo). respondeu-lhe, retirando-se para o banho (e chorou sem saber porque).

as indagações feitas naquela conversa não as levaria a lugar algum enquanto (suposto) casal, senão ao lamento por uma estar (quase) 100% ali e a outra pessoa (ainda) não.

um dos meus "eus" escreve
o outro tem baixa auto estima
e não consegue admitir que são o mesmo eu.

(re)ação.

fechou os punhos - a mente já estava a ponto de se atrofiar

antes que fosse capaz de esmurrar, um insight...

abriu os punhos
as possibilidades de raciocínio vieram junto.
Um viva as novas conexões neurais!!

Gosto do teu rosto ao natural, você também fica uma graça quando se maquia. Resumindo, aos olhos meus, tu é linda, mulher !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

dormi na cama dela sentindo seu cheiro, mentira, não sinto cheiros... mas parece que a saudade sente.

boca seca, era sede. (pensou)
constatou que não, era saudade dos lábios dela.

a noite eu perco o sono
aprecio o sono dela
vislumbro na penumbra tua boca entreaberta e o peito nu
sinto frio
acendo a luz do abajur pra ler
agora passo a manhã caindo de sono
mas guardo na retina as imagens da noite passada em claro.

Quem muito se explica... tropeça. ela está caindo de um penhasco em câmera lenta.

Cães são feitos de amor, já eu, humana, sou feita dos equívocos (falas desnecessárias) em momentos delicados que detonam as relações.

Ela não passa um ano sem sofrer por término de relacionamento, mas também não passa sem estar apaixonada. É intensa, no tudo ou nada, se não for o pacote todo ela nem quer. DR's são bem vindas!

Ela achou alguém que cabia nos seus sonhos (estragou tudo de novo) e quando acordou ela não estava mais lá.

Faíscas poéticas sobre ela

quem vê assim nem imagina o dobrado que ela (assim como tantas outras mulheres) corta para cuidar de si sem surtar com questões alheias.

A julgam mulher forte, guerreira
         estará fora das paginas dos livros
suas histórias não serão contadas por seus descendente
              e não será necessário.

a cada dia conta um pouco do que sentiu através de sua poesia.
               Pueril,
       e supérflula a olhos desatentos.

nela cabe tantas coisas;
                    os espaços são diversos
        cabe fusão n'outro ser
o entendimento sobre o não se fundir para estar com
                cabe loucuras
                             devaneios
                              surtos nada psicóticos.

Cabe um pouco do outro
        um universo de coisas,
              de acontecimentos,
                     sensações.

Ela é feita de dinâmicos universos
     poeira de estrelas
          união de átomos
polaridades energéticas
                  vísceras
        e muita imaginação.

nela cabe o desafio de revelar quem de fato é
cabe o silêncio - xiiiu - shiiiiu
                             no entendimento de que raríssimos serão os seres (humanos) que a entenderão.

num coração do tamanho de seu punho cabe:
    aprendizados,
         afeto
             compaixão
e cabe desapego de tudo aquilo que não há porque acessar novamente.

Ansiosa por estar indo colar grau (fazer o juramento), encerrar este ciclo - tão lento. Depois de tanto tempo, merecia comemorar essa data, parou de correr, apreciou a paisagem do caminho até lá... conquistas. O que ela mais queria neste dia era gritar, "olha mãe, olha pai eu consegui. Gratidão!" será que eles a ouviriam de onde estivessem?! perguntava-se.
Ela não precisava de mais nada, porque no fundo, o que importava era estar vivendo este momento de forma saudável - corpo, mente e alma. E assim foi.

janeiro chegou, ela não tinha planos;
veio fevereiro, o plano era superar o término do namoro;
em março seu plano era viver o carnaval. Elas voltaram a se relacionar e viveram o carnaval juntas;
Em abril o plano é colar grau e dar fechamento a um ciclo.
Para os próximos meses o plano é estar saudável para vivê-los da melhor maneira possível.

Focada em cuidar dos outros - irmãos, amig@s, outros afetos -  escondia segredos irreveláveis até mesmo para si. Ela tinha medo de mergulhar e chafurdar sua lama em busca de respostas.
Aos poucos ela tem enfrentado e segue...

Notas sobre o cara que conheci ou notas sobre nós

Em 02 de abril de 1966 nascia uma criança que um dia viria a ser o meu pai

cresceu com três irmãos mais velhos...

ainda menino namorou uma moça (aquela que viria a ser minha mãe), ambos irresponsáveis, jovens demais para embarcar naquela viagem que geraria três filhos, uma viagem a cinco que duraria cerca de 13 anos mais ou menos. tempo suficiente para criar algumas memórias. As minhas, por acaso, não são muito boas.

O cara que eu conheci gostava de soltar pipa e balão, era alucinado por futebol, pelo Flamengo especificamente. Era amigo de todos, querido por alguns, temido e respeitado por outros, tantos quanto posso me recordar.

Impossível lembrar com que idade nos conhecemos, creio que o carinha que soltava pipa e balão tinha uns 16/17 anos, era menino quando mamãe me deu a luz. Estivemos sob o mesmo teto por 13 anos, apenas.

O nosso abraço, quase 7 anos sem contato algum, estava repleto de saudades, daqueles que não puderam ser companheiros por conta de decisões equivocadas de ambas as partes.

Quando nos reencontramos em meados de 2017 aquele cara de gênio forte e brigão já não existia mais

pudemos aos poucos e cuidadosamente nos aproximarmos

prudentemente fomos resolvendo as questões.

No ano seguinte ao nosso reencontro ele ficou doente

era câncer, ele estava com 52 anos

cuidamos

demonstramos afeto

e amor durante o tempo que tivemos.

No seu último natal estivemos próximos, ainda que ele já não estivesse mais articulando frases.

Queria ter tido mais tempo para conhecer o cara que ele se tornou

algumas afirmativas caíram por terra e isto nos aliviou o coração

tenho uma teimosia que reconheço herdada dele.

Hoje, dois de abril de dois mil e dezenove se ainda estivesse encarnado estaria completando cinquenta e três anos

e em uma semana poderia me ver colar grau na faculdade.

É estranho pensar que ele não está mais em sua casa fazendo plenos

ou assistindo a tv caladão

ou ainda comentando algo sobre o cenário político com tanta sabedora que me causava espanto e admiração.

Creio que sua missão tenha sido cumprida com êxito e por isto sua jornada aqui chegara ao fim

e espero que sua alma encontre paz.

Os teus silêncios já não me perturbam mais e se acaso você for pra longe saiba que sentirei sua falta, porém, jamais irei atrás de ti. Tocarei a vida pra frente a partir de agora, com aqueles seres que estiverem ao meu lado, aqueles que se foram tiveram suas chances e ponto final. - Era uma conversa consigo mesma no espelho do banheiro, ela estava dizendo o seu último Adeus à aquela que um dia fora, abrindo espaço para aquela a qual ela estava prestes a se tornar.

Cervejas e outras bebidas alcoólicas tem sido um anestésico
quando não tenho coragem de encarar algumas superficialidades
quando tenho preguiça de pensar meios para sair do vermelho
quando quero esconder as lágrimas
pra não demonstrar o quão frágil sou
pra esconder o quão sensível e ferida estou (lá no fundo)
pra esconder-me de mim mesma
pra fingir que não me importo com questões ligadas a moralidade
moralidade essa de cunho particular escondida no âmago do meu ser
pra não encarar o teto quebrado da casa que parece vazia mas tá cheia de histórias mal resolvidas
pra não encarar o quão sozinha tenho estado.

O anestésico que tem me deixado cada vez mais endividada
o anestésico que tenho usado para não admitir que a tempos ando fora do meu eixo
o anestésico que tem me paralisado
e me impedido de crescer
usado para fingir que está tudo bem
pra estampar sorrisos pro mundo
usado como encorajador
usado para fazer coisas das quais em sã consciência jamais faria.

O anestésico utilizado como desculpa pra toda culpa que carrego no peito de coisas das quais não necessariamente foram (somente) de minha responsabilidade.
o anestésico que ocupa um vazio do qual eu não sei lidar quando de repente me aperta o peito, a mente.
a falsa companhia quando não dou conta de ficar sozinha ou esperar que a companhia humana chegue.

O anestésico pra (falsa) sensação de liberdade afetiva ou ainda sexual
o anestésico utilizado para mentir sobre não saber quais as minhas potencialidades
que me impede de alcança-las em sua plenitude.

Tem uma mulher muito maravilhosa que mexe comigo todos os dias e não é aquela atriz da novela nem a crush, é aquela que vejo refletida no espelho com rosto inchado de tanto dormir todas as manhãs. Aquela que me tornei e me orgulho de estar sendo.

Parece que o mundo para quando a gente se junta, o relógio não dispara, as pequeninas coisas são brevemente esquecidas, ainda que permaneçam ali e que falemos a respeito de algumas delas. O nosso mundo particular se funde na química que nos cerca, sou eu o mundo dela e ela o meu, embora o relógio teimoso insista em continuar marcando o tempo, passando as horas.

Diante de tantos acontecimentos ruins em seu país ela tem aproveitado o lado bom das pequeninas coisas que acontecem em sua individualidade, mantendo-se lúcida, consciente e na luta por melhorias para si. Ela sabe que o bem emanado por seu espírito se expande às pessoas próximas e a todas os seus relacionamentos.

Todos temos a capacidade de falar sem perder a magia do não dito. O que você tem feito com a sua?!

Ir a praia
ao cinema
ao bloquinho de carnaval
sentar a beira do mar
molhar os pés
sentir o sol queimando suavemente a pele ao passo que a tua mão acaricia o lado esquerdo das minhas costas
um misto de sensações
o frescor da sua mão carinhosamente afagando a minha pele
e o calor do sol
seduzem toda a minha epiderme
pequenos arrepios.
Ligeiramente nos tornamos uma,
eventualmente nos desconectamos no afastar de suas mãos.
Tem sido assim os nossos breves encontros.
Suavemente intensos (mágicos).

Uma vida sem hífen é uma vida repleta de histórias e possíveis aventuras, porque os opostos se atraem e com hífen nem mesmo os dispostos teriam essa chance.

Faíscas mentais sobre nós.

Mentalmente eu já lhe dei o mundo diversas vezes,  na última delas, você recebeu e partilhou comigo.

Vivemos juntas sob o mesmo teto, dentro da minha mente. Nela, você chega em casa e a mesa quase posta, um super jantar, meio romantico uma vez ou outra por semana. Instabilidade, contas bem divididas por nós e pagas, viagens... a casa sempre arrumada e cheirosa, dou conta de tudo, trabalhar fora e cuidar de você.

Mentalmente nosso amor acontece, sempre que é preciso conversamos e resolvemos as pequeninas questões, sou teu par pra toda e qualquer hora. 

Os cães se dão bem, os gatos quase nenhum trabalho e você os adota como seus enteados, como parte daquilo que dentro da minha mente criativa é, a nossa nada tradicional familia.

Raramente sonho quando durmo e se sonho não ha espaço para guardá-los, contar nem relembrar... todas às vezes que nos beijavamos eu vivia devaneios poéticos.
A minha mente criativa é demasiado positiva, porém inconstante e isto te assusta - suspeito.

era inacabado

a intuição ressalta: viva este momento
vale todos os bons sentimentos que você tem por ela;

a razão retruca: isto não vai te levar a nada, além de sofrimento lá na frente.

o lado sentimental do cérebro concorda com ambas as partes, em dissonância, custa a relaxar e dormir, pensando nos bons momentos que o todo passara com ela.

Questionava-se se seria uma provável leitura de inconstância dela em relação a si; no tocante nenhuma implicação a fará sentir-se segura.

Houve um tempo em que ela devorava com os olhos quase tudo, fotografava o que passasse ou permanecesse parado a sua frente, em que tudo tornava-se poesia.

Um tempo em que quase tudo no outro a satisfazia, em que muito de si causava azia... um tempo em que olhos fechados era o que ela precisava para desprender-se e sentir, partilhar, não fugir, remendar, ouvir genuinamente o outro, ensinar este e aquele verbo noutro tempo, noutra era, c'outra voz. Uma voz que calasse para esvaziar sua mente do caos de algumas verdades instauradas no espaço tempo do mundo real.

Não estou percebendo o mundo, as coisas muito bem hoje; a comunicação está falhando. Será a intuição dizendo algo importante que, para variar, teimo em não dar ouvidos?!

A minha mente criativa é enlouquecidamente colorida, disforme e não transporta para o papel o tanto de coisas que sinto. O mundo surtaria em êxtase e alegria se acaso pudesse ler o que se passa aqui dentro, por sorte nuns dias não muito quentes(não muito frios) algumas sensações vibram poesia e partilho.

Iniciando o terceiro mês do ano de 2019 que já superou o anterior em muitos quesitos e a nota é zero para todos que você conseguir listar.

É carnaval e as energias se misturam, confundem, se fundem... da euforia a faíscas de amor, ao declínio d'uma angústia no peito às lágrimas insistentes em cair. Sou como a curva de um rio, água que passa deixando resíduos na encosta. Haja incensos e sabedoria para não se permitir ferir pelas grosserias alheias a sua existência.

Ave solitária.

Ela passou como um cometa, ligeiro e sem fazer estragos. Veio junto à alegria do carnaval e na quarta-feira de cinzas fênix se tornou, despedindo-se dos afetos conquistados, batendo suas asas rumo a outros horizontes.

Algumas dores são curadas com aspirina, outras nem boas doses de caipirinha dão jeito. Somente desapego com o passar do tempo. Ocupe sua mente com tudo que lhe trouxer alegria. E força pra seguir adiante.

Elas se esbarraram (não) por acaso numa dessas redes sociais destinadas a unir as pessoas através dos pontos em comum, contudo,  elas tinham  traços de personalidade completamente opostos. Ainda assim, os pequeninos detalhes foram o caminho para o encontro (olhos nos olhos), inusitadamente, um feeling, o brilho aconteceu. Elas se dispuseram a escrever uma historia juntas. E foi imagético.

Assim era ela 3

Quando surgem as faíscas, os devaneios poéticos ela não os deixa desfalecer no rascunho de sua mente criativa, partilha. Às vezes concorda que seja um dom, noutras questiona-se se de fato é ela quem os escreve.
Ela é demasiado crítica com tudo que faz,  o tanto de crítica e melhoramento que busca não se espande aos seres com os quais se relaciona, estes estão livres para serem o que quiserem. Ela tem buscado essa leveza em relação a si mesma. É um processo lento e o progresso vem chegando a cada ano, por incrivel que pareça, de modo inesperado, quando se dá conta tornou-se um ser melhor e melhor, porém, ainda com muito a ser delicadamente trabalhado em sua mente criativa e fora dela em suas ações.

A vida não é uma festa mas se dependesse dela toda semana teria uma festa na vida de cada ser com os quais se relaciona.

Nas relações é importantíssimo cuidar do(a) outro(a) e se deixar cuidar. Qual é a sua maior dificuldade: cuidar ou se deixar ser cuidado(a) ?!

Ainda bem que temos a capacidade de mudar, de sermos outro alguém.

Ao longo de seus trinta e poucos anos de vida aprendeu na prática que nenhuma verdade é de fato absoluta. Algumas de suas certezas foram caindo por terra, como...
jamais me casarei;
não tenho paciência para cuidar de ninguém;
envelhecerei sozinha;
não tenho interesse em formar uma família, sou feliz com dois gatos e um cão;
apoio e super viveria uma relação poliamorosa na paz.

Hoje em dia ela pensa completamente diferente
ah, se ela quiser nos casaremos;
mas se ela for poliamorosa eu saio fora;
quero sim ter uma família, os gatos e o cão já existem, está faltando apenas a companheira humana.
envelheceremos juntas e eu ficarei feliz em cuidar dela.

O ano está completando apenas dois meses, o caos instaurado só aumenta e está cada dia mais complicado manter a saúde mental /emocional minimamente equilibrada. Tem sido uma luta manter-se de pé. Sigo cambaleante e na maioria dos dias falta confiança, esperança e força.

De que adianta racionalizar se quando chega o momento de pôr em prática ela foge?!

Assim era ela 2

Ela quer ter uma mente mais dinâmica como a de pessoas geminianas, porque acredita que sua mente criativa viaja numas coisas nada a ver e acaba sofrendo como fosse uma pisciana.
Ela é dessas pessoas que busca referências astrológicas para ajudar a explicar as sutilezas de algumas pequeninas incapacidades suas.

Assim era ela.

Mulher com linhas de expressão na testa entende o que é uma mente criativa em constante preocupação, mantendo o sorriso no rosto, delicadeza e gentileza nas ações.
Ser forte o tempo inteiro custa caro, lembre-se que você pode vacilar e está tudo bem, afinal seres vivos são feitos de matérias imperfeitas.

Com ela pensou em casar-se, algo que jamais em tempo algum havia passado por sua mente.

"O mar está com ondas suaves, você vai entrar comigo hoje, né?!" disse ela.
Sorrateiramente barganhou: vou ganhar beijo na boca se entrar no mar contigo?!

Entraram no mar umas três vezes, foi maravilhoso... os beijos também!

Às vezes ela bebe umas brejas com uma turma de monstros (os seus)
Ela tem notado que a turma está cada vez menor
Seria a embriaguez que deturpa as percepções
ou as sessões de terapia que tem contribuído?! - pergunta-se.
Ela suspeita que seja o trabalho intenso de enfrentá-los diariamente com auxilio terapêutico sem guerrear mentalmente.

Queimou-se propositalmente
os lábios
a língua
os dedos.

Arde por dentro
de saudade
de anseios por vê-la.

Foi um banho de chuva que a despertou
queimar-se não facilitará o desapego
de nada adianta ferir-se
os dedos
os lábios
a língua
não tem memória.

O lado sentimental do cérebro precisa entender que
o amor
o romance
a pessoa (idealizada)
foram projeções
da sua mente criativa.

As poucas vivências
em sua maioria
foram experimentações,
mais uma etapa de seu amadurecimento
da criação do eu real
pouco imagético
ainda que tenha sido repleto de expectativas.

Ela vive o luto
da morte do irreal
da aniquilação das expectativas
daquilo que sua mente criativa projetou como um romance pra vida toda.

Fazia jejum intermitente
não era um jejum de alimento para o corpo
não era jejum de algo para a alma
era jejum de contato com ela
enviava mensagens dia sim
dia não.

Até que percebeu que estava sendo desrespeitosa
invadia o espaço tempo que a outra pessoa havia estabelecido
se deu conta a tempo
por sorte ou educação dela
não teve seu número bloqueado
segue respeitando o tempo interno dela
já se passaram cinco dias desde o último contato
desde a última mensagem
desde a abertura de sua percepção.

Segue querendo saber sobre ela
agora o jejum é mais intenso
parece cortar seu coração
parece o ideal para se desligar
parece uma pequena etapa para o seu amadurecimento.

As suas habilidades para superar aquele amor que só existiu em sua mente criativa tem sido constantemente atualizadas.
Segue confiante, embora quanto mais pense a respeito e busque novas estratégias mais viva se torna a sensação de que teria sido um romance lindo se ela também o quisesse.
O seu tempo interno sempre foi muito sábio e superou rapidamente cada romance interrompido seja lá quais tenham sido as razões para tal, porém essa foi a primeira vez que ela se apaixonou sozinha.

O amor mais fodido de ser superado é aquele que só existiu na mente criativa da pessoa que foi rejeitada depois de um tempo ficando com a outra.

Ela não performa feminilidade o tempo inteiro, porque acha monótono estar sempre do mesmo jeito.

Ando inadimplente
devendo a mim mesma
honestidade
tenho faltado com a verdade sobre o que sinto
a energia emitida ao universo não convém com o que de fato quero.

Aos meus afetos devo juros,
correção monetária
e até cálculos pela extinta UFIR-RJ
ainda assim eles estão lá pacificamente a espera do pagamento.

A minha inadimplência não tem fundamentos
embora insista em argumentar que nada devo
a não ser a mim mesma
quando ninguém se faz sozinho,
o meu dever é de
atenção
afeto
cuidado
mediação.

Os afastamentos tem sido constantes
tenho relevado as falas violentas por saber que não são simples cobranças
os meus afetos sentem falta da presença constante
dos rolês
dos encontros em bares
dos ouvidos sempre atentos para suas questões

Ando inadimplente
não só com os meus afetos
mas principalmente comigo mesma
este último ainda não entendi como quitar
sigo em observação como numa UTI - mental.

Pego-me pensando no quanto não temos em comum para forçar o lado sentimental do meu cérebro a te esquecer mais rapidamente.

Distraio-me em aplicativos de relacionamentos
de nada adianta ter em duas semanas mais de setenta combinações
quando o meu querer é todo seu.

Será preciso mudar as estratégias
ninguém disse que seria simples e não há receitas
mesmo tendo passado por situações como essa diversas outras vezes
o modo operante já não me cabe mais.

Aos poucos vai se percebendo outra
suas glândulas lágrimas tornam-se autônomas
não fuja
viva o luto dessa vez.
aprendizados

Estive olhando as nossas fotos,
são imagens bonitas do nosso tempo feliz juntas

foi incrível te conhecer
um privilégio inigualável estar contigo

e o sentimento é gratidão!

Se ao menos os seus monstros dessem as mãos aos meus e fossem passear
talvez pudéssemos estar juntas
mas eles são opostos,
se repelem
não se suportam
e nos afastam amorosamente.

Os teus monstros particulares nunca me assustaram
estava disposta a cuidar,
a enfrentá-los
mesmo sabendo que só você pode derrubá-los.

Ela segue em constante enfrentamento com os seus medos
até que deixem de ser seus e se tornem nada
é necessário estar só para que o enfrentamento seja honesto.

Necessitava soro caseiro
era ressaca (indagou-se)
era saudade  (pensou)
foram as lágrimas que a desidratou.

Foi tomar banho de sol
enfrentou o medo e entrou no mar
dentro d'água
deliciou-se
renovou-se
alegrou-se.

Percebeu que estar viva é motivo mais que suficiente para ser grata
a luz
a bondade
e o amor que emana
deixam bons rastros por onde passa
segue grata
e confiante.

Faíscas poéticas sobre nós ou não

Era quinta e estava quente,
ela segurava uma cerveja
necessitava se refrescar
estávamos numa manifestação política pró democracia
e eu cheguei atrasada
mal sabia que este dia se tornaria o nosso primeiro encontro.

Seu rosto estava levemente maquiado
mas eu não notei
estava estasiada com sua voz
o seu jeito.

Algo nela me tocou inesperadamente
fiquei sem jeito,
me aproximei e pedi um beijo
respondeu-me tocando os meus lábios com os dela
e foi mágico.

Fomos ao cinema
ela não usou nenhum tipo de maquiagem
estava certa que o enredo do filme a faria chorar,
enganou-se.

Ela é o tipo que se esconde
não chora
não fala sobre o que sente
já eu tagarela
choro enlouquecidamente por tudo que me toca.

O sorriso
o olhar
o abraço
o afagos em meus cabelos
as conversas
quase tudo nela me tocava
delicadamente
a sua seriedade me desconsertava.

A falta do abraço
do beijo demorado
do seu braço pesando sobre a minha cintura durante o sono
do sorriso
de como ela prestava atenção enquanto eu tagarelava
saudades dos longos áudios
da voz
dos olhos dela
saudades da ilusão que era achar que ela também me amava
mas não era.

Acabou
ela deu sinais o tempo inteiro
pensando serem coisas da minha cabeça
tola ignorei
agora a barriga parece vazia
mas o coração repleto de gratidão
já não sofre
o tempo me refaz.

Espero que ela também fique bem!

Ela é um amorzinho,
você não vai se apaixonar
mas vai querer mantê-la na sua vida.
Ela é um desenho animado que não deu certo e se tornou humano.

Achava que a sua vida amorosa era uma canção do Alice Cooper
num verso está entregue
n'outro morrendo de ódio de si.

Às vezes a sua vida amorosa parece uma canção da Letrux
num verso uma luta interna para esquecer
que é visceral
n'outro ela se joga de cabeça mesmo não sabendo nadar.
ademais ela só quer dormir
querendo ou não acaba se envolvendo.

A sua vida amorosa é uma canção
de autoria própria com parceria de outrem
porque afinal de contas
viver e não estar apaixonada
não é viver, é desperdício.

Faíscas Poéticas

Ela não tem medo de se mostrar
frágil
intensa
colorida
agitada
introvertida
às vezes cinza
cantante
quieta
insegura
falante
por vezes
tímida
vacilante
nada nela é constante
emana luz
amor
e poesia.

Companheira

Estudar ouvindo música
preparar os alimentos do corpo ouvindo músicas
dar faxina na casa ouvindo músicas
começar o dia ouvindo músicas.

Estar presente em si no silêncio da meditação
despertar para o mundo ouvindo músicas
seja para relaxar
dançar
namorar
ou no agito d'um rolê
no ônibus ao sair para e do trampo
músicas são companheiras
em todos os momentos
de nascimentos a mortes.

A música está contigo (ou não)
é sua escolha
depende apenas de profissionais que as componham
cantem encantando este vasto e caótico mundo
com sua arte
música está para mim como o ato de respirar
uma necessidade
essencial a minha existência.

Presente

Combinamos
assistir uma série juntas
ela dormiu nos primeiros cinco minutos,
só me dei conta porque
o braço dela pesou sob a minha cintura
pausei a série e me virei lentamente
afinal a ideia era lhe dar um beijo
não acorda-la.

Planejávamos
fazer amor até o dia amanhecer
a gente pegou no sono no meio do rolê
acordei e vi o sol surgindo pela janela
me voltei pra ela, nua
dormindo
tão linda.

Em dezembro ela viajou
fiquei por cinco dias cuidando de seu bem mais precioso
- a dognea
na hora de dormir abracei o travesseiro
na intenção do seu cheiro
a fronha estava limpa e não tinha o cheiro dela.

Combinamos
nos fins de tarde aplaudir o pôr do sol
é verão e tem chovido
pouco temos nos visto
e é sempre mágico.

Quando poderemos ver o pôr do sol
e o nascer contemplaremos
ou quanto tempo levaremos para assistir a série escolhida
não sei, não me importo
gosto da ideia de estender o nosso calendário.

Sempre crio expectativas, me afundo nas emoções e quando acaba me refaço mais forte, mais livre e minha, só minha.

A minha mente criativa tem soltado umas faíscas este mês
ao rascunhar os pensamentos torno-me livre
ao retê-los dentro permito que acabem comigo.

Ao passo que lia encontrava
solidão, talvez?
sua mente criativa produzia pensamentos a partir do texto ora lido
momentos,
casualidades,
era um estado de felicidade,
a verdadeira solitude.

Envolvia-se de tal modo
não era qualquer ruído que a despertava
até ser corrompida pelo chamado externo de pessoas humanas
às relações
enfraquecida,
tola
desviou-se do foco
e se perdeu
de novo.

Amor
algo tão grandioso.
a mente se desloca num emaranhado de emoções
foco na pessoa amada
manutenção do amor
tempo de vida
fazer valer cada minuto com ela,
amora minha quanta energia despendida...
perco-me em seus beijos.
Sigo em paz ao lado teu.

Caminhoneira apaixonada

Ela é caprica
ama rotina e dorme cedo.

Já sua amada é o tipo rolezeira
e que não sabe fazer surpresas.

Ambas com ascendente em Áries
(não tem nada a ver, mas)
faz algum sentido nessa história.

Ela ama se aventurar numa viagem sem programar
Já sua amada gosta de planilhar, organizar.

Pouco importa se de mochila nas costas
ou a mala nas mãos num voo confiável
Falta-lhes grana para sair da cidade.

Encontram-se vez e outra no fim de tarde para aplaudir o sol.
Estão vivendo uma história ainda que...
elas sejam um casal improvável.

Mãos quentes, rabo de fogo... se aguentar todo este calor a gente namora - disse.
Ela topou, está vivendo sorridente na saúna que eu sou.
Felizes enquanto essa parceria durar.

Algumas constatações sobre ela

É bibliotecária por formação
assistente administrativo por ocupação,
poeta pela arte de escrever a vida de modo leve - nem sempre tão leve assim.

Por vezes ela parece meio perdida
a cada rompimento se refaz mais forte, mais iluminada, mais sábia.
Transformar-se é o simbolo de seu potencial.
Acreditar em si mesma é um desafio contínuo.
Desmistificar e sobrepor as imposições inconscientes de um ego ariano é a busca por equilíbrio.

Ela gosta de filmes que retratem sofrimento, superação e compaixão
Na literatura prefere as de aventuras fantásticas, as que tratem do lúdico, as biográficas, aquelas cujos ensinamentos sejam transformadores.

Seus maiores aprendizados se deram a partir das relações com humanos e não humanos.
Ela não é o tipo mística e embora não seja conhecedora aprecia assuntos a respeito.
Assuntos do cotidiano,
história, filosofia, artes e tratados sobre a mente humana são alvos de seu interesse.