segunda-feira, 20 de junho de 2011

Lamento

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Teu corpo falava com o meu
Minh'alma tenta comunicar-se com a sua
As leis estão contra nós
Não posso unir-me a ti porque não sou daqui
A pena repousa sobre o papel
Tento lhe escrever versos
Contar-lhe como sinto sua falta
Doce veneno que me consome
Perco o juízo se reflito em você
Aquele reflexo no espelho não sou eu, é você
Sempre refletida em mim
Fui honesto e ti perdi
Mentiras não eram a melhor saída
Estou curado, mas com o coração em pedaços
Aceitar tua ausência tem sido o meu pesar
Estou completamente ressequido por dentro
Ouço vozes femininas que recordam a tua
Ressoando nos meus sonhos
Tiritando meus ouvidos enquanto durmo

Lamento as discussões a toa
Lamento não ter dado ouvidos aos teus conselhos
Lamento não ter respeitado suas reclamações
Lamento tanto aquela mania de auto suficiência
Lamento ter paquerado outras
Lamento o fruto que desdenhei sem perceber.

Fulguras
Usuras
Lugares comuns que passeavamos

Lamento referir-me a ti no passado
Lamento não ter sido mais presente
Lamento não poder ser o cara que merecias.

Maquiagens
Tapumes
Correrias
Estadias em hotéis baratos
Lamento
Tu merecias muito mais.

Lamento por tanto lamentar
Lamento que estejas noutro plano
Lamento que não tenha sido eu
Lamento porque esta carta nunca será lida por você.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Refúgio

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Sem mais delongas quero lhe falar nesta tarde de quinta coisas de primeira categoria.
Sem reparar me peguei pensando em você, menina inventada.
Os gestos, os gostos, seu rosto...  esse teu requebrar.
A intensidade com que ama e deixa-se amar
Sem luxúria, nem usura
Detonas minhas tardes
Fico a elocubrar por onde andas.

Menina faceira de olhar sedutor
Há muito não ouço tua voz,
Há tanto não trocamos boas palavras pelo computador,
Há tempos não a vejo, esqueci-me de suas feições
Ou teriam sido alucinações as noites que passamos juntos?
Ensandecido
Enlouquecido
Estremecido
E arrebatado está meu pequeno coração.

Levei-te as nuvens e nelas também me satisfiz
há tempos não trocamos olhares... que nem sei como eram
Há tempos não sinto o teu cheiro ...
Já não sei a que flor parece.
Há tempos nao toco sua pele ... e, não recordo que testura tens
Há tempos não a beijo... não lembro mais do teu gosto.

Tudo que vejo remete a você, menina invendata
O céu ao entardecer
As noites tempestuosas.
O meu quarto, o chão da cozinha, a sala... ah, a sala
Na boca permanece um gosto azedo, de solidão
Minha pele ainda exala desejo, paixão

Foram tantas paixões usurpadas
Ilusões destroçadas
Alguras e luxúrias em vão
Ainda me pergunto se eras o meu refúgio ou meu terror?
Pergunto-me se eras tu uma verdade inventada e mal sucedida?
Uma mulher sonhada que nunca teria existido?
Um ser imagético?
Algo de dentro de mim que eclodiu com a solidão?
Uma figura amiga que aos poucos amante se tornou?
Uma amante amiga que aos poucos me deixou?

Espelhos quebrados
Violinos sem corda
Vicicitudes usuais
Ela  nunca existira,
Mas era o refúgio de um Poeta destinado a casar-se com as palavras.
Telefones
Gramofones
Ícones dispersos
Ela passa com seu vestido longo
Fico a admirar.

As horas passam tontas
Dispo-me das verdades consolidadas
Dispo-me dos arredores que prendiam
Dispo-me das mentiras que gritavam
Dispo-me das regras e vergonhas

Retiro-me do esconderijo
Faço-me maior que as linhas tortas que invadiam o caminho
Vagueava insistentemente a procura de algo novo
Encontrei-me superior a estes passos
E vislumbrei  a novidade dentro de mim mesmo.

Tracejo horizontes suntuosos
N'uma mudança de contornos geográficos
Expulso as dúvidas
Encaro de frente os medos
Enxergo uma esfera melhor.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Amo-te assim

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Amo esse teu jeito torto
Amo-te mesmo quando o mostro que há em ti se mostra aterrorisador
Amo o timbre de tua voz
Amo o teu tempero, a maneira como preparas o alimento
Amo as tarde fagueiras ao lado teu
Amo o teu gosto musical
Amo essa racionalidade que nos distancia
Amo o cheiro que a tua pele exala
Amo essa melancolia que exprimes no olhar
Amo-te com meus olhos vendados
Amo-te com os braços abertos, sempre a sua espera
Amo-te de fora pra dentro e de dentro pra fora
Amo-te assim e assado, por todos os lados
Amo aquela fala azeda que me contraria
Amo-te até quando alteras o tom de voz
Às vezes me irrito com tanto carinho
Ás vezes causa-me profunda saudade, basta você não aparecer
Amo-te calado, menina teimosa
Amo-te escondido, menina difícil
Amo-te de longe, menina inventada.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Destilei veneno toda manhã
Devaneios e trocadilhos
Paladar alterado.

Não caminhei como de costume,
fiz um trajeto diferente
e não percebi nada inusitado

Presentes
Ausentes
Perfumes
Ciúmes... amor?

Mentes insanas,
Desejos precedidos de saudade
você acaba comigo,
me envolve de paixao,
sacode minhas estruturas e depois ri
E eu adoro.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Vidraça

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Vidas que sucumbem
Vicissitudes e atitudes incomuns
Vitrines vivas

Em companhia do inconstante
Em detrimento do conhecimento
Coleções inteiras se fazem e desfazem
Refazendo-se n'aurora.

Num troca, troca de roupas
Casamentos desfeitos como nó
Batimentos cardiácos abaixo do padrão

Lugares perdidos n'amplitude daqueles outros
Os boeiros exalam odores fétidos
As narinas se contaminam
A Fumaça já tomou conta do que não se pode chamar de Ar.

Hospitais infantis cheios de crianças que não conseguem respirar
Inundações
Aparições
Raciocíos jogados fora, pensamentos em vão.

Agonia e desespero revelam-se à vidraça
de ponta cabeça e
Abaixo dos seus pés
Normas e leis
Pragas por toda parte
Desespero e morte.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Do alto

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Um espelho sem aço,
Um laço que a desnudava,
Um passo após o outro,
Um timbre de voz que assustava.

Aqueles ouvidos eram seus
Aqueles passeios deixaram de existir
Memoriais póstumas
daquele que nunca fôra um bom vivã.

 Protagonizante de uma história infeliz
Antagônico das alegrias de outrem
Segue absurdamente solitário entre os canaviais.

Aquele que não se arrepende de deixá-la partir
Partido seu coração estava
e partido permaneceu.

Ás vezes sonda outras vias
Tortuosamente se desloca sem saber pra onde
O chocolate não tem mais sabor
Os devaneios são mais longos e os gritos quase ensurdecedores.

As paisagens não lhe chamam mais tanta atenção
Aquela nação que o acolhera já o esqueceu
Os risos inexistem
Não ha mais lugar para pureza.

Sente-se cansado e saudoso do que um dia fôra
Mas já é tarde,
No peito nada mais bate
e de longe, do alto
Observa-nos.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Inquietude

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Não há procedimentos viáveis para instituir sanidade a ninguém.
Não há exibição suficiente para se chegar onde quer.
As vias estão condicionando ao blazê.

O que se propõe nem sempre é aceito
O que é aceito certamente não foi por opção
Às vezes as palavras fogem
Às vezes fogem-se das palavras.

Até que ponto o não Ser não é?
Até que ponto você acredita nele?
Até que ponto ele acredita em você?
Até que ponto estes pontos vão suceder?

Cabelos crescem e não se percebe
Cabelos caem e logo se vê
Desilusões a fora
Imóveis e dores de cabeça
Cabeças que se desprendem,
Ora num vazio total
Ora cheias demais.

Sem apoio pros braços
Sem apoio pras mãos
Perdeu-se o chão abaixo dos pés
E não há mais teto acima da cabeça.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Memória

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Aqueles olhos fraternos foram esquecidos
A ligação no teu umbigo tornara-se mais distante
Os ombros carregam o teu peso
Na boca a palavra 'SAUDADE' ressoa
No peito um vazio
Nos olhos tua lembrança
Nos ouvidos o som daquele teu sorriso.
Figuras complacentes
Sentidos mergulhados nas profundezas de oceanos intangíveis
Ouvidor(ias) que não nos ouvem
Sabedoria e de-sabores.

Clubes de futebol, uma paixão
Os mesmos corpos que transpiram emoções lutam a troco de nada.
Ideologias sem significados.

Universos paralelos que nunca se encontraram
vinganças nuas, frias e cruas
Crueldade além da imaginação.

Imagens que fogem à percepção
Vozes que confundem
A palavra 'SIM' é alucinação
E o 'NÃO' é o mais plausível,
Sempre utilizado pela razão.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

ojos


Esta máscara de los ojos de una bestia
Los ojos llenos de dolor
Parece que tratan de ocultar todo el sufrimiento que hay en ti.


Mantienen sus ojos lejos de
Melancólico ojos no de un muy lejano pasado
Parece que definen las curvas.


Estos ojos codician tan poco o nada
Ojos que saltan de la curiosidad
Mirada de los ojos siempre esperar a que otras reuniones.


Estos ojos enormes, duro como una roca
Ojos hecho pétalos frágiles
Parece desiertos y respuestas inciertas.


Estos ojos están siempre en busca de
Hambrientos ojos, sin miedo
Parece que se intercambian y los escombros.


Estos ojos legañosos y sin dirección
Parece casi siempre dispersa
Ojos pequeños
Que ampliar para ver si el objeto de deseo de que pasen.

Estos ojos de un niño
Tan ingenuo
La pureza completa
listos para aprender, a través de numerosas observaciones edema.

Parece sin conceptos
Ni conceptos previos
Ojos abiertos a las nuevas
Parece que la llamada con la madurez.
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiaTpUUGG3MsiHeUEVPbaOBiA5W0bkzMEMUJHpMbg8mmUMJ2BCvY_1tMjvXlvcAhb9URbCQ8Fj9AsTl1yXbLlfBVwofCSsRFb_YrhC6lPV5mUxi_wkgCtV4huwmxtcg2UNqzl228YNhHTQ/s400/Desenho+-+Menino+louro+sentado+-+150+dpi.jpg

Sou suspeito
Quero sonetos, versos e valsas
Quero amor correspondido sem perder a docilidade de menino.

Sonho com progresso por igual para todos
Vejo-te esperta e faceira,
Escondes no olhar a mesma intenção que este menino que voz fala.

Com fala mansa
Numa voz firme e rouca
Ele tenta manter a serenidade nessa cidade que é puro desconforto.

Alunos afoitos lhe pedem atenção
Prontamente ele concede as mãos, os braços e o cérebro
Mas não ao acaso, porque todos ali merecem o seu gosto.

Tens apreço pelos mais jovens
como o Brasil
tão jovem e ingênuo que não vai pra frente.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Alucinei
Aluviei
Acalmei com você nos braços.

Temos samba
Temos canção
Temos um mundo diante dos olhos.

Vislumbramos destinos
da esquerda para a direita
e cheios de conceitos.

Tracejamos linhas pra andar direito
andamos num meio torto
mas não por defeito.
Encanta-me o canto do teu canto num canto qualquer da casa.